Pará participa de encontro interamericano para aumentar exportação agropecuária
O Pará produz e exporta soja, milho, pescado, óleo de palma, pimenta do reino, cacau, carne e açaí. Também vende para os Estados Unidos, China, Rússia, países do Oriente Médio e comunidade europeia. Segundo a Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará (Fapespa), a balança comercial paraense encerrou o mês de julho deste ano com saldo positivo de US$ 1 bilhão. O extrativismo mineral contribui em muito para os números positivos, mas os produtos de base agropecuária também colaboram para o bom desempenho. Em julho, a exportação da soja paraense registrou crescimento de 29,22% e a castanha-do-Pará, 249,12%.
Mas o Pará quer exportar ainda mais. Por isso, o Estado participa da RISAVIA 2015 - Reunião Interamericana de Serviços Nacionais de Sanidade Animal, Vegetal e Inocuidade dos Alimentos – Frente aos Desafios do Comércio Internacional, promovida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA). O secretário de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca, Hildegardo Nunes, é um dos participantes do encontro, que reúne diretores de serviços oficiais de defesa de 36 países das três Américas e dirigentes de organismos internacionais ligados à agricultura e pecuária.
O Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) é um organismo internacional, fundado em 1942, especializado em agricultura e bem estar rural vinculado à Organização dos Estados Americanos (OEA). Os principais objetivos da RISAVIA são dotar os países de instrumentos que contribuam para dinamização do comércio agropecuário e discutir meios de harmonizar as medidas sanitárias e fitossanitárias nos países das Américas. Essas medidas são estabelecidas para proteger a vida e a saúde humana e animal de riscos oriundos de contaminantes, doenças, pestes e organismos causadores de doenças, entre outros, e à sanidade vegetal. São fundamentadas em requisitos técnicos, sanitários, ambientais e laborais, entre outros. A falta de bases científicas pode representar entraves comércio internacional de produtos agropecuários.
No evento, os representantes dos países, terão oportunidade de trocar conhecimentos sobre os desafios e oportunidades para melhorar a sanidade agropecuária e a inocuidade dos alimentos. A partir de argumentos técnico-científicos e uso de tecnologias, os países poderão, além de fortalecer suas capacidades técnicas, chegar a novas medidas que lhe deem mais competitividade nos mercados. Para o secretário Hildegardo Nunes, o encontro é importante pois mostra que o Pará está bem adequado às medidas sanitárias e fitossanitárias tomadas pelos países americanos e exigidas pelos países importadores, principalmente da Europa e Ásia. Nos últimos cinco anos, disse Hildegardo, o Pará tem fortalecido suas agências de defesa e tomado medidas de controle da sanidade animal para se adequar às exigências dos países importadores de nossos produtos.
Sobre a polêmica da reabertura das exportações de carne brasileira para o mercado norte-americano, que não incluiu a carne produzida no Pará, Hildegardo disse que aguarda para os próximos meses a chegada da missão norte-americana que vem atualizar a lista de estados brasileiros aptos à exportação de carne bovina. "Quando o fim do embargo foi anunciado, afirmou o secretário, os norte-americanos tinham em mãos uma lista encaminhada pelo governo brasileiro no ano de 2002 com os estados que, à época, já haviam recebido a certificação de zona livre de aftosa e o Pará não estava na lista", disse Hildegardo Nunes.
Há dois anos o Pará está livre da aftosa e agora a missão virá ao estado comprovar esse fato e nós poderemos exportar nossa carne bovina para os Estados Unidos, completou. “Vamos continuar pressionando para que o Pará seja incluído o mais breve possível na lista, afinal temos o quarto maior rebanho brasileiro, com mais de 21 milhões de cabeças, e somos reconhecidos pela Organização Mundial de Saúde Animal como área livre de aftosa com vacinação”, afirmou Hildegardo.