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CIÊNCIA E SABERES TRADICIONAIS

Estudantes da rede estadual de ensino criam repelente de andiroba

O projeto de Educação Ambiental envolveu estudantes da Escola Estadual Professora Ruth Rosita de Nazaré Gonzales, no bairro do Guamá

Por Fernanda Cavalcante (SEDUC)
11/04/2025 14h19

Em uma escola estadual do bairro do Guamá, em Belém, um grupo de estudantes resolveu um problema cotidiano — o excesso de mosquitos — com uma solução sustentável que une ciência e tradição amazônica. O projeto “Repelente da Andiroba”, criado por alunos da Escola Estadual Professora Ruth Rosita de Nazaré Gonzales, nasceu dentro da nova disciplina de Educação Ambiental, implementada este ano em todas as escolas estaduais do Pará.

Desde o primeiro bimestre de 2024, o Estado tornou obrigatório o ensino da Educação Ambiental em todas as etapas da educação básica, por meio de uma política inédita da Secretaria de Estado de Educação (Seduc). A proposta incentiva o protagonismo estudantil em ações práticas ligadas à sustentabilidade — e o projeto da escola Ruth Rosita é um exemplo disso.

A ideia surgiu da necessidade real de combater mosquitos no entorno da escola. A partir daí, alunos e professores buscaram uma alternativa natural e sustentável: a produção de um repelente feito com óleo de andiroba extraído artesanalmente e essência de priprioca, planta típica da região. Todo o processo envolveu pesquisa de campo, visitas a comunidades ribeirinhas, rodas de conversa, trabalho no laboratório escolar e orientação da ribeirinha Nazaré Vulcão, guardiã do saber tradicional da extração da andiroba.

“Queríamos algo que fosse natural, eficaz e que dialogasse com os saberes tradicionais da nossa terra”, conta a professora Pâmela Raiol, responsável pelo projeto. “Os alunos participaram de todas as etapas, da coleta à produção no laboratório, e aprenderam a valorizar tanto o conhecimento científico quanto o tradicional.”

Para o estudante Diogo Maciel, da 2ª série do Ensino Médio, a experiência foi transformadora. “Eu não fazia ideia do trabalho que existia por trás desse óleo. Viver esse processo mudou minha visão e me ensinou o valor da cultura local aliada à ciência”, relatou.

A diretora da escola, Márcia Ruiz, ressalta o impacto da iniciativa na formação dos alunos. “Eles viveram a ciência na prática, com os pés no chão da nossa cultura. Foi um projeto marcante, que incentivou o trabalho em grupo, a troca de saberes e o envolvimento da comunidade escolar.”

O secretário de Educação, Rossieli Soares, destaca o papel da educação na agenda ambiental. “O Pará é protagonista nas discussões sobre clima e meio ambiente. Com esse novo componente curricular, colocamos a educação no centro da transformação que queremos. Projetos como o da escola Ruth Rosita mostram que é possível aprender resolvendo problemas reais e valorizando a nossa identidade amazônica.”

A nova disciplina de Educação Ambiental conta com material didático regionalizado, formação de professores e apoio técnico, e se articula com o protagonismo que o Pará terá em 2025, ao sediar a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30).