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Pará reforça compromisso com saúde integral da mulher e redução da mortalidade materna

No Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher, Estado apresenta avanços na assistência e prevenção em todas as regiões

Por Bianca Botelho (SESPA)
28/05/2025 08h00

Garantir todos os cuidados à saúde da mulher, com o reforço da rede de assistência no Estado, é um dos principais compromissos da atual gestão do Governo do Pará. Nesta quarta-feira (28), Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher e Dia Nacional de Combate à Mortalidade Materna, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) destaca os avanços em políticas públicas voltadas para garantir uma saúde integral, digna e acessível a todas as mulheres paraenses.

A data serve como marco de reflexão e mobilização em torno das desigualdades de gênero e da necessidade de enfrentar desafios históricos, como a redução da mortalidade materna - ainda uma realidade significativa no Brasil e no Pará. Desde 2019, o Governo do Estado assumiu esse compromisso ao firmar o Pacto pela Redução da Mortalidade Materna, que impulsionou uma série de ações estratégicas para garantir o acesso ao pré-natal de qualidade, à assistência obstétrica segura e ao fortalecimento da rede de atenção à saúde da mulher.

Esse esforço tem se refletido nos números. O Pará reduziu os óbitos maternos de 131 em 2020 para 76 em 2024. Outro avanço importante foi a ampliação do acesso ao planejamento reprodutivo. Em 2023, o número de hospitais estaduais habilitados a realizar laqueadura aumentou de 1 para 9. Além disso, foram realizados mais de 26 mil exames preventivos de Papanicolau em mulheres de 25 a 64 anos e 5.314 mamografias em mulheres da faixa etária prioritária de 50 a 69 anos. Esses dados refletem a importância das ações preventivas no enfrentamento aos cânceres de colo de útero e de mama.

A coordenadora estadual de Saúde da Mulher da Sespa, Nicolli Mendes, ressalta que a política pública está centrada em quatro eixos principais: atenção à mulher no planejamento reprodutivo, pré-natal, parto e nascimento; prevenção do câncer de colo de útero e de mama; climatério; e atenção às mulheres vítimas de violência. “As ações abrangem todos os ciclos da vida da mulher, com serviços oncológicos especializados e diagnósticos precoces presentes em todas as regiões do Estado”, destacou.

Além do cuidado durante a gestação e o parto, a política estadual contempla outras frentes essenciais, como a atenção às doenças cardiovasculares - que figuram entre as principais causas de morte feminina - e aos transtornos mentais, frequentemente agravados pelas desigualdades sociais e pelos múltiplos papéis exercidos pelas mulheres.

Justiça reprodutiva e acesso ampliado a métodos contraceptivos
 
O Governo do Pará também tem investido na ampliação da oferta de métodos contraceptivos, especialmente os de longa duração (LARCs), promovendo justiça reprodutiva e redução de gestações não planejadas, principalmente entre adolescentes. Pela primeira vez no Estado, a anticoncepção primária e secundária passou a ser oferecida não só em unidades hospitalares, mas também em unidades ambulatoriais, facilitando o acesso a informações qualificadas e ao direito de escolha sobre a reprodução.

A estratégia tem como prioridade mulheres em contato frequente com os serviços de saúde do Estado, principalmente no pós-parto e no pós-aborto. Nestes casos, as pacientes recebem orientação contraceptiva e têm a possibilidade de inserção do DIU de cobre ainda durante a internação ou no acompanhamento ambulatorial. A medida também beneficia mulheres que aguardam por laqueadura, contribuindo para evitar gestações indesejadas durante esse período de espera.

Hospital da Mulher do Pará: referência em acolhimento e atendimento especializado
 
Um marco importante na política estadual de saúde da mulher foi a entrega do Hospital da Mulher do Pará, em Belém, pelo governador Helder Barbalho. A unidade é dedicada exclusivamente à saúde da mulher, incluindo também homens e mulheres trans, e se tornou referência no atendimento de urgência e emergência para mulheres em situação de violência sexual e doméstica, além de oferecer assistência especializada em diversas áreas médicas.

O hospital já realizou, desde o dia 8 de março até o momento:

- 1.172 internações

- 974 cirurgias

- 5.982 consultas

- 25.112 exames

- 31 atendimentos a mulheres em situação de violência

A unidade, que dispõe de 11 pavimentos, conta com 120 leitos, sendo 100 destinados à internação e 20 à Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A estrutura permite a realização de consultas, exames e cirurgias, com todos os atendimentos regulados pelo sistema estadual de saúde. Entre os serviços ofertados estão análises laboratoriais, coleta de exame preventivo (Papanicolau) e exames de imagem como raio-X, ultrassonografia, mamografia, tomografia, ressonância e ecocardiograma - todos realizados com equipamentos modernos e conduzidos por profissionais qualificados.

Entre as especialidades médicas disponíveis estão: cardiologia, cirurgia geral, cirurgia plástica reparadora, cirurgia vascular, dermatologia, endocrinologia, clínica da dor, ginecologia, mastologia, neurocirurgia, neurologia, otorrinolaringologia e urologia. O hospital também oferece atendimentos em fisioterapia, enfermagem, serviço social e psicologia, compondo um atendimento integral e humanizado.

A diretora-geral da unidade, médica intensivista Nelma Machado, reforça a importância da atenção especializada. “O hospital desempenha um papel fundamental na promoção da saúde da mulher, oferecendo acolhimento qualificado e suporte para as questões médicas e sociais que impactam diretamente na qualidade de vida desse perfil”, afirmou.

A paciente Ana Melissa Loureiro, de 30 anos, moradora do bairro da Pratinha I, em Belém, compartilhou sua experiência com a unidade. “Sempre tive problemas no útero e nos ovários. Mesmo sendo operada, as dores voltavam. Comecei a apresentar sintomas mais graves, como uma hemorragia prolongada. Fui encaminhada para o Hospital da Mulher e agora estou em investigação. Esse hospital é muito bom e importante. Às vezes a gente vai a outros hospitais e não consegue diagnóstico. Aqui, o atendimento é diferenciado”, contou.

Mais avanços pela frente
 
A previsão é que, nos próximos meses, o Hospital da Mulher do Pará incorpore novos serviços, ampliando o acesso a ações de prevenção, educação em saúde e assistência especializada — pilares fundamentais para a promoção do bem-estar e da saúde das mulheres paraenses.

A secretária de Estado de Saúde, Ivete Vaz, reforça o compromisso da gestão com a saúde feminina. “Cuidar da saúde da mulher é cuidar da saúde da sociedade como um todo. Nosso compromisso é garantir que todas as mulheres paraenses tenham acesso a uma assistência integral, qualificada e humanizada, que respeite suas escolhas e necessidades em todas as fases da vida. Seguiremos avançando na implementação de políticas públicas que promovam a equidade, a prevenção e o atendimento resolutivo, reduzindo as desigualdades e garantindo a proteção da vida feminina no nosso Estado”, finalizou.

 

Texto: Bianca Botelho - Ascom Sespa.