Hospital Metropolitano promove colheita em horta para crianças internadas
Projeto 'Horta Humanizada' busca amenizar traumas da hospitalização por meio do contato direto com a natureza

Crianças internadas no Centro de Tratamento de Queimados (CTQ), do Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), em Ananindeua (Região Metropolitana de Belém), viveram uma manhã de reconexão com a natureza, nesta terça-feira (5). Com o Projeto "Horta Humanizada", cujo objetivo é tornar o ambiente mais ameno, diminuindo sentimentos negativos decorrentes da hospitalização prolongada, os pequenos pacientes plantaram mudas e colheram hortaliças. A ação integra o calendário de ações que valorizam a sustentabilidade e humanização.
Moradora do município de Curralinho, no Arquipélago do Marajó, Daniela Pereira, 25 anos, acompanha o filho Ruan Pereira, 4 anos, que está em tratamento no Hospital. Ela agradece o cuidado recebido pelo filho e celebra o avanço na recuperação do menino. “Isso tudo já é bem familiar para ele porque, em casa, nós plantamos no terreno. Temos alface e chicória, e ele participa também. Para nós, foi uma grande surpresa participar dessa atividade, que, com certeza, melhora até o dia. Ele está sorrindo e participando da atividade, e isso, para mim, é maravilhoso”, disse Daniela.

Avaliação - Somente nos seis primeiros meses de 2025, o Centro de Tratamento de Queimados do Metropolitano já atendeu 290 pessoas com lesões de média e alta complexidade, garantindo assistência integral pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Para a participação nas atividades externas, as crianças passam pela análise de uma equipe multiprofissional, que avalia se estão aptas. “Alguns critérios são levados em consideração, entre eles o estado físico da criança, se ela tem procedimentos agendados, entre outros”, explicou a terapeuta ocupacional Samanta Oliveira.
Todas as hortaliças colhidas são incorporadas à alimentação servida no Hospital, reforçando a conexão entre natureza e cuidado integral. “Ainda que a colheita não supra toda a demanda alimentar do Hospital, o valor da ação é imensurável para a saúde emocional dos pacientes porque eles trocam informações, têm a oportunidade de tocar a terra e esquecer do trauma sofrido. Isso é fantástico”, disse Sueanne Pacheco, coordenadora do Serviço de Nutrição e Dietética do HMUE.

Estrutura – Gerenciado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), o HMUE dispõe de leitos operacionais nas especialidades de traumatologia, cirurgia geral, neurocirurgia, clínica médica, pediatria, cirurgia plástica (exclusiva para pacientes vítimas de queimaduras) e leitos de UTI.
Somente em 2024, mais de 600 mil atendimentos – entre internações, cirurgias, exames laboratoriais e por imagem, atendimentos multiprofissionais e consultas ambulatoriais – foram oferecidos a pacientes da Região Metropolitana de Belém e de outros municípios do Pará.