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Semana dos Museus discute a memória e a salvaguarda da cultura de comunidades quilombolas

Associação quilombola Mariquita participa de atividades promovidas pela Secult no Museu do Estado e no Palacete Faciola

Por Amanda Engelke (SECULT)
16/05/2025 20h52

A Secretaria de Estado de Cultura (Secult) promoveu, nesta sexta-feira (16), o encerramento da programação da 23ª Semana Nacional dos Museus com foco na valorização da memória e da ancestralidade quilombola. As atividades tiveram início no Museu do Estado do Pará (MEP) com a mesa-redonda “Patrimônio Cultural Quilombola: ancestralidade e memória da comunidade de Vila Socorro Mariquita em Tomé-Açu”, como parte do projeto Diálogos com o Patrimônio, desenvolvido pelo Departamento de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (DPHAC).

“Hoje estamos recebendo aqui no Museu do Estado uma programação que é do DPHAC, trazendo comunidades tradicionais de Tomé-Açu, falando sobre suas tradições, seus projetos, inclusive discutindo a implementação de um museu de base comunitária na Vila Socorro. Isso mostra que os trabalhos realizados pela Secult têm conseguido uma interiorização, uma vez que temos uma comunidade tradicional presente aqui”, destacou o diretor do MEP, Bruno Silva.

A mesa foi composta por representantes de diversas instituições e movimentos sociais: Paulo Canto (SIMM/Secult), Cristina Sena (MPEG), Kelton Mendes (Amazônia Arqueologia), Duda Conceição (AMAQUIM/MOCAMBO) e Domingos Prudente Freitas, presidente da Associação Mariquita, que reúne três comunidades quilombolas – Vila Socorro, São José Castanhalzinho e Santa Rosa Almoçador, todas no município de Tomé-Açu.

“A nossa comunidade é centenária, e já reunimos cerca de 150 peças históricas. Já tivemos conversas com a ideia de montar um grande projeto para criar o nosso próprio museu comunitário. Estamos lutando para isso”, afirmou Domingos Freitas.

A técnica em gestão patrimonial do DPHAC, Silene Nambiça, ressaltou o papel do departamento na valorização da memória coletiva e da identidade cultural. “O DPHAC tem tido esse papel de mediador da educação patrimonial, no processo de construção de museus, e na valorização desses achados como forma de autoafirmação das comunidades, por uma questão de legitimidade, para contar novas histórias e comunicá-las às novas gerações”, explicou.

Feira Preta e protagonismo feminino – No período da tarde, a programação seguiu no Centro Cultural Palacete Faciola com a 1ª Feira Preta, que contou com a participação de mulheres quilombolas do grupo Rosas Negras. Artesãs e artistas da comunidade expuseram biojoias, roupas e acessórios que exaltam a ancestralidade africana, a criatividade e o patrimônio imaterial presente na produção artesanal.

Na sequência, foi realizada a mesa-redonda “Empoderamento e Trabalho: as práticas artísticas, culturais e políticas das mulheres artesãs do Quilombo de Mariquita”, com as participações de Ana Maria Freitas, Maria da Luz Reis, Reyviane Almeida e Adélia Paiva.

A programação da tarde também incluiu uma visita à exposição Tó Teixeira – Mergulho na Vida e Obra e a exibição do documentário Tó, Violão Mestre, dirigido por Felipe Cortez, também no Palacete Faciola.

A 23ª Semana Nacional dos Museus se encerra no domingo (18), com entrada gratuita garantida nos museus estaduais até o fim da programação.

Texto: Juliana Amaral, Ascom Secult