Farmacêuticos do Hospital Galileu alertam sobre o uso de antibióticos sem orientação profissional
Prática é um problema de saúde pública mundial por tornar os tratamentos contra as infecções mais complexos
Não é incomum se deparar com quem trata algum sintoma simples com antibióticos, como por exemplo, um resfriado. O que pode não parecer algo prejudicial é considerado pelos profissionais, nocivo à saúde. A descoberta do antibiótico revolucionou a medicina, ele é capaz de eliminar ou impedir a multiplicação de bactérias, por isso é usado para combater as infecções e o uso inadequado da medicação torna os microrganismos mais resistentes, e pode gerar complicações futuras para as pessoas que se automedicam.
A farmacêutica, Júlia Santos, do Hospital Público Estadual Galileu (HPEG), na Grande Belém, explica que as substâncias utilizadas para tratar infecções ocasionadas por bactérias ou fungos, uma vez usadas, eliminam os microrganismos ou impedem que eles cresçam e ou se disseminem.
Inflamação é diferente de Infecção
"Esses medicamentos devem ser utilizados após a avaliação de um médico, sinais e sintomas de infecção, - que são diferentes de inflamação, algo que confunde o público em geral - é preciso a avaliação de um profissional médico para saber se há resistência aos medicamentos disponíveis e qual melhor escolha de tratamento", afirma a farmacêutica Júlia Santos.
Júlia diz, ainda, que de preferência, o ideal é realizar exames laboratoriais para identificar a infecção, que é o microrganismo responsável por ela e o seu perfil de sensibilidade. Ela detalha ainda os modos que esses microrganismos agem. "As bactérias e os fungos para se manterem vivos buscam se adaptar às condições adversas e criam mecanismos para "fugir" dos antibióticos, de modo que desenvolvem mutações que os tornam resistentes aos medicamentos, assim mesmo na presença de antibiótico, continuam a se proliferar", observou.
A profissional também lembra que "quando as bactérias desenvolvem resistência aos diversos antibióticos que existem, não respondendo aos tratamentos, são chamadas de super bactérias ou bactérias multi resistentes", frisou.
Alerta sobre resistência a antibióticos
A farmacêutica do HPEG, ainda destaca que a resistência aos antibióticos é um problema de saúde pública mundial, pois torna os tratamentos mais complexos. "O que anteriormente poderia ser tratado com uso de comprimido de antibióticos em casa, pode precisar de internação para uso de antibióticos restritos a hospitais, trazendo maior impacto na vida do indivíduo e mais custos com os cuidados a saúde.
O Dia do Farmacêutico, 20 de janeiro, é uma data para lembrar que a farmácia, é dentro de um hospital, setor responsável por atividades fundamentais relacionadas com qualidade nos tratamentos de saúde, sejam eles hospitalares ou ambulatoriais.
A atuação desses profissionais contribui para que danos graves não aconteçam ao paciente, como infecções hospitalares. No Hospital Público Estadual Galileu (HPEG), em Belém, unidade do Estado do Governo do Pará, gerenciada pelo Instituto de Saúde Social e Ambiental da Amazônia (ISSAA), tendo a segurança da saúde do paciente em primeiro lugar.
"A avaliação da terapia com antibiótico é realizada pela equipe de farmacêuticos, na unidade, em diversos momentos como na prescrição compartilhada em que o farmacêutico acompanha o médico durante a confecção da prescrição. E na triagem das prescrições feitas diariamente, em que, em conjunto ao médico, o farmacêutico avaliará a concentração, dosagem, posologia, via de administração e tempo de tratamento, de acordo com a individualidade de cada paciente e parecer do SCIH", pondera o gerente de Suprimentos e responsável técnico da farmácia do HPEG, Simão Pessoa.
Perfil
O HPEG, mantém 104 leitos de internação, sendo referência na rede Estadual do Pará em atendimentos de traumas ortopédicos, atendendo, ainda, especialidades médicas e não médicas, incluindo, a urologista, cardiologia, a cirurgia de reconstrução e alongamento ósseo, clínica médica, ultrassonografia, endoscopia, psicologia, e a fisioterapia.