Em Marabá, Centro de Hemodiálise entregue pelo Estado oferece suporte à saúde mental
No Hospital Regional do Sudeste do Pará, que conta com espaço para terapia renal desde 2019, mantém estratégias para os usuários superarem os desafios emocionais durante o tratamento
Maria dos Santos Soares, 60 anos, moradora do município de Jacundá, realiza há sete meses tratamento renal no Hospital Regional do Sudeste do Pará Dr. Geraldo Veloso (HRSP), no município de Marabá. Além do suporte médico, ela conta com acompanhamento psicológico para enfrentar os desafios emocionais impostos pela doença. A importância desse cuidado é enfatizada na campanha Janeiro Branco, mês dedicado à conscientização sobre a importância da saúde mental.
"Fui internada com urgência no Regional devido a problemas nos rins. Nesse período fui diagnosticada com doença renal crônica. Desde então, realizo tratamento de hemodiálise no Hospital. Além do cuidado médico, o apoio psicológico que recebo tem sido fundamental para enfrentar os desafios da doença. Hoje, sinto que, apesar das dificuldades, consigo manter uma visão positiva e seguir em frente com mais esperança", disse a paciente.
A unidade do Governo do Pará conta com o Centro de Hemodiálise que é referência no cuidado integral dos pacientes, além de profissionais especializados em nefrologia. Também oferece suporte emocional com psicólogos, que auxiliam os usuários na adaptação ao tratamento e enfrentamento das dificuldades do dia a dia, com abordagem humanizada. O Centro de Hemodiálise do Regional do Sudeste foi o primeiro entregue pelo governador Helder Barbalho, em novembro de 2019.
Superação - Outra história inspiradora é a do paciente Jean Armandes Chaves, também de Jacundá. Ele relatou como o suporte emocional recebido no HRPS, gerenciado pelo Instituto Social e Ambiental da Amazônia (ISSAA), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), transformou sua experiência com o tratamento.
"Eu me sentia muito sozinho e desanimado no começo, mas as conversas com os psicólogos me trouxeram conforto e esperança. O carinho e a atenção da equipe me fizeram sentir acolhido. Esse apoio emocional transformou a maneira como passei a encarar o tratamento, que agora vejo como um caminho de superação e uma oportunidade de viver com mais propósito", disse Jean Chaves.
Acompanhamento - Maycon Silva, psicólogo que atua no Serviço de Hemodiálise, destacou que muitos pacientes renais enfrentam desafios significativos na saúde mental, devido às profundas transformações em suas rotinas pessoais, profissionais e sociais impostas pela doença.
"Nosso trabalho vai além de escutar, buscamos criar estratégias que permitam aos pacientes enxergar possibilidades de superação, fortalecer vínculos familiares e sociais, e desenvolver um olhar positivo sobre sua jornada de tratamento", explicou o profissional.
O psicólogo ainda destacou que a rotina de tratamento dos pacientes renais é extremamente desafiadora, se submetendo semanalmente a duas ou três sessões de hemodiálise, um procedimento essencial que substitui temporariamente a função dos rins. Durante aproximadamente quatro horas, a máquina realiza a filtragem do sangue, removendo o excesso de toxinas, sais minerais e líquidos acumulados no organismo.
"O tratamento pode ser desafiador e emocionalmente desgastante para muitos pacientes. Por isso, é fundamental uma rede de apoio familiar, capaz de oferecer suporte nos cuidados diários e ajudar na adaptação à rotina da terapia renal", explicou.
Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), a doença renal crônica, caracterizada pela perda gradual das funções renais, pode ter um impacto significativo na saúde mental dos pacientes, resultando em transtornos de ansiedade e depressão.
Referência - O Centro de Hemodiálise do Regional de Marabá conta com serviço moderno e bem equipado, com salas de observação, ambulatoriais e sala de hemodiálise com 20 cadeiras para realização de sessões em três turnos. Em 2024 foram realizadas mais de 15 mil sessões de hemodiálise, atendendo centenas de pacientes da Região de Integração Carajás.
O atendimento no Hospital Regional é totalmente realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), garantindo acesso integral e gratuito à população. A estrutura do Hospital inclui 135 leitos, sendo 97 destinados à internação clínica e 38 às Unidades de Terapia Intensiva (UTI) adulto, pediátrica e neonatal.
Desde 2019, o governo estadual mais que dobrou o número de máquinas para o tratamento renal no Pará, saltando de 253 para 537, uma ampliação de 284 equipamentos. Isso representa também aumento do número de atendimentos, que passou de 1.518 para 3.222 vagas. Uma ampliação de 1.704 vagas desde 2019.
Centros de Hemodiálise construídos no Pará, desde 2019:
2019:
- Centro de Hemodiálise do Hospital Regional do Sudeste do Pará, em Marabá
- Hospital Dr. Abelardo Santos - Belém - reestruturação e ampliação
2021:
- Centro de Hemodiálise do Hospital Regional do Marajó - Breves
2022:
- Hospital Regional do Baixo Tocantins Santa Rosa - Abaetetuba
- Policlínica dos Caetés - Capanema
2023:
- Policlínica de Tucuruí
- Centro de Hemodiálise do Hospital Regional de Castanhal
2024:
- Hospital Santo Antônio Maria Zaccaria - Bragança
- Centro de Hemodiálise do Hospital Regional da PA-279 - Ourilândia do Norte
- Centro de Hemodiálise de Tailândia