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DEBATES E FORMAÇÃO

Governo do Pará vai lançar Caravana Climática Rumo à COP 30 em Terras Indígenas

Iniciativa vai promover a formação e capacitação de lideranças indígenas para debates na Conferência das Nações Unidas, em Belém

Por Fabricio Nunes (SEPI)
05/03/2025 14h12

Promover ações de sensibilização, mobilização, formação de lideranças indígenas, entre jovens e adultos para debates na Conferência das Nações Unidas Sobre Mudanças Climáticas de 2025, a "COP das Florestas", em Belém, entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025, são alguns dos objetivos da Caravana Climática Rumo à COP 30, iniciativa do Governo do Pará, executada por meio da Secretaria de Estado dos Povos Indígenas (Sepi).

O projeto vai levar para os territórios informações sobre a conferência, informações sobre os temas que serão discutidos durante a programação. As caravanas vão percorrer as etno-regiões do Estado, para preparar e qualificar participantes indígenas nos espaços de incidência da conferência. A ação conta com o apoio do Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e da deputada federal Célia Xakriabá.

"É uma iniciativa muito importante da Sepi, porque a COP é um momento muito esperado por todos os indígenas. Vamos levar para dentro dos territórios o máximo de informações sobre a temática", disse Laysa Martins, coordenadora de Planejamento e Desenvolvimento da Sepi.

Conhecimentos ancestrais - Embora os povos originários do Pará desempenhem um papel fundamental na preservação do meio ambiente, muitas lideranças sentem a necessidade de formação para promover engajamento ambiental de forma ativa, nas discussões globais e defender seus direitos e conhecimentos.

"Já que não poderemos trazer todos os indígenas para a capital paraense, entre as iniciativas está formar ‘delegados’, que são pessoas que já tenham uma formação política, conhecimentos ambientais para representar suas respectivas etno-regionais, e que eles participem das mesas de discussões durante a COP, para fazerem incidência política e nas tomadas de decisões, com suas próprias vozes e serem ouvidos sobre suas demandas", destacou.

Outro objetivo é formar um grupo de 20 jovens e mulheres indígenas em comunicação e produção audiovisual, para saberem usar os meios de mídias digitais, principalmente, para que eles possam produzir conteúdos sobre diferentes vertentes, com pautas ambientais.
"Mais importante do que isso, ao final das caravanas e durante a conferência, queremos lançar um documentário sobre como foi todo o processo de sensibilização, de como foi eles receberam essas informações e como foi a formação, preparação e capacitação deles, contando as narrativas. Porque a comunicação é uma ferramenta de luta".  

Voz e escuta - O compromisso do Governo do Pará é dar voz aos povos indígenas, e garantir o olhar e visão deles de forma mais expressiva dentro dos debates climáticos. 

"Vamos fazer um trabalho de informação, um trabalho de esclarecimento, para garantir a participação dos povos indígenas que a gente possa mostrar a importância de demarcar os territórios, para reduzir os impactos ambientais, principalmente por conta das mudanças climáticas, que já estamos vivendo", enfatizou Puyr Tembé, titular da Sepi. 

A menos de 300 dias para a COP 30, temas como demarcação ambiental, preservação e bioeconomia são pautas que sempre se entrelaçam com os povos originários. Ter esse espaço para debate envolve um tema que sempre será foco dos povos indígenas. 

"É importante assegurar políticas públicas e os direitos territoriais, com a demarcação das terras indígenas. Então, hoje, o nosso foco primordial é a demarcação deles. A gente quer falar sobre a bioeconomia, sobre o reflorestamento e do ‘reflorestar mentes’, para acabar com os garimpos e reduzir os impactos ambientais, que já foram causados pelo desmatamento e dentro da nossa sociedade", concluiu.

Programação - A primeira parada da caravana será na Aldeia Pykatoti, em Novo Progresso, sudeste do Pará, entre os dias 13 e 18 de março. Em seguida, em abril, passará por São Félix do Xingu, Oriximiná. Já em maio, será em Santarém e Jacareacanga. Em junho, Tucuruí e Altamira e por último, em julho, em Paragominas. Todas as datas, exceto a primeira, serão divulgadas em breve pelo Governo do Estado.