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 Semana dos Povos Indígenas inicia com seminário de consulta de educação escolar indígena

Delegações com cerca de 400 indígenas de todo o estado participaram do início do evento que une tradição, consciência ambiental e diversidade cultural   

Por Fabricio Nunes (SEPI)
14/04/2025 18h37

O Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado dos Povos Indígenas (Sepi), iniciou nesta segunda-feira (14), a programação da "Semana dos Povos Indígenas: Aldeando a COP 30". O evento está com programação totalmente gratuita e aberta ao público, a partir das 9h. 

Sobre passos ritmados, passos firmes e cantos tradicionais, carregando bodurnas, arcos e flechas, as delegações com indígenas, entre adultos, anciãos, jovens, crianças e mulheres de diversas etnias do Pará, entraram nas dependências do Hangar - Centro de Feiras e Convenções da Amazônia, e foram recepcionados pela secretária Puyr Tembé, titular da Sepi. 

Após o momento inicial de celebração na mesa de abertura oficial da programação, estavam lideranças indígenas, representantes da educação escolar indígena, Secretaria de Educação do Estado do Pará (Seduc), Federação dos Povos Indígenas do Estado do Pará (Fepipa) e Defensoria Pública do Estado (DPE).

"É importante lembrar que a Semana dos Povos Indígenas é uma demanda que nasce do movimento indígena. Viemos aqui para dialogar, construir e demandar políticas públicas. Estamos aqui também para buscar o protagonismo, para construir uma política indigenista para os povos indígenas do nosso estado, com a participação dos povos. E isso é um desafio e um compromisso que envolve as associações, sociedade e as organizações indígenas", disse.

Durante o evento, Ceiça Pitaguary, secretária nacional de Gestão Ambiental e Territorial Indígena do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), celebrou a realização da segunda Semana dos Povos Indígenas do Pará. 

"É uma emoção estar aqui na Semana, pela primeira vez. Quero falar da importância que é o protagonismo dos povos indígenas e a existência de secretarias nos estados, alinhadas com o ministério dos povos indígenas. Essa é uma ação importante, porque mostra o que já dito há muitos anos, que a solução somos nós. São nos territórios indígenas que concentram 85% da biodiversidade do planeta.  São neles que estão as menores taxas de desmatamento. E isso é feito pelas próprias mãos dos povos indígenas e povos tradicionais", reforçou. 

Após a apresentação, foi iniciada a II Feira de Arte Indígena e em seguida, o Seminário da Educação Indígena: Construção da Política Estadual da Educação Escolar Indígena do Estado do Pará, que destacou as consultas já realizadas em territórios indígenas no estado.

Bepdja Kayapó, professor indígena, destacou a importância da implementação da lei no nosso estado. "O governo abriu essa porta para nós e com a criação da lei específica de educação escolar indígenas, nós poderemos ter as nossas especificidades levadas em consideração, dentro dos nossos territórios. Queremos ter essa lei para garantir o nosso ensino para as nossas crianças. A escola é importante porque nelas as crianças podem aprender a nossa língua e a nossa cultura", destacou. 

A lei inédita no Pará levará em conta todas as demandas solicitadas pelos povos indígenas das oito etno-regiões do estado e, após a realização das consultas com as lideranças, será apresentada na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa).

Lei inédita - A realização das consultas está sendo feita pelo Grupo de Trabalho (GT) criado pelo Decreto nº 4.430/2025, que foi o responsável pela elaboração do documento juntamente com os povos indígenas do Pará e de reunir com as lideranças das etnias de todo o estado do Pará.

Com o encerramento do seminário, a Secretaria de Comunicação do Estado do Pará (Secom) realizou um workshop de produção de conteúdo digital.

Feira de Artes - Em um espaço totalmente dedicado para artes indígena de dezenas de etnias de todo o estado do Pará, como ⁠Wai Wai, Kaxuyana, ⁠Munduruku, ⁠Tembé, Kayapó, ⁠Xikrin, Xipaya, ⁠Curuaia, Juruna, Parakanã, Apiaká, Warao, ⁠Assurini, Sateré Mawé, Atikum, Anambé, Gavião, Assurini, Arara, ⁠⁠Warao e Guarani.

Pinturas corporais, brincos, colares, artefatos exclusivos e feitos à mão e de forma totalmente sustentável, pelas mãos de quem tem a oportunidade de apresentar um pouco da tradição, diversidade, seja com traços de grafismos indígenas pintados com urucum e jenipapo nos corpos, seja com um colar de miçangas com desenhos em forma de animais ou símbolos próprios de cada povo. Cada um com sua característica e 

"Aqui na Feira de Artes nós temos a oportunidade de apresentar um pouco do que tudo isso representa para nós, povos indígenas. Cada povo possui suas características", disse Marlucia Wai Wai. 

O público tem até a próxima quarta-feira (16) a oportunidade de celebrar e reconhecer um pouco da riqueza cultural, da ancestralidade e das lutas dos povos originários, assim como a sensibilização da importância e valorização da preservação do meio ambiente e das Terras Indígenas.

Cidadania - Na entrada do Hangar foi montado um espaço para a ação conjunta entre Defensoria Pública do Estado (DPE) e Polícia Civil do Estado do Pará (PCPA), com emissão de documentos, como RG, 2ª via de CPF, encaminhamento para emissão de 2ª via de Certidão de Nascimento, Casamento e Óbito; emissão de 2ª via de Título de Eleitor; emissão de Carteira de Trabalho Digital; senha para o site GOV.BR; foto 3x4; entre outros serviços. 

A programação também conta com um espaço de atividades educativas e infantis, que estão sendo realizados pela Fundação ParáPaz, Secretaria Estratégica de Articulação da Cidadania (Seac), Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Secretaria de Estado da Saúde do Pará (Sespa), Núcleo de Gerenciamento do Programa Pará Rural, Departamento de Trânsito do Estado do Pará (Detran-PA), além da presença do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e Ordem dos Advogados do Brasil - Seção-Pará (OAB-PA).