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Adepará alerta sobre o prazo final para o recadastramento de produtores de dendê

Com um ano de implantação da GTV, Adepará registrou quase 70 mil emissões da guia. Recadastramento acontece na maior área de cultivo de palma de óleo do Brasil

Por Rosa Cardoso (ADEPARÁ)
27/01/2025 16h29

O agricultor Ivanilson Ferreira, que possui dez hectares de plantação de dendê no município de Acará, já fez a atualização cadastral dos documentos, uma exigência neste período de início de safra do fruto na maior região produtora do Estado. 

Assim como ele, outros produtores têm procurado os escritórios da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) na região para se regularizar.

“Eu procurei a Agência logo nos primeiros dias porque queria regularizar a minha situação, ficou faltando o documento do cadastro ambiental rural, mas eu já providenciei”, disse o agricultor que, além de dendê, também planta cacau, banana e açaí com ajuda dos filhos. Quinzenalmente, ele retira 8 toneladas de dendê da área que possui. “Tenho 10 hectares plantados, 1.400 pés de dendê, por quinzena retiro 8 toneladas de cachos. É muita dedicação, todo dia tem trabalho na roça”, conta o agricultor.

Ivanilson é um dos 406 agricultores que cultivam dendê para a Marborges, agroindústria de palma de óleo que atua em pelo menos dez municípios do Vale do Acará, onde está concentrada a maior produção de dendê do Estado.

No plantio da empresa, chama a atenção a colheita manual, uma opção mais barata que usa tração animal para diminuir os custos com o transporte dos frutos. Nos seis módulos de produção da empresa, são utilizados 85 búfalos para fazer a atividade de carreamento, que é a retirada dos cachos de frutos das plantas até as caixas que serão destinadas à fábrica. Cada caixa tem capacidade para 15 toneladas de frutos.

“90% do carreamento é feito por tração animal, usamos búfalos e também muares. É mais barato, a estrutura para manter a atividade é menor; e o animal é acompanhado, temos apoio veterinário, tem folga para os animais, as condições para a atividade do carreamento é feito para que o animal caminhe menos, o custo de produção é menor comparado ao custo mecanizado”, explica Luis Geraldo, gerente agrícola da empresa.

 Vantagem para a agricultura familiar - O agricultor familiar possui uma importância muito grande dentro da cultura da palma, pois preserva a sua área. E a principal vantagem dessa cultura para o pequeno produtor é a garantia de venda de produção. Para manter a produção em alta, há projeto para restauração dos pomares e todos os tratos culturais, fertilizações, com produtividade girando em até 30 toneladas por hectares.

“O produtor tem renda o ano todo, quando começa a produção de colheita, seja no plantio de um ciclo tenera (que varia de 10 a 15 dias), seja no híbrido (20 até 30 dias). Nós recomendamos para uma família em torno de dez hectares, o que vai propiciar uma renda satisfatória e a possibilidade de ter outras culturas, outras fontes de renda, como o açaí, o cacau, a pimenta, hortaliças e animais, é uma cultura que vem incrementar algo mais no cotidiano daquela família”, assegura Luis Geraldo.

Na área da empresa, que abrange 14 mil hectares de área própria e 8 mil hectares de terceiros (agricultura familiar e produtores médios e independentes), o plantio obedece a um sistema de árvores dispostas no espaçamento de 9 x 9. São 148 plantas por hectares. Essa disposição das árvores permite maior produtividade.

O diretor agrícola José Antônio Pina conta que a palma de óleo é a oleaginosa mais produzida no mundo. O Pará detém 92% da produção nacional e é responsável pela geração de emprego e renda para o agricultor da região. “É uma cultura fundamental para a região, pois emprega muita gente, desenvolve a região, agrega valor para as famílias, aumenta a renda das famílias. 90% da nossa mão de obra é de moradores da região. A palma tem essa característica de empregabilidade o ano todo”, diz o diretor. 

Atualização cadastral - O prazo para a atualização cadastral de produtores de palma de óleo encerra nesta sexta-feira, 31. A Adepará segue orientando para que os produtores procurem os escritórios da agência na região. Além de atualizar o cadastro dos produtores que possuem plantio de dendê, as equipes da Adepará também realizam ações de educação sanitária. No assentamento Benedito Alves Bandeira, no Acará, servidores atenderam 23 produtores na região e também visitaram os plantios.

“Como os produtores só dispõem de um carro na propriedade, nós demos esse apoio, aproveitamos para realizar a visita nos plantios e coletamos o ponto de referência da propriedade, que será usado para o georreferenciamento da área”, explicou Enéas Marcelino, agente fiscal agropecuário que tem estado à frente das ações.

Na região da Calmaria II, entre os municípios de Moju e Tailândia, a equipe da Ulsa Moju- Regional Abaetetuba, fez a atualização cadastral e novos cadastros de mais de 50 produtores. 

“É muito importante esse trabalho de educação fitossanitária que as unidades locais de sanidade agropecuária estão realizando, essa ação agrega multiplicadores, leva a informação para próximo do nosso público alvo, além de dar celeridade na atualização cadastral que é realizada em seguida. As equipes estão de parabéns pela pró-atividade, pelo compromisso e pelo empenho, isso tudo se traduz nos bons resultados que tivemos ano passado e que com certeza serão ainda melhores neste 2025”, disse Lucionila Pimentel, diretora de Defesa e Inspeção Vegetal.

Guia de Trânsito Vegetal - A rastreabilidade da palma de óleo, implantada há um ano pela Adepará, trouxe a regulamentação dessa cadeia tão importante para o desenvolvimento econômico do Pará. Com a criação da GTV Dendê, em 2024 já foram identificados 1.921 unidades produtivas e 14 indústrias, ultrapassando 1,4 milhões de toneladas de dendê em circulação, com a emissão de 69.441 guias. Com a implantação dessa política pública agropecuária, os produtores estão tendo a certeza da identidade de que aquele fruto tem origem e obedece todas as questões legais para ser transportado para a unidade que irá beneficiar o produto.

Na agroindústria, equipes voltadas para a agricultura familiar auxiliam nas questões relacionadas aos processos de emissão da guia e nas dúvidas que os produtores possam ter. “O nosso time de pessoas do escritório e de campo, auxiliam os produtores tanto na produção e apoiam na questão de fornecer o que for necessário, do início ao fim do processo”, assegura Geraldo.