Sespa promove oficina com foco na saúde das populações tradicionais
“Construindo conhecimentos, prevenindo agravos: hipertensão arterial, anemia falciforme, hepatites virais, diabetes, com foco nas poluções tradicionais” é o tema da oficina, que vai até sexta-feira (25), em Baião, nordeste do Pará. O evento é organizado pela Coordenação Estadual de Saúde Indígena e Populações Tradicionais da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). Outras oficinas com o mesmo teor serão ministradas, até dezembro, nos municípios de Mocajuba, Acará e Cachoeira do Piriá.
“O público-alvo do evento são gestores municipais de saúde, agentes comunitários de saúde, profissionais da atenção básica, vigilância em saúde, assistência social e lideranças das comunidades tradicionais”, diz a coordenadora estadual de Mobilização Social, Socorro Silva. O objetivo da oficina é informar, monitorar, orientar e planejar ações posteriores, que ofereçam ao público-alvo e à gestão municipal ações estruturantes de prevenção e promoção à saúde da população negra.
O Sistema Único de Saúde (SUS) preconiza a universalidade, equidade e a integralidade, desta forma, existe a necessidade da uniformização do atendimento técnico. Seguindo esse conceito, a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra vem sendo trabalhada no Estado. Diante das inúmeras doenças que afligem esta população, algumas delas merecem atenção especial, como doença falciforme, hipertensão arterial, hepatites e o diabetes.
“A ideia da oficina é atualizar, orientar e sensibilizar os trabalhadores, a comunidade e os gestores municipais para a construção de um Plano Operativo Municipal com recorte ético racial”, diz a coordenadora estadual de Saúde Indígena e de Populações Tradicionais, Creuza Abreu.
“A atenção à saúde das comunidades quilombolas se faz necessária como medida de reparação das desigualdades e redução das iniquidades, pois a saúde dessa população é afetada também pelas dificuldades que essa demanda enfrenta”, diz a coordenadora estadual de Hepatites Virais, Cisalpina Cantão.
A falciforme é uma das doenças hereditárias mais comuns do Brasil, e quem é mais geneticamente afetado por esta patologia são as pessoas da raça negra. “Daí a preocupação em capacitar técnicos, que trabalham diretamente com essa demanda no interior do Estado, objetivando atingir principalmente aqueles que atuam com os remanescentes de quilombos”, explica Creuza Abreu.
A oficina tem o apoio da Secretaria Extraordinária de Estado de Integração de Políticas Sociais, do Núcleo de Apoio aos Povos Indígenas, Comunidades Negras e Remanescentes de Quilombos, e tem como parceiros Hemopa, Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster) e secretarias municipais de Baião, Mocajuba, Acará e Cachoeira do Piriá, além da Coordenação Estadual de Hepatites Virais e Coordenação Estadual de Nutrição da Sespa.