Evento no Hospital de Clínicas reforça inclusão de pessoas com Síndrome de Down
A unidade de saúde do Governo do Pará, referência em tratamento de cardiopatias, busca conscientizar sobre direitos e habilidades, destacando a importância da educação e do apoio contínuo a pessoas que nascem com a síndrome

Na manhã desta sexta-feira (21), a equipe multiprofissional da clínica pediátrica do Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (HC), em Belém, celebrou o Dia Internacional da Síndrome de Down - 21 de Março. Este ano, o tema da campanha mundial é “Suporte para quem precisa. Todos juntos apoiando a inclusão.”
A ação no HC destacou a importância da inclusão social de pessoas com Síndrome de Down, um direito fundamental que vai além de garantir o acesso aos cuidados básicos de saúde. Durante o evento, profissionais da saúde e familiares se reuniram para reforçar que pessoas com a Síndrome têm capacidade de desenvolver vários papéis sociais.
Segundo a terapeuta ocupacional Karla Aita, “este evento acontece anualmente e, este ano, celebramos a 15ª edição. A pediatria do HC, especialmente, participa porque somos uma referência em cardiologia, e muitos pacientes com Síndrome de Down apresentam comorbidades, como a cardiopatia congênita, o que exige cuidados especiais na nossa unidade”.

Pesquisas - Karla Aita disse ainda que a ação começou na quarta-feira (19), com um evento destinado a profissionais de saúde, promovido pela equipe de Nutrição e Dietética. Foram apresentadas as últimas pesquisas sobre a relação entre cardiopatias congênitas e o tratamento de Síndrome de Down, especialmente em períodos pré e pós-operatórios.
Nesta sexta-feira, o evento abordou a temática global da campanha, de forma lúdica e educativa, buscando conscientizar adultos e crianças sobre inclusão com atividades interativas, como a distribuição de squeezes com mensagens que reforçam a importância do apoio e acolhimento a pessoas com Síndrome de Down.
Ingrid Paula Souza, 28 anos, mãe de Anthony, 1 ano, é natural de Rondon do Pará, município do sudeste paraense. Ela, que aguarda a cirurgia cardíaca para o filho, contou que no parto soube que o menino tem a síndrome. “Foi uma mistura de medo e incertezas, mas naquele momento eu descobri o que era o amor verdadeiro entre um filho e uma mãe. E nada pode superar isso”, disse Ingrid, emocionada.
Ela acrescentou que teve “medo do futuro, do mundo que é muito preconceituoso, mas aceitei ele desde o primeiro momento que o vi. Hoje, me sinto agraciada e tenho muito orgulho de ser mãe de uma criança com Síndrome de Down. Eu sei que ele é capaz de tudo e, como mãe, acredito no potencial dele em superar qualquer obstáculo”.

Não é doença — A Síndrome de Down, ou trissomia 21, é uma condição genética que ocorre quando há três cromossomos 21 (quando o habitual são dois cromossomos).
Embora seja frequentemente associada a características físicas e cognitivas distintas, a Síndrome de Down não é uma doença, mas uma condição que permite que a pessoa viva de forma plena e com participação ativa na sociedade.
Texto: Kelly Barros - Ascom/HC