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Oficina de embalagens de miriti marca Dia do Artesão no Espaço São José Liberto

O uso da fibra de palmeira nativa da Amazônia foi ensinado pelo Mestre Pirias, enfatizando a importância da sustentabilidade no segmento artesanal

Por Aldirene Gama (SEDEME)
19/03/2025 17h14

A importância da sustentabilidade nas embalagens, com ênfase na preservação do meio ambiente, foi o tema central do Curso de Embalagens Sustentáveis, realizado nesta quarta-feira (19), no Espaço São José Liberto (ESJL), em alusão ao Dia do Artesão - 19 de Março. Na confecção das embalagens foi usado o miriti, fibra extraída de uma palmeira nativa da Amazônia, conhecida como miritizeiro ou buriti (Mauritia flexuosa). O objetivo foi incentivar o uso de embalagens sustentáveis, fortalecendo a economia criativa alinhada às práticas ambientais.

Participantes aprenderam técnicas de manejo do miriti

O evento reuniu 23 participantes, entre lojistas, empreendedores e visitantes do ESJL. A ação resultou da parceria entre o Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), o Coletivo Amazônia Sustentável Pará, Miriti Amazônia e HB Design.

O curso foi ministrado pelo artesão Josias Plácido Alcântara Silva, o Mestre Pirias. Natural de Abaetetuba, município reconhecido como a capital mundial do brinquedo de miriti, localizado na Região de Integração Tocantins, Mestre Pirias trouxe sua vasta experiência no manejo do miriti. Técnicas de manuseio da fibra, como corte, lixamento, modelagem, colagem, pintura, montagem das peças, customização e montagem das peças, foram repassadas aos participantes.

Mestre Pirias e a designer de joias Helena Bezerra: conhecimento técnico e preservação ambiental

Valor agregado - Segundo Mestre Pirias, a capacitação foi especialmente desenvolvida para artesãos, empreendedores e iniciantes que desejam agregar valor aos seus produtos, visando à preservação ambiental. "As embalagens sustentáveis possuem menor impacto ambiental ao longo de todo o seu ciclo de vida. Nossas peças são acompanhadas de fichas técnicas que descrevem o produto, garantindo maior profissionalismo e agregando valor ao trabalho dos artesãos", afirmou.

Ele informou que sua "formação técnica é em Administração, mas minha verdadeira vocação sempre foi o artesanato de miriti, uma atividade que exerço com paixão há mais de 45 anos. Nesse período, tive a oportunidade de participar de feiras nacionais e internacionais, promovidas pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), levando o miriti, e a cultura amazônica, para o mundo".

Tânia Amaral quer produzir embalagens personalizadas

Responsabilidade coletiva - Designer de joias artesanais e lojista no ESJL, Tânia Amaral participou da oficina, e ressaltou que "a preservação do meio ambiente é uma responsabilidade de todos. Com o curso, pretendo produzir minhas próprias embalagens e personalizá-las, fazendo referência às riquezas da Amazônia. Minha primeira embalagem tem o formato de uma folha, mas pretendo diversificar, com outros elementos regionais, com foco na sustentabilidade". 

"Irei atender meus clientes com embalagens personalizadas de miriti, que com certeza serão decoradas com brinquedos, incluindo casinhas, barcos e outros itens. Confecciono joias com temas que representam a fauna e a flora, e em outubro nosso carro-chefe é o Círio de Nazaré, ocasião em que apresentamos a coleção 'Brinquedos de Miriti', com pingentes alusivos à festividade. Agora, essas peças receberão um toque especial com embalagens sustentáveis”, informou a designer de joias Helena Bezerra, da loja HB Design, apoiadora do evento.

Zilmara Melo valoriza o regionalismo

A artesã Zilmara Melo aprovou a iniciativa, informando que já utiliza sacolas de papel. Segundo ela, aprender a confeccionar embalagens sustentáveis é uma oportunidade de agregar ainda mais valor às peças. “Já utilizo saquinhos de papel, mas quero torná-los mais sofisticados e conectados à nossa cultura. Sou empreendedora, e meu trabalho é voltado para o regionalismo e a Amazônia. Produzo joias, brincos, colares e anéis, todos com essa pegada sustentável. Portanto, para elevar a qualidade do meu trabalho, e torná-lo mais bonito, seguro e sustentável, decidi investir nas embalagens de miriti. Estou aqui porque quero aprender para produzi-las de forma personalizada”, acrescentou a artesã.

Economia criativa - O titular da Sedeme, Paulo Bengtson, destacou a importância de apoiar a economia criativa, incentivando o empreendedorismo e promovendo a geração de emprego e renda, e assim contribuindo para a preservação da cultura local e o desenvolvimento socioeconômico sustentável em território paraense.

Desde 2015, a profissão de artesão foi regulamentada pelo governo federal por meio da Lei nº 13.180, que também prevê formas de incentivos governamentais para fomentar o segmento artesanal.