Oficina coletiva constrói Plano de Gestão do Monumento Natural Atalaia em Salinópolis
Encontros reúnem representantes do poder público e de organizações da sociedade civil na área da Unidade de Conservação, com gestão do Ideflor-Bio

Com o encerramento da segunda semana da Oficina Preparatória para o Plano de Gestão do Monumento Natural Atalaia, em Salinópolis, nordeste paraense, o processo de escuta e construção participativa avança de forma consistente. Nos dias 15 e 16 de abril, os encontros reuniram representantes de organizações da sociedade civil e de órgãos públicos com atuação direta ou indireta na área da Unidade de Conservação (UC) do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), ampliando o diálogo e agregando diferentes perspectivas ao planejamento.

Na semana anterior, nos dias 8 e 9, a oficina já havia promovido reuniões com moradores do entorno do Monumento Natural Atalaia e pescadores que atuam na região da Ponta da Sofia. A estratégia adotada tem sido a de ouvir amplamente os atores sociais ligados ao território para levantar informações e construir, de forma conjunta, um plano robusto, alinhado às necessidades locais e aos objetivos de conservação ambiental.

Criado em 2018, o Monumento Natural Atalaia tem como missão proteger os ecossistemas costeiros e marinhos da região, ao mesmo tempo em que promove educação ambiental e fomenta o turismo sustentável. Para consolidar essas funções, a elaboração do Plano de Gestão é uma etapa essencial, pois o documento vai orientar o uso, a ocupação e as atividades permitidas na área e no seu entorno.

Escuta - A vereadora Aury Donato, presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara Municipal de Salinópolis, também participou da oficina e reforçou o papel do Poder Legislativo como aliado no processo. “Estamos aqui para nos colocar como parceiros do Ideflor e da comunidade. Essa oficina é um avanço muito importante para todos. Vamos continuar acompanhando e contribuindo com o que for necessário”, afirmou.

Representando o setor turístico, o empresário Sérgio Araújo destacou a importância da escuta ativa promovida durante as reuniões. “Queria parabenizar o Ideflor-Bio e toda a equipe. Foi muito produtivo. Estamos sendo ouvidos, e tenho certeza de que esse plano vai beneficiar muito o turismo local, que precisa ser regulamentado de forma responsável”, declarou.

A moradora Elizabeth Yamasaki, coordenadora do projeto GibiTeca, também celebrou a iniciativa. “Essa oficina trouxe esperança de que o plano saia do papel. Foi muito produtiva, e como nosso projeto atua com a comunidade, sabemos da importância desse plano para as regulamentações do entorno do Monumento Natural Atalaia”, destacou.
Metodologia - “Essa oficina preparatória serve para levantar informações fundamentais sobre a UC. Utilizamos metodologias participativas como o mapeamento, a linha do tempo, a análise FOFA e o calendário sazonal para entender melhor as dinâmicas locais e ambientais”, explica a representante da Comissão de Planos de Manejo do Ideflor-Bio, Márcia Segtowich. Segundo ela, a etapa atual é fundamental para reunir subsídios que irão compor o guia do participante da oficina principal, prevista como próxima fase do processo.
O diretor de Gestão e Monitoramento de Unidades de Conservação do Ideflor-Bio, Ellivelton Carvalho, destaca que a iniciativa está alinhada com as metas da instituição para 2025. “Esse é mais um dos vários planos de gestão que vamos implementar neste mandato. O objetivo é garantir o ordenamento territorial e a preservação do meio ambiente, equilibrando conservação e desenvolvimento local. A participação ativa da comunidade, como vimos nessas oficinas, é essencial, pois ninguém conhece melhor o território que quem vive nele”, pontua o gestor.

Etapas - Com a conclusão dessa fase preparatória, o próximo passo será a organização dos dados coletados nas oficinas, além das informações levantadas em campo no início de março e de referências científicas existentes sobre a UC. Essas informações serão consolidadas nos materiais de apoio para a oficina principal de elaboração do plano, que definirá diretrizes e regras para o uso sustentável da área.
O processo de construção do Plano de Gestão do Monumento Natural Atalaia exemplifica um modelo de governança participativa, em que conhecimento técnico e saberes locais se encontram para garantir a proteção de um patrimônio natural valioso, com impactos positivos para a biodiversidade e para a qualidade de vida das populações do entorno.