Com música, inclusão e emoção, Uepa acolhe calouros 2025 em Aula Magna memorável
Evento reuniu reitoria, professores, estudantes e artistas para celebrar o início da jornada acadêmica com incentivo, diversidade e compromisso social

Música, acolhimento e palavras de incentivo marcaram a Aula Magna dos calouros 2025 da Universidade do Estado do Pará (Uepa), realizada nesta terça-feira, 15, em Belém, com transmissão ao vivo para todos os campi do estado. O evento celebrou o início da jornada acadêmica de centenas de estudantes, reunindo reitoria, pró-reitorias e alunos em um momento simbólico de integração e boas-vindas.

Enzo Yuri, ingressante no curso de Engenharia Ambiental no campus XXII, em Ananindeua, compartilhou a empolgação com a nova fase. Morador da cidade, ele destacou a proximidade e a qualidade da instituição como fatores determinantes para sua escolha. “Escolhi a Uepa porque é uma boa universidade e o campus é perto de casa”, afirmou. Sobre a Aula Magna, completou: “Eu achei muito daora, gostei da dinâmica e tá tudo muito animado”.
Durante a cerimônia, os pró-reitores Carlos Capela (Gestão e Planejamento), Vera Palácios (Extensão), Jofre Freitas (Pós-graduação e Pesquisa) e Ednalvo Campos (Graduação) deram as boas-vindas aos calouros, incentivando o envolvimento acadêmico e o compromisso com a trajetória universitária nos próximos anos.
Um dos destaques da manhã foi a entrega da medalha Fernando Guilhon ao estudante Gabriel Alencar, primeiro colocado geral no Processo Seletivo 2025 da Uepa, celebrando o mérito e a dedicação dos novos ingressantes.
A vice-reitora Ilma Pastana ressaltou o papel singular da Uepa na oferta de cursos exclusivos na rede pública de ensino superior do estado, como Engenharia de Software, Ciências da Religião, Secretariado Executivo Trilíngue, Saúde Coletiva e Licenciatura Intercultural Indígena. “A Universidade do Estado do Pará tem essa característica de trazer essa demanda que o povo do Pará precisa”, afirmou. Ela também destacou a política de inclusão, mencionando a reserva de vagas para Pessoas com Deficiência (PcD) no processo seletivo deste ano.
Encerrando a solenidade, o reitor Clay Chagas compartilhou sua alegria por mais um momento simbólico de reencontro com os estudantes. “É um dia muito especial”, declarou, lembrando que a realização da Aula Magna foi retomada no ano passado como uma forma de acolher coletivamente os novos alunos. “Esse momento é quando a gente pode congregar com todos os nossos alunos que entraram na universidade”.
Em sua fala, o reitor reforçou a importância das conquistas individuais dos estudantes, valorizando o esforço de cada um. “Eu queria dizer para vocês que todos vocês, todos vocês, são o primeiro lugar para a gente. Todos vocês são vencedores e todo mundo sabe um pouco da história que nos levou a chegar nesse momento nessa universidade. Todos são vencedores, todos chegaram por mérito. A gente, uma hora ou outra, contribui e ajuda, mas o mérito é todo de vocês”.
Entre a sala de aula e o palco
Félix Robatto, músico consagrado na cena paraense e criador da festa Lambateria, voltou à Uepa — e não apenas como uma das atrações da recepção aos calouros. Desta vez, ele é também calouro do curso de Música. Mais de 20 anos após sua primeira passagem pela instituição, retorna com uma nova perspectiva e o desejo de concluir a graduação que marcou o início de sua trajetória artística. “A minha posição como artista regional deve muito à Uepa. Foi aqui que desenvolvi um projeto de iniciação científica que deu origem à banda La Pupuña. Aquilo despertou meu lado mais autêntico como artista”, relembra.
Na época, o envolvimento com a música o levou a interromper os estudos. Agora, ele retorna com uma cabeça mais madura e planos que vão além da graduação. “Essa volta é um gesto de gratidão. Mesmo começando do zero, estou muito feliz. O curso está diferente, mais atualizado, e eu também. Agora, quero integrar minha pesquisa artística à pesquisa acadêmica. Vim para ficar, talvez até para encarar um mestrado”, afirma o músico.
Além de Félix, o cantor Pinduca também animou os presentes com a tradicional marchinha do vestibular — que não poderia faltar — e outros sucessos do carimbó paraense.
A sala sensorial e o compromisso com a inclusão
Durante a Aula Magna, a Uepa também deu um passo importante no fortalecimento das políticas de inclusão ao montar uma sala sensorial e formar uma equipe multidisciplinar de acessibilidade. A iniciativa teve como objetivo garantir que todos os calouros, independentemente de suas condições, pudessem participar integralmente do evento de recepção.

“Além da organização da sala sensorial, tivemos a preocupação de compor uma equipe de acessibilidade”, explica a professora Scheilla Abbud, diretora da Diretoria de Inclusão e Políticas Estudantis (Dinpes). “Temos intérpretes de Libras para os alunos surdos, especialistas em deficiência visual para descrição do espaço e orientação, além de alunos estagiários dos cursos de Terapia Ocupacional, Psicologia, Fonoaudiologia, Letras Libras e Pedagogia”.
Os estudantes que integram essa equipe passaram por um treinamento específico, realizado em parceria com a professora Débora Campos Folha, do CCBS. “Foi um preparo importante para poderem atuar com responsabilidade e sensibilidade durante todo o evento. Esse é um compromisso que a Uepa vem fortalecendo: garantir que todos os nossos alunos tenham acesso pleno às atividades acadêmicas e institucionais”, finaliza Scheilla.
Em 2025, a Uepa realizou quatro chamadas subsequentes do Prosel 2025, além de duas chamadas para o Processo Seletivo Específico para Quilombolas e Indígenas e uma chamada para os Processos Seletivos Específicos para os cursos de Música e Letras-Libras. Para este ano, foram ofertadas 3.708 vagas, mais 94 vagas adicionais reservadas para Pessoas com Deficiência (PcD), distribuídas em 94 cursos ofertados em Belém e mais 22 municípios de 11 das 12 regiões de integração do Pará, preenchidas por quase 75% de estudantes oriundos de escolas públicas.