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Sespa promove treinamento para prevenção de doenças transmitidas por insetos

Ação da Coordenação de Entomologia, especialidade da Biologia que estuda os insetos vetores de doenças como dengue, zika, chikungunya, malária, entre outras

Por Roberta Vilanova (SESPA)
09/01/2025 15h20

A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) está realizando desde o dia 2 de janeiro, em Belém, o Treinamento em Captura de Vetores Transmissores de Doenças Endêmicas, com o objetivo geral de preparar 20 agentes de Endemias da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) para as atividades de Entomologia com vistas à COP 30, que ocorrerá em novembro na capital paraense.

O treinamento está sendo ministrado pela Coordenação Estadual de Entomologia do Departamento de Controle de Endemias da Sespa.

A Entomologia é a especialidade da Biologia que estuda os insetos sob todos os seus aspectos e relações com o homem, as plantas, os animais e o meio ambiente, portanto é fundamental para as ações de prevenção de doenças que podem ser transmitidas por esses vetores, como por exemplo, dengue, zika, chikungunya, febre do oropouche, malária, leishmaniose, febre amarela e doença de Chagas.

Além do conteúdo teórico sobre “Metodologia de Captura de Vetores de Importância na Transmissão de Doenças”, abordado na programação realizada no auditório da Sesma, os participantes começaram nesta segunda-feira (06) a prática de campo com coleta de insetos no Parque Zoobotânico do Museu Emílio Goeldi. Esse espaço foi escolhido para a parte prática porque abriga fauna e flora amazônicas e representa  o habitat natural dos vetores.

Segundo o entomologista, Arnaldo Fayal, os participantes estão aprendendo a coletar formas adultas e imaturas (larvas e pupas) de insetos, com seu devido acondicionamento em campo, com fins de detecção da infectividade vetorial. “Vamos coletar mosquitos de relevância epidemiológica tais como: Anopheles, Aedes, Culicoides, Phlebotomineos, Culex, Haemagogus, Sabethes e outros”, informou.

Com esse conhecimento, os profissionais farão o mapeamento da fauna entomológica para estabelecer uma vigilância e monitoramento das áreas de baixo, médio e alto risco em doenças transmitidas por vetores, por meio de indicadores entomológicos. “A partir desses dados, é possível apresentar sugestões de atividades para o controle vetorial”, enfatizou Arnaldo Fayal.

“Em áreas suscetíveis, vulneráveis e silenciosas para ocorrência de doenças transmitidas por vetores, em que o vetor é um elemento obrigatório para a dispersão do parasita (agente etiológico), estabelecemos protocolos de Vigilância Entomológica, objetivando as possíveis potencialidades de entrada de agravos”, acrescentou o especialista.

COP 30 - De acordo com Arnaldo Fayal, o objeto maior desse treinamento é a antecipação do perfil entomológico das possíveis áreas envolvidas na COP 30, promovendo proteção direta e/ou indireta para a população local assim como para a população participante do evento internacional. “Queremos fortalecer a Vigilância Entomológica em Belém e nas ilhas do Combu, Cotijuba e Mosqueiro visando à COP30”, informou.

Considerando que Belém receberá milhares de pessoas de outros estados e países, é importante fazer esse levantamento prévio da fauna entomológica  para saber quais são as potencialidades de vetores que estão circulando na área da COP 30. “Com a fauna entomológica já captada, nesses meses que antecedem o evento, a gente vai ter ideia, de fato, se a população de Belém está em risco de se ser afetada por alguma doença transmitida por vetor ou então saber quais são os vetores que podem, de repente, ser contaminados por pessoas que vêm de fora e acabar implantando alguma doença que não exista no Pará”, detalhou Arnaldo Fayal.

“Então é uma via de mão dupla, ou seja, esse trabalho vai proteger a população de Belém de não adquirir algum determinado agravo, e não vai deixar entrar nenhum agravo que a gente não tenha ainda. Espera-se que essas 20 pessoas treinadas somem na tentativa de fazer o mais rápido possível esse levantamento da etomofauna”, enfatizou o entomologista.

O treinamento prossegue até esta sexta-feira (10), com a prática de campo no Parque Zoobotânico do Museu Emílio Goeldi.