“Na Amazônia, vamos construir com todos os brasileiros um chamamento global para a transformação do planeta”, afirma Helder Barbalho
Governador participou de painel sobre a COP30 em São Paulo e declarou que a conferência será uma oportunidade para a construção de soluções para a transformação do planeta

O governador do Estado, Helder Barbalho, afirmou nesta quarta-feira (11) que a próxima Conferência do Clima das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30, que será realizada em Belém, vai ser uma oportunidade para a construção de soluções para a transformação do planeta, em um processo que envolverá o que ele definiu como “um chamamento global”.
Em sua participação no Febraban Tech, principal congresso anual sobre tecnologia e inovação do setor financeiro, com foco no posicionamento estratégico na América Latina, o governador também destacou políticas ambientais e climáticas que vêm transformando a história do Pará e contribuindo para uma mudança do uso dos recursos do solo e da floresta, processo cujos resultados vêm ganhando destaque nacional e internacional.
Helder Barbalho participou do painel “COP30: Brasil no centro da transformação verde”, ao lado do presidente do Banco da Amazônia, Luiz Lessa, e do diretor-executivo de Sustentabilidade, Cidadania Financeira, Relações com o Consumidor e Autorregulação da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Amaury Oliva.
Durante sua fala, o governador enfatizou o papel estratégico que o Brasil pode desempenhar no cenário global. “Permitir ao Brasil que seja líder global, não apenas em discurso, mas em estratégias que possam garantir a alavancagem, estimulando janela de oportunidades de novos negócios”, afirmou. Segundo ele, o mundo está em busca de alternativas econômicas alinhadas ao combate às mudanças climáticas, e o sistema financeiro deve ser “indutor deste processo”.

O chefe do Executivo Estadual reforçou a repercussão dos efeitos das mudanças climáticas, ressaltando que o que acontece na floresta amazônica repercute diretamente em grandes centros urbanos, como São Paulo, e que essa consciência precisa ser internalizada se o Brasil quiser ser autoridade global no tema. “Justiça climática precisa estar acompanhada de justiça social. Só assim poderemos cuidar das pessoas que vivem debaixo da copa das árvores”, afirmou.
Pioneirismo - O governador destacou também o pioneirismo do Pará ao incluir a educação ambiental na grade curricular das escolas estaduais, com o objetivo de “gerar uma cultura de consciência”. Segundo ele, o Estado já estabeleceu metas claras para a redução das emissões e vem investindo em uma economia de baixas emissões. “Não é possível fomentar economias que impactem diretamente o meio ambiente”, disse. Para o governador, a mudança precisa ser também econômica: “quem não compreender pela consciência, vai compreender pela mudança econômica”, afirmou.
Helder Barbalho defendeu mecanismos como o Sistema Jurisdicional de REDD+, Pagamento por Serviços Ambientais e o Programa Pecuária Sustentável, por meio do qual o Estado já está fazendo a rastreabilidade de seu rebanho, como ferramentas para valorizar a floresta viva. “Nós só vamos vencer e deixar o legado se no final da COP a floresta viva possa valer mais do que a floresta morta”, afirmou. O governador também citou o acordo para a captação de recursos de REDD+, realizada pelo Pará — 12 milhões de toneladas — como exemplo do potencial do Pará como modelo global.
Helder Barbalho defendeu o fortalecimento da bioeconomia, com agregação de valor em cadeias produtivas como fármacos, cosméticos e alimentos. Citou, ainda, o estímulo à produção sustentável de grãos, cacau e açaí, conciliando lavoura, pecuária e floresta como forma de aliar produtividade e preservação ambiental.

Chamado coletivo - Por fim, o governador fez um chamado coletivo. “Eu gostaria, nesse encerramento, de convidar a todos, convidar o Brasil, para viver esse momento. A COP não é de Belém, a COP não é da Amazônia, a COP é do Brasil, é do mundo. O que acontecerá em Belém repercutirá na vida de todos nós, nas atividades empresariais que estão afeitas aos impactos climáticos.”
Segundo ele, o maior desafio e também a maior oportunidade da COP30 é garantir que o evento não seja apenas mais uma conferência, mas um marco concreto. “A COP da implementação, que seja menos discurso, menos assinatura de termos de compromisso e mais efetivas ações das grandes potências globais, que são as maiores emissoras”, concluiu.