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Entraves na economia de Aveiro são discutidos no Ministério do Meio Ambiente

Por Redação - Agência PA (SECOM)
10/09/2015 20h24

Um total de 17.158 quilômetros quadrados, cerca de 15 mil habitantes e uma economia estagnada. O primeiro passo para mudar esse cenário foi dado nesta quinta-feira (10), em Brasília, para que Aveiro, às margens do Rio Tapajós, no sudoeste paraense, retome o crescimento econômico. Durante audiência no Ministério do Meio Ambiente, o vice-governador Zequinha Marinho ouviu da titular da pasta, Izabella Teixeira, a promessa que um dos maiores entraves para o crescimento de Aveiro seja revisto.

O entrave atende pelo nome de Floresta Nacional (Flona) do Tapajós, a unidade de conservação localizada às margens do rio homônimo. A exploração sustentável de parte dos 527 mil hectares da Flona pela população de Aveiro é a saída para que os habitantes do município encontrem uma forma de geração de emprego e renda, deixando a dependência das únicas fontes de renda atuais: as bolsas assistenciais do governo federal e a maior delas, a prefeitura.

Essa segunda fonte, aliás, está cada vez mais seca. Em débito com a Previdência Social, a Prefeitura de Aveiro tem hoje 85% do Fundo de Participação do Município (FPM) bloqueados pela Receita Federal. “Acordos absurdos feitos por administrações municipais anteriores com a Previdência para pagamento de dívidas inviabilizaram as administrações que vieram depois, quebrando o município”, disse o prefeito de Aveiro, Olinaldo Barbosa. Sem trabalho, a população está indo embora da cidade. Sem população, o repasse de verbas federais tende a cair ainda mais.

Zequinha Marinho cobrou da ministra uma concessão florestal para que Aveiro trabalhe e volte a crescer. “Temos produtos dentro da floresta, todos exportáveis, temos a pesca, podemos plantar, podemos trabalhar sem agredir a natureza”, disse o vice-governador. “Se uma concessão florestal para a Flona Tapajós, às proximidades de Aveiro, for autorizada, o povo vai responder com trabalho e desenvolvimento”, completou Zequinha Marinho.

A ministra concordou. De imediato, garantiu uma análise das concessões florestais já autorizadas para a região com a possibilidade de incluir Aveiro em futuras autorizações. Ela garantiu ainda levar o problema do bloqueio de repasses à prefeitura aos ministros Miguel Rossetto, da Secretaria Geral da Presidência da República, e Carlos Eduardo Gabas, da Previdência Social.  Uma nova reunião foi marcada, ainda para o mês de setembro, com o diretor do Ministério do Meio Ambiente responsável pelas concessões florestais, para dar andamento ao processo.

Cacau – Na mesma audiência, a deputada Júlia Marinho (PSC-PA), presidente da Comissão da Amazônia, na Câmara dos Deputados, pediu à ministra intervenção junto à Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), para garantir mais incentivo aos produtores de cacau no Pará. “Enfrentamos hoje problemas sérios, como a falta de incentivos, assistência e regras extremas de preservação, que inviabilizam o crescimento da produção de cacau no Pará”, disse a deputada. O Pará, segundo Júlia Marinho, é hoje o segundo maior produtor do fruto no Brasil.

“Produzimos cerca de duas toneladas por hectare, de cacau de excelente qualidade, e podemos produzir ainda mais, se conseguirmos levar uma produção mais profissional à Ilha do Marajó”, concluiu Júlia Marinho. A deputada informou à ministra que no próximo dia 18, um seminário em Belém vai debater os rumos da lavoura cacaueira no estado. O encontro deve gerar um documento com as principais reivindicações dos produtores ao governo federal. A ministra pediu que esse documento seja enviado a ela, para que o Ministério do Meio Ambiente garanta mais apoio aos produtores paraenses.