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Sespa defende vigilância em saúde pautada na intersetorialidade

Por Redação - Agência PA (SECOM)
20/10/2017 00h00

Durante palestra pautada no tema central da 1ª Conferência Estadual de Vigilância em Saúde - “Vigilância em Saúde: Direito, Conquistas e Defesa de um SUS Público de Qualidade” – realizada nesta quinta-feira (19), no Belém Hall, a diretora de Vigilância em Saúde da Sespa, Rosiana Nobre, defendeu o financiamento, a intersetorialidade, a participação popular e a informação para uma efetiva Vigilância em Saúde.

No que tange ao financiamento, este é fundamental para que se tenha recursos humanos, equipamentos e toda estrutura necessária a uma Vigilância em Saúde de fato. “E esse financiamento também precisa ser específico e deve considerar as peculiaridades da nossa região, explicou Rosiana.

Em relação à intersetorialidade e à participação popular, o objetivo é evitar que a Vigilância em Saúde se limite a fazer intervenção apenas em situações emergenciais, mas, sim, que esteja atenta aos casos agudos e agravos no dia a dia, incluindo a vigilância às doenças crônicas que afetam milhares de pessoas no Brasil. “A epidemia recente de Zyca, Dengue e Chikungunya provocada pelo mosquito Aedes aegypti foi importante para nos alertar sobre a necessidade de haver uma vigilância constante e de se acelerar a criação de uma Política Nacional de Vigilância em Saúde”, afirmou a diretora da Sespa. “A intersetorialidade e participação popular são fundamentais porque é impossível a Saúde trabalhar sozinha”, ressaltou.

Ela enfatizou a importância da informação e defendeu a criação de um Sistema de Informação de Vigilância em Saúde que integre todas as áreas da Saúde para que o município possa ver a situação de forma ampla e integrada. “Hoje, existem vários sistemas de informação, mas eles não são integrados”, lamentou.

Rosiana falou também da importância de os dados serem analisados, o que não vem sendo feito a contento. Como exemplo, citou o incremento nos casos de malária, que pode estar considerando como casos novos aqueles de pessoas que abandonaram o tratamento. “É apenas uma hipótese. Outro exemplo são os casos de microcefalia causados pelo Zyca vírus, que precisam ser acompanhados para se saber como estão as crianças”, explicou.

A diretora da Sespa citou, ainda, a importância da aproximação com a Educação e a Assistência Social e outros segmentos para que possa ser realizado um trabalho integrado. “Os conselheiros também precisam se apropriar das informações e dos direitos garantidos na Constituição. Não podem deixar que se faça saúde sem respeito à população local”, alertou Rosiana.

A sanitarista destacou, por fim, a importância da notificação, diagnóstico e informação para uma melhor intervenção. Com isso, a maioria das ocorrências poderia ser evitada. E contou o caso de uma agente comunitária de saúde que, com olhar diferenciado, ajudou a descartar um caso suspeito de febre maculosa porque sabia onde conseguir amostras de sangue da vítima. “É dessa vivência cotidiana que saem soluções para muitos desafios”, afirmou Rosiana.

Segundo a diretora da Sespa, a Conferência Nacional de Vigilância em Saúde é uma prioridade para Conselho Nacional de Saúde (CNS), para o Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass) e também para o Conselho Estadual de Saúde (CES) e Conselhos Municipais de Saúde. “Eu participei de 22 conferências municipais de Saúde, então temos que sair daqui com um debate qualificado e apresentar diretrizes que fortaleçam as ações de prevenção de doenças, e promoção e proteção da Saúde. Como já dizia nossas avós “é melhor prevenir do que remediar”. “Vamos para Brasília com diretrizes de acordo com a nossa realidade e que trate o Pará como deve ser tratado”, concluiu.