Agência Pará
pa.gov.br
Ferramenta de pesquisa
ÁREA DE GOVERNO
TAGS
REGIÕES
CONTEÚDO
PERÍODO
De
A
HUMANIZAÇÃO

Após 30 dias em coma, mãe reencontra a filha recém-nascida no Hospital Abelardo Santos

Em Icoaraci, distrito de Belém, familiares parabenizam os serviços prestados pela maior unidade de saúde pública do Governo do Pará

Por Diego Monteiro (HRAS)
17/04/2025 13h10
Wilmara Silva, de 33 anos, e a filha recém-nascida, Wiliane. A mãe ficou 30 dias provocada por um quadro severo de eclâmpsia.

Após um mês em coma induzido, Wilmara Bentes da Silva, de 33 anos, finalmente pôde ter o primeiro contato íntimo com sua filha, Wiliane Vitória. O encontro ocorreu na manhã desta quinta-feira (17), no Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS), em Icoaraci, distrito de Belém, quando a paciente recebeu alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e foi encaminhada para a enfermaria da unidade.

Durante esse período, a servidora pública permaneceu sob os cuidados de uma equipe especializada composta por médicos e profissionais de diversas áreas da saúde, cuja atuação foi essencial para assegurar a vida e a recuperação tanto dela quanto da recém-nascida. “Foram momentos difíceis, em que me senti sem esperança, mas graças à equipe do Abelardo Santos, tudo terminou bem”, disse Wilmara.

Wilmara Silva: "Foram momentos difíceis, fiquei sem esperança, mas graças à equipe do Abelardo Santos, tudo terminou bem”

Moradora do bairro do Tapanã, a paciente enfrentou complicações graves durante o parto, realizado no próprio Hospital Abelardo Santos. Durante o procedimento, sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e precisou ser intubada com urgência. No mesmo dia, já internada na UTI, passou por duas Paradas Cardiorrespiratórias (PCR) e foi induzida ao coma para receber tratamento intensivo.

Segundo especialistas do HRAS, as complicações enfrentadas por Wilmara foram provocadas por um quadro severo de eclâmpsia — condição grave caracterizada por convulsões e alterações na pressão arterial durante a gravidez. Seu estado clínico era considerado delicado, exigindo cuidados intensivos. Agora, com a alta da Unidade de Terapia Intensiva, ela permanecerá sob cuidados na enfermaria.

Profissionais do HRAS acompanharam de perto a história da mãe e da bebê

Encontro

Compreendendo a importância da humanização como um dos pilares fundamentais no cuidado e no processo de recuperação física e psíquica do paciente, a equipe da UTI, sob a liderança da enfermeira Samara Silva, promoveu um encontro entre mãe e filha. Na ocasião, os pais de Wilmara, Laercio Bentes, de 68 anos, e a Dilma Bentes, de 56 anos, também foram convidados para participar desse momento.

Assim que Wilmara viu a filha não conteve a emoção. “Não chora, aqui é a mamãe. Oh, meu amor, aqui é a mamãe. Agora eu estou aqui com você”, sussurrava. Laercio aproveitou a oportunidade para agradecer por todo o cuidado prestado à sua filha e neta. “Se não fosse pelas mãos e dedicação de cada um deste hospital, a minha filha não estaria aqui. Vou ser eternamente grato por todo carinho”, afirmou.

Dilma também fez questão de parabenizar os serviços oferecidos pelo Hospital Abelardo Santos à sua família. “Essa é uma das melhores sensações que já tive na minha vida. Posso afirmar que recebi uma bênção: a melhora da minha filha e da minha neta. Enquanto eu viver, serei grata a Deus por dar conhecimentos e habilidades a todos esses profissionais. Muito obrigada por tudo”, declarou.

Mãe e filha permanecem sob observação no Hospital Abelardo Santos

Humanização

Esse é apenas um dos exemplos da abordagem acolhedora promovida pela maior unidade hospitalar pública do Governo do Pará. De acordo com a enfermeira Samara Silva, oferecer suporte emocional é tão importante quanto investir em tecnologia médica e sistemas de gestão eficientes. “E isso faz toda a diferença, desde a entrada do paciente até a sua alta”, disse a coordenadora da UTI.

Samara acrescenta que as iniciativas, como a desenvolvida com a mãe e a filha, colocam os usuários no centro do cuidado, respeitando suas demandas emocionais e promovendo um tratamento mais empático. “Isso inclui desde a escuta ativa dos profissionais até a personalização do atendimento, além da presença de familiares e a criação de um ambiente físico mais confortável para eles”, afirmou.

Para a diretora-geral do HRAS, Aline Oliveira, pacientes acolhidos e respeitados respondem melhor aos tratamentos, apresentam níveis reduzidos de estresse e ansiedade, e colaboram mais com as orientações médicas. Além disso, uma equipe de saúde que pratica a humanização também se beneficia, já que um ambiente mais harmonioso diminui o esgotamento profissional e melhora o clima organizacional.

A unidade é referência no atendimento à mulher e à criança, em quatro frentes pediátricas: pronto-socorro, cirurgia, internação clínica e na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), além do acolhimento nas Unidades de Cuidados Intermediários (UCIn). A pediatria do HRAS está estruturada com 10 leitos de UTI, 25 leitos de clínica pediátrica e um pronto-socorro infantil, com atendimento 24 horas.