Secult lança caderno sobre Cultura, Sustentabilidade e Mudanças Climáticas
O material foi produzido em parceria com a ONG britânica Julie’s Bicycle e a Fadesp, para fortalecer a relação entre o setor cultural e os desafios ambientais
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A Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e a organização britânica Julie’s Bicycle lançaram, neste sábado (8), o caderno “Cultura, Sustentabilidade e Mudanças Climáticas: das ideias à ação”. O lançamento ocorreu durante a abertura do Seminário “Amazonidade, Transversalidade e Relevância Cultural”, promovido pelo Conselho Estadual de Cultura (CEC/PA), no Teatro Estação Gasômetro, no Parque da Residência, em Belém. O caderno já está disponível para download no site da Secult - https://www.secult.pa.gov.br
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“Nós sabemos que a cultura e a arte têm um poder transformador, comunicacional, que possibilita o envolvimento do público e da própria indústria cultural com a pauta da sustentabilidade. Por isso, essa publicação foi pensada para valorizar e difundir os conceitos e ações ligadas à sustentabilidade, ao meio ambiente e à justiça climática, que já vêm sendo praticados com excelência por muitos projetos culturais do nosso Estado”, explicou a secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal.
“Reconhecemos, por meio de estudos de casos, diversas iniciativas voltadas à sustentabilidade e às mudanças climáticas, reunindo estatísticas, conceitos e informações que servem como suporte para a nossa cena cultural. Nosso objetivo é que esses conceitos, e essa transversalidade, sejam incorporados aos projetos culturais, reafirmando o compromisso da cultura e da arte, da indústria criativa, com a preservação do meio ambiente”, acrescentou a secretária.
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Parceria - Alison Tickell, fundadora da Julie’s Bicycle, disse que o caderno visa “fortalecer a importância da cultura na construção de um planeta mais sustentável e justo, rumo à COP 30 (conferência mundial sobre mudanças climáticas)”. Ela também destacou que, para a Julie’s Bicycle, ter criado esse material em parceria com a Secult foi uma “honra”. A organização inglesa foi responsável pela escrita do material, com o suporte da Secult, que fez a revisão e a tradução para o português.
“O guia é uma ferramenta voltada para organizadores de eventos, artistas, produtores, ativistas, trabalhadores da cultura e educadores, com o objetivo de apoiar práticas regenerativas no setor, refletindo e celebrando a singularidade da região amazônica. Ele demonstra que todos podemos alcançar uma ação climática eficaz ao colocar as expressões culturais das pessoas no centro das soluções”, completou Alison Tickell.
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Articulação - A Julie’s Bicycle tem participado ativamente da articulação com Ministérios da Cultura de mais de 40 países para garantir a inclusão da arte, das práticas e saberes culturais e da preservação do patrimônio material e imaterial nos compromissos dos países membros do Acordo de Paris, voltado a reduzir os efeitos da crise climática no planeta.
A publicação também contou com a cooperação da Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp). O caderno foi subsidiado com recursos da Lei Paulo Gustavo (LPG), com um aporte de R$ 120 mil.
A edição propõe estratégias para que produtores culturais integrem práticas sustentáveis em suas iniciativas, fortalecendo a promoção da justiça climática. No material, o leitor também encontra orientações práticas para artistas e gestores, que indicam técnicas para governança, cadeia de suprimentos, transporte, alimentação e comunicação.
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O guia apresenta ainda estudos de caso com a Associação Indígena Wyka Kwara, Associação Outros Nativos, Ponto de Cultura Alimentar Iacitata, Instituto Arraial do Pavulagem, Instituto Regatão Amazônia, Festival Se Rasgum, Pretinhos do Mangue e Suraras do Tapajós.
Para Daniel Araújo, que participou da construção do material pela Secult, o guia reafirma a cultura como motor de transformação no cenário da crise climática. “Este material mostra que nossas expressões culturais refletem nossa identidade e também são ferramentas poderosas para promover justiça climática, regeneração ambiental e fortalecimento das comunidades. Ao colocar a cultura no centro das ações ambientais podemos inspirar soluções locais com impacto global, valorizando a diversidade amazônica e a sabedoria ancestral que molda nossa relação com o território”, disse Daniel Araújo.