Pará não registra roubos a bancos na modalidade 'novo cangaço' há um ano e dez meses
Trabalho integrado, investimentos contínuos em equipamentos de alta tecnologia, suporte para agentes de segurança e ações de inteligência fortalecem as estratégias de combate a grupos criminosos
No Pará, ações contínuas de segurança pública são decisivas para a queda nos índices de violência e na desarticulação de grupos criminosos. Um dos resultados obtidos com as estratégias adotadas pelas forças de segurança é a redução de 100% nos casos de roubo a banco na modalidade “novo cangaço”, na qual o Estado mantém estabilidade nos números, não registrando nenhum caso desse tipo há um ano e dez meses. Os dados foram apresentados pela Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), por meio da Secretaria-Adjunta de Inteligência e Análise Criminal (Siac).

A redução no número de ocorrências é considerável em comparação ao ano de 2018, quando foram registrados 19 casos. O último crime nesta modalidade foi em 8 de setembro de 2023, na cidade de Viseu, nordeste paraense. O caso foi totalmente esclarecido e os integrantes presos pelas equipes policiais integradas.

A prática de roubo a banco na modalidade “novo cangaço” ainda é registrada em outros estados do Brasil. O Pará segue apresentando não apenas redução, como não registra ocorrências há mais de um ano, mantendo essa estabilidade de forma consecutiva. Os números divulgados são fruto de um trabalho integrado, aliado aos investimentos contínuos em equipamentos de alta tecnologia, suporte para os agentes de segurança e à troca de informações entre as agências de inteligência, o que resulta em célere resposta nas investigações, ressalta o secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, Ualame Machado.
Segundo ele, "ainda que não tenhamos nenhum registro desde 2023, mantemos nossas ações de investigação, inclusive com ajuda de um comitê estabelecido para esse propósito, que se reúne para definir e alinhar estratégias com o objetivo de continuar atuando na prevenção, pois sabemos que é o melhor caminho no combate a esse tipo de prática criminal. Nossa estratégia fundamental é pautada na integração, aliada à inteligência, e com isso estamos conseguindo manter o Pará sem nenhum registro desse tipo de modalidade, o que mostra que nossas estratégias para coibir e inibir esse tipo de crime vêm sendo assertivas".

Estratégias - Em sete anos, o Governo do Pará investiu no fortalecimento e na reestruturação da Delegacia de Repressão a Roubos a Banco e Antissequestro, assim como na criação da Delegacia de Repressão a Facções Criminosas (DRFC), vinculada à Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO). Todos atuam na apuração e no combate a esse tipo de ocorrência, e na investigação e prisões dos envolvidos.
A integração das forças de segurança é outro ponto essencial para o sucesso na atuação das equipes policiais, que trabalham de forma preventiva e ostensiva nos casos.
Comitê - Em fevereiro de 2022 o Estado estabeleceu o Comitê Permanente de Enfrentamento às Ações Criminosas Contra Instituições Bancárias e Transportes de Valores, formado por especialistas de cada força de segurança, para a elaboração de estratégias de combate e prevenção da criminalidade em todo o território paraense.

A desarticulação antecipada das ações e o cumprimento de mandados de prisão expedidos contra integrantes de grupos criminosos estão entre as medidas que a segurança pública vem adotando para combater esse tipo de crime, destaca o secretário-adjunto de Inteligência e Análise Criminal, delegado André Costa.
"Atuamos na prevenção dessa modalidade de crime, e por meio do Comitê estratégias de inteligência e várias frentes de ação são deliberadas, planejadas e realizadas no eixo de aquisição, como viaturas blindadas, armas de fogo para atiradores de precisão, óculos de visão noturna e drones táticos, bem como a inovação na comunicação e tecnologia, além dos planos de enfrentamento, contenção e acionamento. Tudo é construído pelo Comitê e pelos especialistas que o integram, dentro das suas atribuições, no qual podem auxiliar o Sistema de Segurança Pública aprimorando o entendimento do assunto, e principalmente na prevenção de roubos a banco no Pará. A própria Polícia Civil, juntamente com o Ministério da Justiça, está realizando um curso voltado para essa temática, propondo o encontro entre os profissionais da área, justamente para aprimorar ainda mais o conhecimento e articular estratégias para mantermos essa prática criminosa distante do nosso Estado”, informa o titular da Siac.
O roubo a banco na modalidade vapor, novo cangaço ou domínio de cidades é caracterizado pela violência de grupos criminosos que chegam a um município fortemente armados, dominando a população e as forças de segurança pública, e atacando instituições. O termo foi usado no Pará no início dos anos 2000, mas a forma de atuação também é comum nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil.