Governo do Pará estreita relações com Colômbia e Coreia do Norte
Novas parcerias foram discutidas pelo governador Simão Jatene e os embaixadores da Colômbia, Patrícia Cárdenas Santa Maria, e da Coreia do Norte, Kim Chol Hak, que cumprem missão diplomática em Belém. Em reunião na manhã desta sexta-feira, 18, no Palácio do Governo, Simão Jatene aproveitou a visita dos embaixadores para estreitar as relações com ambos os países e também alinhavar novas parcerias. Com a Coreia do Norte, por exemplo, Jatene propôs aprofundar o diálogo, sobretudo, nas áreas de Educação, Saúde e Infraestrutura, onde o país asiático obteve reconhecidos avanços em escala global.
Para o governador, apesar da distância cultural e territorial entre o Pará e a Coreia, existem pontos complementares entre as economias. “Os avanços nas áreas da Tecnologia e da Educação nos últimos anos são inquestionáveis. Em contrapartida, nós temos muito o que caminhar nessas áreas. Fora que a expertise dos senhores em setores como Infraestrutura e Logística nos é muito útil, porque estamos em um momento favorável em termos de geopolítica. Além de estarmos mais próximos do resto do mundo, a alteração no Porto de Panamá nos deixa em uma posição ainda mais privilegiada”, disse.
Kim Chol Hak concordou e demonstrou interesse nas propostas feitas por Jatene. Ao fazer um resumo dos avanços que a Coreia do Norte tem obtido nos últimos anos, ele destacou os esforços do seu país para a área da Educação. O embaixador destacou que, atualmente, o país conta com universidades especializadas na formação de professores, por exemplo, para atuarem no ensino médio e superior. “Já temos um intercâmbio nesse sentido de formação com países como Angola e Moçambique. Lá, em contrapartida, nossos técnicos já estão mais familiarizados com o português. Isso é algo que podemos tocar aqui também”, sugeriu.
Ao final, ficou definido que em um primeiro momento, o setor de relações internacionais do Governo do Estado dará seguimento nas conversas e também será responsável por aproximar os secretários e sua respectiva equipe dos ministros coreanos responsáveis por áreas afins. Kim Chol Hak, que faz sua primeira visita a um estado brasileiro após assumir recentemente a embaixada coreana, agradeceu a acolhida. “Ainda vamos nos ver outras vezes até que nossos projetos sejam concretizados”, disse. “Estamos honrados em recebê-los. Não tenho dúvida de que esse encontro nos proporcionará resultados positivos para nossa gente e para a população da Coreia”, respondeu Jatene.
Amazônia – Com Patrícia Cárdenas Santa Maria o tema do encontro foi Amazônia, já que o bioma está presente tanto no Pará, quanto na Colômbia. Durante a conversa, Jatene traçou um panorama do desenvolvimento na região e do Pará, e destacou os avanços nas discussões ambientais. Ele lembrou que, até o ano passado, a Amazônia era responsável por mais da metade das emissões de CO² do Brasil, devido ao alto índice de desmatamento e queimadas. Contudo, este ano, o cenário é um pouco mais positivo. “A redução que o país obteve este ano se deu pela Amazônia”, informou.
No Pará, a redução no desmatamento foi ainda mais significativa. Para isto, o governador creditou avanços obtidos através do Programa Municípios Verdes. “Assumimos o compromisso do desmatamento líquido zero porque estou completamente convencido de que temos como multiplicar brutalmente a produção agrícola do nosso estado sem precisar mexer um palmo na floresta. Precisamos apenas investir no aprimoramento das nossas técnicas de produção e na infraestrutura das áreas já abertas, que é o que temos feito”, explicou. Hoje, o Pará tem 23 mil hectares de áreas já antropizadas.
Patrícia Cárdenas Santa Maria se surpreendeu com a iniciativa paraense em prol da sustentabilidade da Amazônia e se mostrou disposta a aprofundar a discussão em termos de Pan-Amazônia. Neste sentido, Jatene defendeu todos os países da Amazônia lutem por interesses afins, apesar das peculiaridades de cada localidade. “Temos que nos reconhecer como prestadores de serviços ambientais em escala planetária, e nos apropriar disso. Mas para isso, precisamos mudar a lógica da sustentabilidade como obrigação, e torná-la cada vez mais um atrativo”, assinalou.