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Serviço de Fisioterapia do Hospital de Clínicas promove bem-estar a pacientes da hemodiálise

Atendimento intradialítico tem impactos positivos na mobilidade, autoestima e qualidade de vida a pessoas com doenças renais crônicas

Por Ascom (Governo do Pará)
06/05/2025 15h13
Fisioterapeuta Giane Warken cuida e orienta os pacientes durante as sessões de hemodiálise

Para quem vive a rotina desafiadora da hemodiálise, subir uma escada ou caminhar até a farmácia pode representar uma grande conquista. Nesse contexto, a fisioterapia é uma grande aliada na promoção da saúde física e emocional dos pacientes no Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (HC), em Belém, com impactos muito além do ambiente clínico.

Criado em agosto de 2024, o Serviço de Fisioterapia Intradialítica do HC promove bem-estar e melhor qualidade de vida aos pacientes em tratamento de hemodiálise. A iniciativa permite que os pacientes realizem exercícios físicos durante o tratamento na clínica, contribuindo para a prevenção de deformidades, alívio de dores e melhoria do condicionamento físico.

A fisioterapeuta Giane Warken, responsável pelo Serviço, informa que o atendimento visa combater os efeitos do imobilismo durante as sessões, que duram, em média, de três horas e meia a quatro horas. “A fisioterapia durante a hemodiálise ajuda a reduzir câimbras, dores e fadiga, além de atuar na reabilitação e prevenção de incapacidades físicas”, explica a profissional.

Ela afirma que, atualmente, o Serviço de Hemodiálise do HC atende 59 pacientes, dos quais 60% apresentam cardiopatias associadas. Os demais 40% possuem comorbidades, como hipertensão e diabetes, que também podem evoluir para doenças cardíacas. Segundo a profissional, “isso torna o acompanhamento fisioterapêutico ainda mais essencial”.

São utilizados recursos como exercícios aeróbicos e resistidos, usando faixas elásticas e o cicloergômetro – espécie de bicicleta estacionária adaptada. “Temos pacientes que realizam de 20 a 30 minutos de exercícios por sessão. A literatura já comprova os benefícios dessas práticas para a qualidade de vida”, informa Giane Warken.

Orientação - Além da atividade física durante a hemodiálise, os pacientes recebem orientações para o autocuidado em casa. “Ensinamos como cuidar da fístula arteriovenosa, que é o acesso utilizado durante a hemodiálise, e promovemos a manutenção da força muscular, sensibilidade e funcionalidade das mãos e braços”, acrescenta a fisioterapeuta.

A equipe também faz avaliações sensoriais e motoras, como mapeamento sensitivo, ajudando o paciente a identificar áreas com dormência ou perda de sensibilidade, e oferecendo estímulos para recuperar essas funções.

Corpo e mente - O fisioterapeuta é integrado a uma equipe multiprofissional, e busca atender o paciente considerando, também, o aspecto emocional. “Muitos dos nossos pacientes enfrentam dores, tensões e até depressão, em decorrência da rotina da hemodiálise e da própria limitação física. Por isso, a saúde mental é parte do nosso cuidado”, diz a fisioterapeuta.

O atendimento considera o aspecto biopsicossocial dos pacientes, promovendo um cuidado integral. Segundo a profissional, pacientes ativos são mais motivados para enfrentar a rotina do tratamento. “Recebemos relatos de pacientes que passaram a caminhar mais, subir escadas e sentem menos cansaço no dia a dia”, relata Giane Warken, acrescentando que melhor disposição física reflete diretamente na autoestima e na motivação dos pacientes. “Eles chegam dizendo: ‘antes eu não conseguia sair de casa; agora, consigo fazer compras e voltar sozinho’. Isso nos mostra que a atividade física tem um impacto direto na qualidade de vida”, garante.

Jarina Beatriz Cardoso faz tratamento no HC há 11 anos

Fortalecimento - A paciente Jarina Beatriz Cardoso, 36 anos, em tratamento no HC há 11 anos, compartilha a importância da fisioterapia em sua rotina. “Eu gosto de fazer fisioterapia porque é necessário a gente fazer uma atividade física. É um trabalho que é feito com muita excelência, e que também é necessário, porque a gente sai daqui muito fraco, também. Aí a fisioterapia ajuda um pouco mais a fortalecer nossas pernas e os braços. É bom a gente se mexer um pouquinho. E é muito bom que, graças a Deus, a gente tem esse tratamento também de fisioterapia, que é muito bom. Os profissionais também são muito bons. Eles atendem muito bem, com amor e carinho”, conta Jarina Cardoso.

A fisioterapia também ajuda os pacientes a conquistarem mais autonomia. A paciente Sandra do Socorro Costa, 58 anos, moradora de Marituba (na Região Metropolitana de Belém) e paciente renal crônica há quatro anos, avalia o Serviço como um complemento importante no tratamento clínico. “Eu avalio o trabalho da fisioterapia como uma coisa boa dentro do nosso tratamento. Em casa é difícil a gente fazer alguma atividade, mas às vezes eu faço atividade respiratória, e também já ando só, vou até no Ver-o-Peso sozinha, coisa que não fazia antes”, diz a paciente.

Paciente Sandra do Socorro Costa avalia o DServiço como um complemento importante ao tratamento clínico

O Serviço de Fisioterapia Intradialítica do HC prossegue em fase de adesão, mas já apresenta alta aceitação pelos pacientes, que relataram melhoria no bem-estar físico e emocional, segundo pesquisa de satisfação interna. Em uma próxima etapa, o Hospital pretende avaliar os resultados a longo prazo, com base em exames clínicos e laboratoriais.

Texto: Kelly Barros - Ascom/HC