Com Emater, extrativistas de açaí de Melgaço recebem mais de R$ 300 mil de crédito rural
Individualmente, os trabalhadores vão receber entre R$ 40 mil a R$ 50 mil, das linhas 'A e Floresta' do Programa Nacional da Reforma Agrária (Pronaf)
O escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater), garantiu que sete extrativistas de açaí de Melgaço, no Marajó, assinassem contratos de crédito rural com o Banco da Amazônia (Basa), na quarta-feira (11) e quinta-feira (12). Os projetos elaborados com o apoio da Emater garantem aos extrativistas o montante de R$ 330 mil.
Os recursos individuais, entre R$ 40 mil a R$ 50 mil, das linhas 'A e Floresta' do Programa Nacional da Reforma Agrária (Pronaf), servirão para manejo de áreas nativas, com resultados de segurança nutricional e alimentar e geração de renda.
Os beneficiários moram na região dos rios Mapari Grande, Moconha e Preto. Uma família é assentada da reforma agrária, da Ilha Mujirum.
De acordo com o chefe do escritório local da Emater em Melgaço, o engenheiro agrônomo José Nilton Silva, especialista em Agronegócio e em Biocombustíveis, manejar os açaizais é uma estratégia socioambiental que amplia a superfície útil e o período de safra (de quatro meses típicos para seis meses).
“O crédito é mais um ponto de apoio em todo um processo, que vai de mobilização, conscientização, capacitação. Na prática, é vantagem em todos os aspectos: proteção da natureza, aumento de produção, aumento de produtividade. O cálculo-base é que, do terceiro para o quarto ano de intervenção, a produção aumente em até 400%: de 80 rasas por hectare para 400 rasas por hectare”, explica.
O extrativista Neemias Santos, de 21 anos, da comunidade Monte Alegre, no rio Mapari Grande, conta da expectativa: “Esse dinheiro vai ser muito importante para darmos continuidade no trabalho de preparação da nossa área de açaizal com manejo. O objetivo é gerar mais produtor e aumentar nossa colheita anual”, diz.
Para Santos, a Emater é importante para a agricultura familiar de Melgaço: “Temos acompanhamento dos técnicos, instruções com palestras, visitas às propriedades. Isso ajuda demais a desenvolver o trabalho do dia a dia”, afirma.
Texto de Aline Miranda