PSRM finaliza campanha Janeiro Branco com ação para pacientes internados
O Pronto-Socorro Dr. Roberto Macedo(PSRM), unidade de saúde do Governo do Estado, referência para a região metropolitana de Belém em pediatria, cirurgia geral, vascular, torácica e pediátrica finalizou, no final da tarde dessa sexta-feira (31), a programação do Janeiro Branco, campanha nacional de saúde, que tem o objetivo de reforçar sobre a importância dos cuidados preventivos com a saúde mental- com sessão especial de cinema e lanches para pacientes internados. A atividade foi promovida pelo Grupo de Trabalho e Humanização (GTH) do PS.

Conforme a Analista de Humanização, Watuzi Rebelo Silva, a sessão de cinema teve a proposta de proporcionar um momento de descontração para pacientes e acompanhantes do hospital e, ao mesmo tempo, promover uma reflexão sobre a mensagem do filme e a sua correlação com os aspectos abordados pela campanha nacional de saúde, Janeiro Branco.
"Na quinta-feira, 19 pacientes foram liberados pela equipe assistencial para comparecer à sessão de cinema mas, infelizmente, a maioria não estava se sentindo bem para se deslocarem de seus leitos, o que é compreensível em um hospital. Fizemos questão de levar o lanche nos seus leitos, para que pudessem, de alguma forma, mesmo que indiretamente, fazer parte da ação. Ficamos muito felizes pelos que conseguiram participar da sessão de cinema, pois tiveram a oportunidade de receber a mensagem do filme "Pior Vizinho do Mundo". A história apresenta um personagem que, à primeira vista, é percebido como mal-humorado e rabugento. Contudo, ao longo da trama, é possível notar que ele estava lidando com um luto e um sofrimento mental profundo. À medida que ele se abre para novas amizades, reconhece a importância do apoio e da ajuda, evidenciando que sempre é possível recomeçar uma nova história de vida de maneira feliz. Esta é a mensagem que deixamos para os nossos pacientes por meio da sessão de cinema, organizada com muito carinho para eles", destaca a socióloga.

Erick Henrique do Nascimento Oliveira, 32 anos, morador do bairro 40 horas, destacou que é essencial cuidar da mente, não deixando acumular sentimentos que podem adoecê-la. "Eu gostei muito do filme; achei interessante, porque nos mostrou que não devemos guardar mágoa, tristeza, raiva e outras coisas, que possam nos levar ao desespero, nos adoecer e prejudicar os nossos relacionamentos com as pessoas. Muitas vezes, o personagem era rude com todo mundo, e tinha muitos conflitos que ele precisava resolver. Ele pensou até em atentar contra a sua vida, porém, fez amizades e teve apoio, e o final foi outro, muito diferente do que poderia ter sido. A gente precisa ajudar e apoiar as pessoas", reforça o paciente.

Além do cinema, durante essa última semana de janeiro, a programação contou com a dinâmica do espelho com o objetivo de convidar o pacientes a se olharem de fora, como se cada um estivesse fazendo uma “autovisita”. A psicóloga Clínica do PSRM, Adriana Risso, conduziu a ação, em parceria com Serviço Segurança e Medicina do Trabalho. Ela definiu a atividade como um encontro de cada um consigo, sob uma nova perspectiva.
Em vez de apenas se enxergar no reflexo de maneira automática, a proposta possibilitou que cada paciente se observasse com curiosidade, acolhimento e sem julgamentos, como fariam ao conhecer alguém importante. A experiência contribuiu significativamente para a saúde mental ao despertar a autoconsciência e a autocompaixão, já que, muitas vezes, estamos tão acostumados a nos criticar ou focar em nossas falhas que nos tornamos nossos maiores julgadores. No entanto, ao nos observarmos como um “outro”, conseguimos nos enxergar com mais empatia e compreensão, reconhecendo nossas qualidades, emoções e necessidades de forma mais gentil", enfatiza a psicóloga.
Kelen Natsumi Ezawa Suzuki, 31, moradora do bairro do Coqueiro, internada há 7 dias, disse que estava muito desanimada e apreensiva com a sua situação de saúde, e a dinâmica feita pela psicóloga, além das palavras que ela falou, afastou o seu forte sentimento de tristeza. "Algo tão simples, mas me senti tão feliz com a surpresa. A linda caixa linda de presente, e a psicóloga dizendo que tinha algo nela que era muito importante para mim e para todo o hospital, me deixou curiosa. Quando abri a caixa, vi minha imagem refletida no espelho. Me senti acolhida, especial e confortada", ressalta a paciente.
Saúde mental no ambiente de trabalho
Para os profissionais assistenciais e administrativos, além da dinâmica do espelho, houve nessa quarta-feira (29), uma Roda de Conversa promovida pela Serviço de Segurança e Medicina do Trabalho, mediada por Adriana Risso, com o objetivo de conscientizar sobre a importância da saúde mental no ambiente de trabalho. Durante a atividade houve momentos de reflexões e estratégias compartilhadas pela psicóloga, visango o bem-estar psicológico dos trabalhadores. A atividade incentivou os profissionais quanto ao autocuidado, a prevenção de transtornos mentais e a criação de um ambiente laboral mais saudável e acolhedor.
"O Janeiro Branco é uma campanha dedicada à conscientização sobre a saúde mental, destacando a importância do cuidado emocional e psicológico. No contexto da saúde do trabalhador, essa campanha reforça a necessidade de discutir o impacto do estresse, da sobrecarga e das condições laborais na qualidade de vida dos profissionais, e a correlação entre o Janeiro Branco e a saúde do trabalhador, está na valorização da prevenção e do suporte psicológico para os trabalhadores. Síndrome de burnout, ansiedade e depressão, foram estão cada vez mais frequentes em empresas, e a campanha serve como um alerta para que empregadores e colaboradores priorizem práticas saudáveis, como equilíbrio entre vida pessoal e profissional, incentivo ao diálogo e criação de políticas institucionais voltadas à saúde mental", pontua a psicóloga.
Maurício Carvalho, supervisor do Núcleo de Vigilância Epidemiológica (NVE), foi um profissionais participantes da Roda de Conversa. Ele descreve a iniciativa como um momento de acolhimento dos colaboradores da saúde. "Por meio da escuta ativa, ações de interação em grupo e dinâmicas participativas nos aproximam do meio social em que desenvolvemos as nossas atividades laborais, uma vez que o ambiente em que estamos inseridos, já possui grande carga emocional. O colaborador precisa de saúde para gerar saúde, dizendo em outras palavras. E um cuidado com a saúde mental contínuo, transparente e leve, ganha destaque e grande importância quando o processo de trabalho está harmônico com o bem- estar mental e social no campo de atuação, o que garante melhor aprimoramento dos meios e processos de um colaborador da área da saúde, visando a qualidade da assistência prestada ao usuário que necessita de atendimento e do profissional ao exercer sua função com saúde", conclui o enfermeiro.
Texto: Joelza Silva/ Ascom PSRM