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Semana Nacional de Dislexia vai orientar professores da educação especial

Por Redação - Agência PA (SECOM)
18/09/2015 14h36

Quem vê o estudante Leonardo Melo, 17 anos, feliz e enturmado, tirando selfie com os colegas em sala de aula, não imagina o quanto ele já se sentiu deslocado. Leonardo está inserido no grupo de cerca de 700 milhões de pessoas no mundo que sofrem com a dislexia, um transtorno do desenvolvimento da linguagem que afeta a aprendizagem da leitura, da escrita e da soletração. Ele se alfabetizou apenas aos nove anos, com uma professora particular, depois de passar pela avaliação da Coordenadoria de Educação Especial do Pará (COEES), da Secretaria de Estado de Educação (Seduc).

A COEES trabalha com uma equipe de fonoaudiólogos, pedagogos e psicólogos que avalia o aluno com dificuldades no aprendizado e orienta a família a procurar um neurologista. Com o diagnóstico da dislexia fechado por esse especialista, a coordenação passa a atuar junto à família e à escola do aluno. De maneira que não se restringe apenas às escolas públicas. Leonardo, por exemplo, hoje é aluno do 2º ano do ensino médio, no colégio Olimpus.

Com a atenção especial dos professores, ele deixou os tempos de preconceito pra trás. “O que mais me incomodava na infância era perceber que meus amiguinhos eram mais adiantados do que eu na leitura. A primeira vez em que eu tive que ler em voz alta, na sala de aula, foi horrível. Eu gaguejava muito e suava frio. Hoje, eu não tenho mais que passar por esse constrangimento”, contou Leonardo, agora muito mais aliviado.

“A parceria da escola com a família é fundamental. Hoje, o Leonardo está muito mais sociável e confiante, o que reflete na melhora das suas notas”, disse Ane Serrão, coordenadora da escola particular onde Leonardo estuda.

Para orientar os professores a lidar com o aluno com sintomas de dislexia, a Coordenação de Educação Especial vai promover no dia 24 de setembro, no auditório do CIIC (Centro Integrado de Inclusão e Cidadania), na avenida Almirante Barroso, a palestra “Diálogo aberto: dislexia em foco”. A palestra marca o engajamento da Coordenadoria de Educação Especial do Pará na Semana Nacional de Dislexia 2015, promovida pelo Instituto ABCD, de 19 a 26 de setembro, em todo o país. “Nossa missão é sensibilizar os professores para também auxiliar os professores de aulas regulares a lidar com o aluno com sintomas de dislexia. Não podemos expor esse aluno a constrangimentos, como ler em voz alta, por exemplo”, informou a coordenadora de Educação Especial, Camila Valinoto.

A sensibilidade no trato com o aluno com sintomas de dislexia é fundamental para o seu desenvolvimento dentro da sala de aula. E isso tem que ser feito desde a infância, quando aparecem os primeiros sinais de dificuldades no aprendizado, como trocar letras ou não conseguir desenhar no local correto.

Formação - O Instituto ABCD é um parceiro da Secretaria de Educação do Estado, a partir das parcerias abertas pelo Pacto da Educação no Pará. A intenção é proporcionar aos professores a formação continuada. A Secretaria de Educação do Estado trabalha com o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, o PNAIC, que é uma formação dos professores vinda através do Governo Federal. “Com isso, nós estamos atendendo os professores do primeiro ao terceiro ano do ensino fundamental. O instituto ABCD vem e nos ajuda a potencializar a formação de professores do PNAIC, o que já acontece desde o ano passado”, explicou a diretora de Educação Infantil e Ensino Fundamental da Seduc, Marizete Martins.

A Semana de Dislexia é uma campanha que o Instituto ABCD também está abraçando e divulgando para todo o Brasil. Aqui no Pará, eles pediram para que a Seduc disseminasse essa informação nas escolas, dando maior amplitude na divulgação das atividades. A Secretaria de Educação, então, indicou  a Coordenadoria de Educação Especial para participar mais ativamente dessa campanha, já que eles trabalham diretamente com os professores da educação especial.

“No ano passado, o Instituto ABCD fez uma formação no âmbito mais teórico. Porque os professores do PNAIC, que estão participando dessa formação com o Instituto, não são professores de classes especiais, mas  têm alunos especiais regulares incluídos em suas turmas. Então, a formação do Instituto veio pra dar mais condição desse professor de estar lidando com esse aluno no dia a dia da sala de aula”, reforçou a diretora Marizete Martins.