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Vigilância em Saúde eficaz depende de trabalho integrado

Por Redação - Agência PA (SECOM)
20/10/2017 00h00

O médico e assessor especial da Sespa, Helio Franco, afirmou, na quinta-feira (19), durante a I Conferência Estadual de Vigilância em Saúde, que a Vigilância em Saúde é um dos pilares mais importantes da Saúde Pública, que deve trabalhar de forma integrada com todos os níveis de Atenção à Saúde e também com outros setores da sociedade.

Helio Franco foi o expositor do eixo principal da Conferência “Política Nacional de Vigilância em Saúde e o fortalecimento do SUS como Direito de Proteção e Prevenção da Saúde do povo brasileiro – Fortalecimento dos Programas e Ações de Vigilância em Saúde”.

Segundo ele, deve haver integração da Vigilância em Saúde desde a Atenção Primária até a Rede Terciária, formada pelas instituições hospitalares. “No caso da Atenção Primária, deve ser sua irmã siamesa, pois a Atenção Primária é responsável pela prevenção de doenças e promoção da saúde. A notificação deve ser feita não quando se tem certeza de que algo errado está acontecendo, mas sim quando se desconfia de que algo está acontecendo. Temos que ser como escoteiros, estar sempre alerta”, enfatizou o médico.

Ele também defende a intersetorialidade como fundamental para a Vigilância em Saúde, pois é preciso que outros segmentos como Educação, Assistência Social, Meio Ambiente, por exemplo, estejam também atentos às situações suspeitas. Como exemplo, ele citou a integração da Sespa com a Agência de Defesa Agropecuária (Adepará), que avisa sempre que ocorrem mortes de animais no campo. “Diante de qualquer coisa tem que informar imediatamente o serviço de saúde”, avisou.

Helio Franco também chamou atenção para o comportamento das pessoas, uma vez que o estilo de vida influencia na qualidade da saúde de cada indivíduo. Como exemplo, ele citou o consumo exagerado de embutidos, de refrigerantes e alimentos industrializados, que contêm conservantes e muitas substâncias químicas prejudiciais à saúde. E citou, ainda, o tabagismo como comportamento de risco para desenvolvimento do câncer, assim como a falta de cuidado no trânsito, que leva a acidentes graves, resultando muitas vezes em óbito e sequelas irreversíveis, que sobrecarregam o Sistema Único de Saúde (SUS).

Para o médico, a Saúde acaba tendo que resolver problemas que tem origem em outros segmentos. “Por que a indústria automobilística produz veículos que correm 250 quilômetros por hora se a velocidade máxima nas estradas é de 110 km/hora?”, questionou. “Além disso, toneladas de monóxido de carbono são jogadas diariamente no ar, fazendo com que 80% da população respire monóxido de carbono na zona urbana das cidades”, completou.

Helio Franco disse que muitas situações podem ser evitadas com medidas simples como o pré-natal adequado para que menos mulheres morram durante ou após o parto em função da hipertensão arterial. Outro exemplo, nessa área de Saúde da Mulher, é o número elevado de gravidez na adolescência, que tem como consequência a geração de crianças com futuro social comprometido pela falta de estrutura na família. “Na Santa Casa, 30% dos partos são de adolescentes”, informou.

Helio Franco propõe que as Conferências de Saúde tenham delegados de outros segmentos para que compreendam que muita coisa que chega para a Saúde resolver teve origem em outro setor da sociedade.

Por fim, Helio Franco informou que desde 2013, um grupo técnico nacional, com representantes do Ministério da Saúde e outras instituições, vem esboçando a Política Nacional de Vigilância em Saúde, que deverá ser consolidada com as diretrizes aprovadas na I Conferência Nacional de Vigilância em Saúde, a ser realizada de 21 a 24 de novembro, em Brasília.