Sustentabilidade, Amazônia e COP 30 são destaques do desfile na Aldeia Amazônica
Com apoio do Governo do Pará, escolas do Grupo Especial de Belém se apresentaram no bairro da Pedreira. A programação segue neste sábado (15).

A primeira noite de desfiles das escolas de samba do Grupo Especial de Belém começou em grande estilo na noite desta sexta-feira (14), na Aldeia Amazônica, no bairro da Pedreira. Mocidade Olariense, Rancho Não Posso Me Amofinar, Deixa Falar e Império Pedreirense desfilaram e contagiaram o público com enredos que exaltam a cultura e a identidade amazônica.
As apresentações iniciaram por volta das 22h e seguiram durante a madrugada. O governador Helder Barbalho, junto com prefeito de Belém, Igor Normando, esteve presente e destacou a importância da valorização da cultura do carnaval paraense.
“Temos a tradição de um dos maiores carnavais de todo o Brasil, com o festejo, as escolas de samba e as agremiações, que nos permitem vir aqui na avenida ver a beleza da cultura popular. É importante ressaltar a valorização das escolas de samba, as agremiações. Viemos hoje para festejar o carnaval paraense, o carnaval de Belém”, ressaltou o governador.

O Governo do Pará destinou R$ 1,2 milhão para os desfiles do Grupo Especial. Destes, R$ 700 mil via Secretaria de Estado de Cultura (Secult), oriundos do Tesouro do Estado, e outros 500 mil através do Banco do Estado do Pará (Banpará). A Prefeitura de Belém também destinou cerca de R$ 2 milhões, garantindo ao Carnaval de Belem em 2025 o montante de R$ 3,2 milhões.
COP 30 - Fernando Guga, presidente das Escolas de Samba Associadas (ESA), destacou que, este ano, as escolas do Grupo Especial desfilam com um enredo único, a Amazônia, em sintonia com a escolha de Belém como sede da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre o Clima, a COP 30. O evento global ocorrerá em novembro deste ano na capital paraense.

“Todas as escolas vêm com o único tema que é a Amazônia. Obviamente que cada uma desenvolve esse tema com a liberdade artística que o carnavalesco tem que ter. Essa é a contribuição do carnaval para esse debate sobre clima. A cultura nos mostra a importância da responsabilidade ambiental”, disse Guga.
Sustentabilidade - Além disso, as agremiações, vinculadas à ESA, apostaram no uso de materiais recicláveis na confecção de alegorias e fantasias, reforçando a mensagem de sustentabilidade.

O carnaval é uma oportunidade para se refletir sobre os saberes da ancestralidade e preservar, como enfatizou a secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal.
“O Carnaval Sustentável é a demonstração da cultura popular comprometida com a sobrevivência e preservação do povo paraense. Na cultura, nós temos a força das ancestralidades, os arranjos produtivos locais de uma comunidade de periferia que se apoia, que se reconhece com o mundo, que fortalece a economia a partir do próprio comércio local muito ativado pelo carnaval. Nós estamos falando aqui de educação, saúde mental, história e preservação de patrimônio, estamos falando de uma mensagem para o povo, dada pelo carnaval de Belém”, disse a titular da Secult.

Desfiles - A Mocidade Olariense abriu o desfile com “A Revolta das Icamiabas - Um delírio fascinante em defesa do Reino das Pedras Verdes”, seguida do Rancho Não Posso Me Amofinar, que trouxe “A História do Mascate Amazônico que se tornou o Midas do Norte”. Na sequência, a Deixa Falar apresentou “O sonho virou realidade - Uma gota de amor para salvar a criação”, enquanto o Império Pedreirense encerrou a noite com “Encantaria - O Rito das Águas”.
A festa continua neste sábado (15), com mais cinco escolas de samba. A partir das 21h, o público poderá conferir os desfiles de Boêmios da Vila Famosa, com “Sucupira - Terra do Absurdo”; Acadêmicos de Samba da Pedreira, que desfilará com “Rudá - A explosão do amor em defesa da Floresta”; Império de Samba Quem São Eles, com “O Despertar da Floresta”; Piratas da Batucada, que trará “O Cantor Caboclo da Amazônia”; e Bole Bole, que apresentará “Amazônia Ensolarada”.