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Tartaruga marinha é resgatada e devolvida ao mar na APA Algodoal-Maiandeua

Equipes fizeram a biometria do quelônio — com medição de carapaça e avaliação de condições físicas — colocou anilhas de identificação e o devolveu às águas

Por Vinícius Leal (IDEFLOR-BIO)
03/08/2025 13h19

Um momento de rara beleza e profundo simbolismo marcou o final da tarde da sexta-feira (1º) na Praia da Princesa, na Área de Proteção Ambiental (APA) Algodoal-Maiandeua, em Maracanã, região nordeste paraense. Uma tartaruga-verde (Chelonia mydas) foi resgatada e devolvia ao mar, após ficar presa em um curral de pesca. A ação de resgate foi conduzida pela ARVUT Meio Ambiente e o Instituto Bicho D’água, com o apoio de técnicos do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio) e da comunidade local.

O animal marinho foi encontrado por moradores da ilha, que rapidamente acionaram os especialistas os especialistas da Gerência da Região Nordeste (GRNE) do Ideflor-Bio, que atua na região como parte das ações da Operação Verão 2025. Após o resgate, a tartaruga passou por um processo de biometria — com medição de carapaça e avaliação de condições físicas — e recebeu anilhas de identificação individualizadas, que permitem o monitoramento da espécie ao longo do tempo.

“Esse resgate reforça a importância da presença técnica constante nas Unidades de Conservação e da parceria com os comunitários, que são nossos olhos e ouvidos no território. Ver esse animal voltar ao mar é testemunhar a força da conservação em ação”, afirmou Adriana Gomes, técnica em gestão ambiental do Ideflor-Bio que participou da operação de soltura.

Bioindicador - A espécie Chelonia mydas, conhecida como tartaruga-verde, é considerada ameaçada de extinção e tem importância ecológica fundamental para o equilíbrio dos ecossistemas marinhos e costeiros. Sua presença na região indica a boa qualidade ambiental da APA Algodoal-Maiandeua, que é um dos principais refúgios naturais do litoral paraense.

O processo de marcação com anilhas metálicas numeradas é um recurso essencial para a ciência da conservação. Com ele, pesquisadores e técnicos conseguem acompanhar o crescimento, os deslocamentos e até os padrões migratórios dos animais. As informações obtidas colaboram com o planejamento de políticas públicas de preservação e manejo sustentável da fauna marinha.

A soltura da tartaruga emocionou a todos que assistiram a ação, especialmente os moradores da vila, que acompanharam de perto cada etapa do resgate. Entre aplausos e olhares atentos, a tartaruga cruzou a faixa de areia até alcançar o mar, retomando seu caminho nas águas salgadas que fazem parte de sua longa e misteriosa jornada.

Santuário da Biodiversidade - Para o diretor de Gestão e Monitoramento de Unidades de Conservação do Ideflor-Bio, Ellivelton Carvalho, o momento representa mais do que um simples resgate: é a reafirmação do papel estratégico das UCs na proteção da biodiversidade marinha e na articulação entre ciência, gestão ambiental e saber tradicional.

“Essa ação simboliza o compromisso do Estado com a preservação das espécies marinhas e a importância das UCs para garantir que animais como a tartaruga-verde possam continuar existindo nas nossas praias. É também um gesto de respeito à natureza e ao trabalho em rede com as comunidades tradicionais”, destacou o diretor.