Em encontro com vice-governadora, BID reitera interesse em apoiar governo e setor privado em recuperação florestal no Pará
Projeto de concessão para restauração florestal pioneiro no Brasil poderá contar com apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento ao governo e ao setor privado
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Em encontro com a vice-governadora Hana Ghassan, nesta quarta-feira (26), autoridades do Banco Interamericano de Desenvolvimento reafirmaram o interesse da instituição, inclusive com seu braço de apoio ao setor privado, BID Invest, em apoiar o projeto de concessão da Unidade de Recuperação Triunfo do Xingu (URTX).
Desenvolvido pelo Governo do Pará e pioneiro no Brasil, o projeto prevê a restauração florestal de uma área de mais de 10 mil hectares com um mecanismo pioneiro no país. Por meio de um edital lançado na 29ª Conferência do Clima das Nações Unidas no ano passado, no Azerbaijão, e aberto até março, será selecionada uma empresa para recuperar a área nos próximos 40 anos.
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Para a vice-governadora do Pará, Hana Ghassan, o anúncio reforça a credibilidade da gestão no mercado e na área ambiental.
"Recebemos com entusiasmo a manifestação de interesse do BID Invest, pois isso reforça a credibilidade do Pará na agenda ambiental e a nossa capacidade de atrair investimentos para nossos projetos. A recuperação florestal que será feita com a implantação da Unidade de Recuperação Triunfo do Xingu também é um passo fundamental para a criação de um programa estadual de concessões para restauração, contribuindo para atingirmos os nossos compromissos firmados no Plano Estadual Amazônia Agora", destacou.
"Além disso, que o BID possa nos ajudar a fortalecer a COP 30, que sem dúvida será grande COP, pois esse foi um ato de coragem do nosso presidente com o nosso governador", completou a vice-governadora.
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Reflorestamento - "O BID e o BID Invest estão comprometidos com novas abordagens em reflorestamento, e este modelo que o governo estadual vem desenhando, é de grande potencial, inclusive para ser compartilhado com o mundo durante a Conferência do Clima, a COP30, que acontece em novembro de 2025. Vemos aqui maneiras interessantes de atrair capital privado de forma eficiente e sustentável, e a nossa atuação junto ao poder público e às empresas é muito potente para ampliar essa atratividade", disse ao governador a chefe da Representação do BID no Brasil, Annette Killmer.
"O termo sinergia ganha real sentido em projetos como este, em que Estado e setor privado se juntam para gerar impactos positivos à população e ao meio ambiente", completou Killmer.
A ideia é que, do lado público, o BID ofereça garantias ao governo do Estado, aumentando a segurança e a sustentabilidade financeira da concessão. E do lado privado, o BID Invest manifestou interesse em eventualmente oferecer financiamento à empresa vencedora da licitação, uma vez superadas as análises análise, técnica, jurídica, financeira, ambientais e sociais de acordo com elevados padrões internacionais e as políticas da entidade.
Este apoio se soma às contribuições que o BID planeja para a realização da COP30 em Belém.
"Esse possível financiamento internacional pode ser decisivo para garantir que o projeto avance com solidez e transparência. Seguiremos dialogando com o BID Invest e demais parceiros para viabilizar essa iniciativa estratégica para o Pará", destacou o governador no encontro em que participaram também, do lado do BID, o Chefe do Escritório da Presidência, André Soares; o gerente-geral para o Cone Sul, Morgan Doyle; e o assessor especial para a Presidência, Avinash Persaud.
Visita in loco para a garantia pública - Em janeiro deste ano, o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, Raul Protazio Romão, conduziu técnicos do BID a uma visita in loco à Área de Proteção Ambiental (APA) Triunfo do Xingu, no município de Altamira. Na ocasião, a equipe coletou dados e reuniu informações para a análise do banco para a estruturação da garantia pública.
Investimento - A empresa vencedora do processo de licitação para a implantação da URTX deverá investir na instalação e na operação da concessão. Mais de 2 mil empregos serão criados. Calcula-se que 3,7 milhões de toneladas de carbono serão sequestradas – o equivalente a 330 mil voltas de avião ao redor do planeta.
O edital prevê brigada de incêndio no interior da URTX e responsabilidades compartilhadas entre Estado e concessionário em treinamento, conscientização e manejo de fogo no entorno.
Conforme o Executivo Estadual, a concessão dificulta a grilagem, permite manter a área pública e restringe atividades ilegais. O edital também prevê a contratação e capacitação de mão de obra local, além do apoio às cadeias produtivas da bioeconomia e parcerias comunitárias para fornecimento de insumos agroflorestais.
Além da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), o projeto envolve o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), Instituto de Terras do Pará (Iterpa) e a The Nature Conservancy Brasil (TNC). O edital está disponível no site da Semas.
Também participaram da reunião o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Raul Protazio Romão; a Diretora de Projetos Corporativos da Semas, Brenda Hachem; a assessora do Núcleo COP 30, Brenda Maradei; além do Chefe do Escritório da Presidência do BID, André Soares; o gerente-geral para o Cone Sul, Morgan Doyle; o assessor especial para a Presidência, Avinash Persaud; e a chefe da Representação do BID no Brasil, Annette Killmer.