Produção de tanques redes no Lago de Tucuruí é uma das maiores do Brasil
As Unidade de Conservação também abrem espaço para o desenvolvimento de projetos produtivos. É o que pode ser constatado no Mosaico de Unidades de Conservação do Lago de Tucuruí, local onde a pesca e aquicultura servem de fomento à economia da região. Um grande exemplo disso é o Projeto “Pisicultura Paraíso”, uma área aquícola de propriedade de Gilberto Vaz, que viu no fomento à aquicultura sustentável a oportunidade de geração de emprego e renda.
A iniciativa também busca incentivar o consumo de pescado e a preservação ambiental, corroborando com os objetivos das Unidades de Conservação do local. Os números apresentados pelo projeto em apenas oito anos dão ao empresário o titulo de único produtor em tanque rede de matrinxã do Estado do Pará e o maior do Brasil.
A Piscicultura Paraíso teve início em 2007, com a implantação de 63 tanques redes de fabricação do próprio produtor, voltados para o cultivo de pirapitinga, tendo como principal desafio o licenciamento ambiental. Em 2009 foi criado e implementado, no Lago de Tucuruí, o Parque Aquícola do Caraipé, um espaço físico contínuo em meio aquático, delimitado, que compreende um conjunto de áreas aquícolas afins onde podem ser desenvolvidas outras atividades compatíveis com a prática da aquicultura e cuja gestão atualmente é de responsabilidade do Ministério da Pesca e Aquicultura. A gestão da Unidade de Conservação é realizada pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-bio).
Atualmente o Projeto Paraíso conta com 163 tanques redes instalados, responsáveis pela produção de 200 toneladas de peixe por ano, sendo 90% da produção de matrinxã e 10% de tambaqui. O pescado produzido na UC abastece os municípios de Tucuruí, Breu Branco, Tailândia, Baião, Cametá, Mocajuba e Capitão Poço. As feiras de pescado promovidas na região são abastecidas com a produção do Projeto Paraíso, garantindo pescado de qualidade à população.
Segundo o produtor, o principal gargalo da produção é a aquisição dos alevinos de matrinxã, que são oriundos de São Paulo. “Apesar disso, através de investimentos em tecnologia e da experiência adquirida ao longo do processo, como a implantação de tanque rede com formato circular, teste de diferentes densidades e sistema de escalonamento, fizeram com que a produção da matrinxã batesse recorde, atingindo em média de 850 gramas a 1Kg, em apenas seis meses”, comemora Vaz.
O produtor ressalta que o apoio e o incentivo por parte da gerência do Mosaico Lago de Tucuruí e do Conselho Gestor foram fundamentais no processo de regularização da atividade junto à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas).
Mariana Bogéa, gerente do Mosaico Lago de Tucuruí, ressalta que a atuação da gestão é pautada na relação de proximidade com os usuários dos recursos naturais das unidades de conservação, de forma a incentivar, apoiar e intermediar os processos que viabilizem o desenvolvimento de atividades econômicas pautadas na sustentabilidade e na inclusão social.
“A atuação do Conselho Gestor da APA Lago de Tucuruí garante a gestão compartilhada e objetiva promover a melhoria da qualidade de vida, permitindo a minimização dos impactos sobre o meio ambiente, de acordo com a realidade da população residente na unidade e suas particularidades”, afirma Mariana.
O Mosaico de Unidades de Conservação do Lago de Tucuruí foi criado por meio da Lei Estadual n° 6.451 de abril de 2002 e é composto pela Área de Proteção Ambiental do Lago de Tucuruí, Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Alcobaça e Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Pucuruí-Ararão. O lago é formado pela construção da maior usina hidrelétrica genuinamente brasileira, a UHE Tucuruí, responsável pela produção de 10% da energia do Brasil e também o maior gerador de renda da região.