Período de calor intenso exige atenção redobrada para evitar arboviroses
Mesmo com a diminuição das chuvas, o verão amazônico requer cuidados para prevenir doenças virais, como dengue, zika e chikungunya
Com a diminuição das chuvas em algumas regiões do Pará, período conhecido como verão amazônico, é comum que a população relaxe os cuidados que previnem arboviroses (doenças virais transmitidas por mosquitos, aranhas e carrapatos). No entanto, mesmo neste período de mais horas de sol e calor intenso, ainda chove no fim da tarde e à noite, o que favorece a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya. Por isso, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) reforça que a prevenção continua sendo a melhor forma de combater essas doenças.
Segundo a coordenadora estadual de Entomologia da Sespa, Bárbara Almeida, mesmo com a redução dos índices pluviométricos, os cuidados devem permanecer. “Durante o verão, realmente temos uma diminuição na densidade vetorial e, consequentemente, no número de casos. Porém, isso não significa que o risco deixou de existir. A vigilância deve continuar, principalmente porque as chuvas ainda ocorrem com frequência no fim do dia e à noite”, reforça.
Sinais e sintomas - Entre os principais sintomas da dengue estão febre alta, dor de cabeça, dores musculares intensas, dor ao redor dos olhos, manchas vermelhas na pele, fadiga e falta de apetite. Já o zika costuma causar febre baixa, manchas vermelhas e vermelhidão pelo corpo. A chikungunya apresenta febre alta e fortes dores articulares, além de dor muscular, manchas na pele e cansaço extremo.
“A dengue é a que apresenta maior risco de complicações, podendo evoluir para casos graves. A chikungunya provoca fortes dores nas articulações, que podem durar semanas ou meses. Já o zika, embora mais leve, exige atenção por estar associado a complicações neurológicas, especialmente em gestantes”, explica a coordenadora.
Limpeza permanente - Para quem pretende aproveitar o período de estiagem em áreas de mata, sítios ou regiões próximas a rios, o ideal é usar sempre repelente e, se possível, roupas que protejam a pele contra picadas de insetos.
Para quem vai deixar a casa fechada por alguns dias, a orientação é adotar medidas preventivas antes de viajar. “É fundamental fechar a válvula geral de água, tampar bem os vasos sanitários, vedar ralos com fita adesiva, eliminar qualquer vasilhame que possa acumular água da chuva e deixar o quintal limpo. Se possível, deixe uma chave com um vizinho ou parente de confiança para permitir a vistoria dos agentes de saúde, caso necessário”, destaca Bárbara Almeida.
A coordenadora reforça, ainda, que a responsabilidade pela prevenção é coletiva, e começa dentro de casa. “Não adianta esperar só pelo poder público. O combate ao mosquito precisa do envolvimento de toda a comunidade. Ao menor sinal de febre ou outros sintomas, a recomendação é procurar imediatamente uma unidade de saúde para diagnóstico e acompanhamento”, acrescenta.
Cuidados diários nos domicílios:
* Manter caixas d’água, tonéis e barris bem fechados;
* Descartar corretamente o lixo e manter lixeiras tampadas;
* Evitar o acúmulo de água sobre lajes;
* Guardar garrafas com a boca virada para baixo;
* Armazenar pneus em locais cobertos;
* Proteger ralos com telas finas;
* Vedar fossas;
* Colocar areia nos suportes de vasos de plantas até a borda, e lavá-los semanalmente, e
* Eliminar qualquer objeto que possa acumular água, como tampas de garrafas ou cascas de ovos.
A Rede Básica de Saúde é a porta de entrada para o atendimento de pacientes com sintomas. Quem apresentar febre alta (acima de 38°C), dor no corpo e articulações, dor atrás dos olhos, mal-estar, falta de apetite e/ou dor de cabeça deve procurar atendimento médico imediato.