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Médico do Hospital do Tapajós destaca os riscos do uso excessivo de medicamentos

Gastroenterologista, Rodrigo Almeida, alerta sobre a importância de se buscar um médico, em casos de desconforto, refluxo e dor no estômago

Por Valéria Nascimento (SECOM)
23/01/2025 12h48

Ayure Almeida, 28 anos, decidiu buscar atendimento médico para investigar uma dor constante no estômago que a acompanha desde a adolescência. Mãe de dois meninos, ela procurou a especialidade de gastroenterologia oferecida no Hospital Regional do Tapajós (HRT), em Itaituba, no sudoeste do Pará, com o objetivo de monitorar sua saúde e ter mais energia para cuidar dos filhos.

“Eu sempre senti uma dor intensa no estômago por não me alimentar nos horários corretos e por consumir muitas bobagens. Por medo de fazer endoscopia, nunca procurei um especialista e recorria a medicamentos que contêm ácidos. O alívio é imediato, mas a dor volta depois. Ultimamente, estou mais preocupada com minha saúde, pois preciso estar bem para cuidar dos meus filhos”, relatou Ayure.

O gastroenterologista Rodrigo Almeida alerta que, ao surgirem os primeiros sintomas de desconforto, como dor no estômago ou refluxo intenso, é fundamental procurar um médico especialista. “Antiácidos são seguros e podem aliviar os sintomas, mas não resolvem a causa do problema. O ideal é investigar a origem do desconforto, muitas vezes por meio de uma endoscopia, para evitar complicações mais graves”, orientou o médico.

Ayure contou ainda que, recentemente, consumiu alimentos apimentados e passou dias com dores no estômago, o que aumentou sua preocupação. “Mesmo com o histórico de dores, comi alimentos com pimenta e fiquei muito mal. Por isso, resolvi marcar uma consulta aqui no Regional do Tapajós para investigar se tenho gastrite ou outro problema. Vou seguir à risca as orientações do médico”, disse a paciente.

O médico explica que, além do uso de medicamentos, a mudança nos hábitos alimentares durante o período chuvoso contribui para o aumento das queixas gástricas.

“Alimentos mais quentes, temperos fortes, pimenta e produtos condimentados, especialmente consumidos à noite, são fatores que agravam os sintomas nesse período”, destacou Rodrigo Almeida.

Ele também alertou sobre o aumento do uso de medicamentos, como anti-inflamatórios, nessa época do ano.

“No inverno amazônico, há um aumento significativo de doenças respiratórias, como rinite, sinusite e asma. Muitas pessoas recorrem à automedicação, incluindo o uso de anti-inflamatórios, o que pode causar problemas gástricos, como dores estomacais, refluxo e agravamento de condições preexistentes, como gastrite”, explicou o especialista.

O diretor-geral do Hospital Regional do Tapajós, Jefferson Barbosa, ressaltou a importância da oferta de especialidades médicas na unidade, incluindo a gastroenterologia, e destacou o volume de atendimentos realizados.
 
“Em 2024, realizamos 46.297 atendimentos ambulatoriais, um número expressivo que reforça nosso compromisso com a saúde da população. Contar com especialistas em gastroenterologia é essencial para atender à alta demanda da região, especialmente no tratamento de problemas gástricos”, afirmou o gestor.

O Hospital Regional do Tapajós, administrado pelo Instituto Social Mais Saúde em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), é uma unidade pertencente ao Governo do Pará. A Unidade tem 153 leitos, incluindo UTIs Adulto, Pediátrica e Neonatal.

Texto de Sammya Ferreira