Hospital da Mulher do Pará inicia atendimentos e reforça a assistência à saúde feminina

"Eu nem poderia imaginar que um hospital que foi entregue sábado (8), já estaria em funcionamento hoje e que eu seria a primeira a ser operada. Não tenho como expressar minha alegria e tranquilidade”, exaltou a trabalhadora autônoma Jaqueline da Silva Martins. Ela foi a primeira paciente a passar por procedimento cirúrgico no Hospital da Mulher do Pará, entregue pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (Sespa) e que já começou a funcionar nesta segunda-feira (10).

Jaqueline é moradora de Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém, e buscou atendimento no Pronto-Socorro Dr. Roberto Macedo, na Avenida Augusto Montenegro, após sentir mal-estar, febre e vômito. “Procurei o hospital da ‘Augusto Montenegro’ sentindo dores de cabeça constantes, mudanças na cor da minha urina e problemas intestinais. Fui atendida lá e me transferiram para cá, onde me informaram que já fariam minha cirurgia", prosseguiu. Ela passou por uma colecistectomia, que é retirada da vesícula biliar.

Além de Jaqueline, outra paciente também passou por procedimento cirúrgico na unidade. O Hospital da Mulher do Pará está apto a realizar cirurgias nas áreas de neurocirurgia, urologia, vascular, ginecologia, cirurgia geral, mastologia, otorrinolaringologia, cabeça e pescoço, plástica reparadora e torácica.

O início dos atendimentos no Hospital da Mulher do Pará marca um novo avanço na assistência à saúde feminina no estado. Com uma estrutura moderna de 11 pavimentos e 120 leitos, sendo 100 destinados à internação e 20 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o hospital surge como um reforço essencial na rede pública de saúde, oferecendo atendimento especializado para casos de média e alta complexidade.

Até às 18h30 desta segunda-feira (10), o hospital contabilizava 31 mulheres atendidas, inclusive as duas que passaram por cirurgia. No setor de Urgência e Emergência, foram 13 atendimentos de pacientes com idade entre 31 a 79 anos. Também foram realizados 12 mamografias, três internações clínicas e uma internação na UTI. Além disso, a Sespa registrou 80 solicitações para marcações de consultas especializadas.

O atendimento na unidade, tanto para consultas quanto para internações, é realizado via regulação, um processo que busca garantir que os pacientes recebam assistência de forma organizada e no tempo adequado. Para a direção do hospital, esse modelo de acesso organizado permite que os recursos sejam utilizados de forma mais eficiente, garantindo que as mulheres recebam o atendimento necessário no momento certo.

“Aqui nós temos um perfil de pronto atendimento de mulheres que foram vítimas de violência doméstica e violência sexual. Para os demais atendimentos, como cirurgia, internação, atendimento ambulatorial de consultas e exames, eles vão através da regulação do Estado, que é o CER. E bem como também para os atendimentos que vêm do município, eles vêm via a regulação do município”, explicou Ana Caroline Mello, diretora-geral do Hospital da Mulher do Pará.

Regulação - Para ser atendida no Hospital da Mulher, a paciente deve inicialmente buscar atendimento em uma Unidade Básica de Saúde (UBS), Unidade de Pronto Atendimento (UPA) ou outra unidade de saúde no município onde reside ou na região mais próxima. Caso um especialista identifique a necessidade de um atendimento de maior complexidade, o pedido de encaminhamento é enviado para a Central de Regulação do estado (CER), que é via Sistema Estadual de Regulação (SER) e verifica a disponibilidade de vaga e direciona a paciente para o local adequado.

O processo segue três etapas principais:

1. Atendimento inicial na unidade básica de saúde do município de residência;
2. Encaminhamento via Central Regional de Regulação, caso seja necessária assistência especializada;
3. Deslocamento da paciente para a unidade estadual ou conveniada onde o atendimento foi previamente agendado.

Um dos diferenciais do Hospital da Mulher do Pará é o atendimento de urgência e emergência especializado para vítimas de violência sexual e doméstica. A unidade foi estruturada para oferecer um ambiente seguro e acolhedor, garantindo suporte médico, psicológico e social às mulheres em situação de vulnerabilidade.