Estreia em Belém a exposição que celebra a memória da ativista Lélia Gonzalez
Mostra está aberta à visitação do público, até o dia 29 de junho, no Espaço São José Liberto, na Praça Amazonas, no bairro do Jurunas

Belém é a sétima capital brasileira a receber a programação do Projeto Memória Lélia Gonzalez – Caminhos e Reflexões Antirracistas e Antissexistas. A mostra se encerra na capital paraense. Em homenagem aos 90 anos do nascimento de Lélia Gonzalez, o projeto resgata a vida e a obra da escritora e ativista por meio de uma série de ações, incluindo a exibição de documentários, palestras e uma exposição com 18 painéis históricos que recontam sua trajetória e legado.
A mostra foi oficialmente aberta, na terça-feira (20), com um seminário que segue até esta quarta-feira (21). A exposição segue aberta à visitação do público até o dia 29 de junho, no Espaço São José Liberto, na Praça Amazonas, no bairro do Jurunas.

Representando o governador Helder Barbalho, a professora Edilza Fontes, atual diretora da Secretaria de Estado de Igualdade Racial e Direitos Humanos (Seirdh), participou da abertura da exposição.
Edilza Fontes disse da honra de participar da cerimônia e destacou a importância da realização do Projeto Memória Lélia Gonzalez na capital paraense. “Lélia tem um legado grande. Ela foi uma pessoa muito importante para o movimento feminista no Brasil, por ter lutado para uma mudança que tinha o objetivo de descentralizar o que era uma discussão voltada para uma classe média branca, dando visibilidade às diferentes vivências de mulheres negras.”

“Acho que Lélia foi importante para avançar nas questões acadêmicas, construir epistemologias, conceitos que dessem conta dessa visibilidade da mulher negra. Ela fez isso na academia e na militância, no Movimento Negro Unificado (MNU), tão importante para a nossa história”, complementou a titular da Seirdh.
Estiveram presentes na cerimônia de abertura o secretário-adjunto da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), Carlos Ledo; o presidente da Fundação Banco do Brasil, Kleytton Moraes; o diretor do Memorial Lélia Gonzalez e filho da ativista, Rubens Rufino; a presidente da Associação Amigos do Cinema e da Cultura (AACIC), Márcia Mara. Também estiveram presentes executivos da (AACIC), do Banco do Brasil e pesquisadores.
Carlos Ledo, secretário-adjunto da Sedeme , destaca que o Governo do Pará, por meio da Sedeme e das demais secretarias governamentais, reafirma seu compromisso e apoio a iniciativas que promovam a diversidade, a equidade e o fortalecimento cultural.

"Sabemos que projetos como este são essenciais para resgatar narrativas históricas e construir um futuro mais inclusivo e consciente. Reforço que o São José Liberto está de portas abertas para acolher eventos que retratem e celebrem a cultura, promovendo espaços de diálogo, reflexão e fortalecimento da nossa identidade", disse Carlos Ledo.

Rubens Rufino, 63 anos, filho de Lélia Gonzalez, destacou a importância do projeto para manter vivo o legado de sua mãe.
“Minha mãe teve uma trajetória marcada pela luta contra o racismo e o sexismo. Ela foi incansável na busca por Justiça social e abriu mão da vida pessoal para se dedicar, com coragem, à igualdade racial e de gênero", disse ele.
Rufino também comentou a homenagem recebida pela ativista: “A Universidade de Brasília concedeu a Lélia Gonzalez o título de Doutora Honoris Causa post mortem, reconhecendo sua contribuição fundamental para a cultura brasileira e sua atuação como intelectual, ativista e professora”, complementou o filho de Lélia Gonzalez.

A iniciativa teve início em abril de 2024 e já passou por Salvador (BA), Belo Horizonte (MG), São Luís (MA), Brasília (DF), Rio de Janeiro (RJ) e Porto Alegre (RS).
O evento é realizado pela Associação Amigos do Cinema e da Cultura, em parceria com a Fundação Banco do Brasil. Em Belém, conta com o apoio do Governo do Pará, por meio das secretarias estaduais de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme) e de Educação (Seduc).

Como parte de sua programação, oferece visitas escolares orientadas e gratuitas, beneficiando cerca de dois mil estudantes do ensino médio. A iniciativa amplia o acesso de jovens à história e ao legado da ativista, promovendo educação e reflexão sobre igualdade racial e de gênero.
Confira a programação Aqui
Serviço:
O horário de funcionamento do Espaço São José Liberto (ESJL) é de terça a sábado, das 10h às 18h, e aos domingos e feriados, das 10h às 14h.
Texto com a colaboração da jornalista Juliana Maia / Ascom Seirdh