Brasil tem nova queda de empregos e Pará acompanha tendência nacional
Pelo quinto mês consecutivo, o Brasil registrou queda no saldo de empregos. No país, o mês de agosto terminou com 86.543 postos de trabalho a menos. O resultado negativo foi registrado em 15 Estados, entre eles o Pará, que acompanhou a tendência nacional e registrou saldo negativo de 1,3 mil postos de trabalho, com índice de -0,16%, acima da média nacional, que ficou negativa em -0,21%.
Os dados constam na mais recente pesquisa do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. No acumulado do ano, o país perdeu mais de 572 mil empregos. Vinte e três Estados registraram queda neste período, entre eles o Pará, com -8.169 postos de trabalho. São Paulo (-126 mil), Rio de Janeiro (-105 mil) e Minas Gerais (-56 mil) apresentaram as quedas mais expressivas. Na região Norte, o Amazonas lidera a queda de empregos, com 21 mil postos de trabalho a menos entre janeiro e agosto deste ano.
Pacto – Diante da crise econômica que assola o país, o Governo do Pará antecipou-se nas ações e lançou o Pacto pela Produção e Emprego, no dia 25 de agosto. São mais de 30 medidas que estimulam o setor produtivo a desonerar atividades econômicas, simplificar licenciamentos, qualificar profissionais, estimular o turismo, entre outras ações.
''A crise nacional tem reflexos em todos os Estados, e aqui tomamos a iniciativa de responder isso. O Governo do Estado está lançando esse pacto, concede incentivos e estímulos à economia, e o setor produtivo fará um esforço permanente para orientar as empresas e seus associados a manter o nível de empregos no Pará. Espera-se que as empresas possam manter os postos de trabalho. E nós, juntos, possamos evitar os efeitos mais drásticos desta crise perversa'', frisou na ocasião o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia, Adnan Demachcki.
"Existe uma frase entre nós, trabalhadores, que diz o seguinte: separados somos poucos, juntos somos milhões. Vamos ser milhões nessa luta contra a crise”, afirmou no evento o sindicalista Marivaldo Silva, presidente da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST).
A classe empresarial também se manifestou depois da apresentação das medidas. O presidente da Federação das Indústrias do Pará (Fiepa), José Conrado, parabenizou o governo pelas iniciativas e ponderou que, além dos investimentos previstos e das desonerações fiscais programadas, é preciso também renovar o parque industrial paraense. “Nosso maquinário está entre 20 e 30 anos atrasado. É preciso que o setor empresarial projete uma renovação dos equipamentos porque, no entendimento da Fiepa, a modernização do setor é outro fator importante na geração de emprego e, consequentemente, para o enfrentamento da crise”.
Apoiadora declarada das medidas anunciadas pelo Pacto pela Produção e Emprego, a Associação Comercial do Pará (ACP), por meio do presidente da instituição, Fábio Lúcio Costa, acredita que a classe empresarial está consciente da necessidade de união no que ela mesma definiu como “momento crítico” pelo qual atravessa o país. “E diria ainda mais, a classe empresarial renova a confiança no poder público ao ver que o governo do Estado não está de braços cruzados esperando que as coisas sigam ao sabor do vento. Essa confiança é fundamental para manter a economia aquecida e a geração de emprego impulsionada”, declarou Costa durante o evento em 25 de agosto.