Pará promove capacitação sobre tratamento direto na lesão da Leishmaniose Tegumentar em Marabá
Treinamento visa qualificar médicos e enfermeiros para ampliar a adesão à técnica recomendada pelo Ministério da Saúde

A Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa), em parceria com o Ministério da Saúde, promove nos dias 20 e 21 de maio uma capacitação sobre o manejo clínico da Leishmaniose Tegumentar (LT), com ênfase no tratamento por meio da técnica intralesional com Glucantime. O treinamento acontece na sede do 11º Centro Regional de Saúde (CRS), em Marabá.

A capacitação é ministrada pelos médicos consultores do Ministério da Saúde, Dr. Armando Schubach e Dra. Maria Cristina Duque, referências nacionais na aplicação da técnica. O público-alvo são médicos e enfermeiros que atuam diretamente na assistência a pacientes com Leishmaniose nas áreas de abrangência dos 10º, 11º e 12º Centros Regionais de Saúde. Marabá foi escolhida como sede do evento por ser uma área endêmica para a doença e por sua localização estratégica, facilitando o deslocamento de profissionais de municípios vizinhos.
A coordenadora estadual de Leishmaniose da Sespa, Simony V. Guimarães, destaca a importância da capacitação. "A Leishmaniose Tegumentar no estado do Pará representa um desafio significativo para a saúde pública, devido à sua prevalência e ao impacto na qualidade de vida dos pacientes. O tratamento intralesional com Antimônio de Meglumina (Glucantime), embora recomendado desde 2017, ainda enfrenta certa resistência por parte dos profissionais. Este treinamento era uma demanda antiga e está sendo muito bem aproveitado, pois reúne profissionais dos municípios com maior número de notificações no estado. Acreditamos que, com capacitações como esta, fortalecemos os serviços de saúde locais e oferecemos um atendimento mais qualificado à população".

Dados epidemiológicos
De janeiro a abril de 2025, o Pará notificou 345 casos de Leishmaniose Tegumentar. Os municípios com maior número de registros são:
- Itaituba (35)
- Monte Alegre (22)
- Portel (19)
- Uruará (17)
- Altamira (14)
- Jacareacanga (13)
- Senador José Porfírio (12)
- Oriximiná (11)
- Novo Progresso (11)
- Rurópolis (10)

O que é a Leishmaniose Tegumentar?
A Leishmaniose Tegumentar é uma doença infecciosa, não contagiosa, causada por protozoários do gênero Leishmania, transmitida pela picada de insetos flebotomíneos, popularmente conhecidos como mosquito-palha. Afeta principalmente a pele e as mucosas, provocando lesões ulceradas ou não, que podem ser múltiplas e de difícil cicatrização.
Homens adultos em idade produtiva, expostos a áreas de mata por conta de atividades laborais, compõem o principal grupo de risco. A doença está presente em praticamente todo o território paraense, sobretudo em zonas rurais e periurbanas com cobertura vegetal.

Prevenção e tratamento - As medidas preventivas incluem o uso de roupas protetoras, aplicação de repelentes, manejo ambiental adequado (como a limpeza de quintais) e o afastamento de possíveis criadouros dos vetores das áreas residenciais.
O tratamento pode variar conforme o quadro clínico, realizado por via intralesional, intravenosa, injetável ou oral.

A Coordenação Estadual de Leishmaniose da Sespa já planeja novas ações formativas, incluindo uma próxima capacitação voltada ao manejo da Leishmaniose Visceral, para qualificar ainda mais a rede de atenção à saúde no Pará.