Governo do Pará recupera memória da Amazônia com entrega de restauro da Igreja Matriz Madre de Deus, de Vigia
Igreja Madre de Deus foi construída pelos jesuítas no início do século XVIII, e é considerada a segunda grande obra da ordem religiosa na Amazônia
O Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), entregou nesta quinta-feira (12), a restauração da Igreja Matriz Madre de Deus, de Vigia. O investimento de R$ 5,2 milhões viabilizou o restauro mais completo dos últimos 70 anos. Desde 1954, a igreja é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e, nos últimos anos, sofreu sérios danos estruturais como infiltrações e risco de desabamento do forro em alguns pontos.
A obra, fruto da parceria entre a gestão estadual com a Diocese de Castanhal, executou serviços como instalação de subteto de alumínio, substituição completa da rede elétrica, reforços para prevenção de infiltrações, restauração do piso hidráulico da nave central, conserto da engrenagem do sino frontal, substituição do piso cerâmico por ladrilhos de cerâmica importados da Itália, entre outras importantes reestruturações.
Entre os destaques da restauração estão a instalação de rampas e banheiros adaptados para promoção de acessibilidade.
“Este é o momento de devolver para a cidade este templo sagrado, que confunde-se com a história de todos os vigienses, não apenas os católicos. Aqui tem a história, tem a memória daqueles que ao longo de centenas de anos, construíram esta cidade fantástica. E no dia do aniversário de Vigia, certamente ao completar 409 anos daqui a poucos dias, estarão todos a festejar esta cidade que respeita o seu passado, que preserva sua história, mas que busca ser cada dia mais bem cuidada para que o futuro aponte uma cidade que promove a qualidade e a felicidade do seu povo”, exaltou o governador Helder Barbalho.
Valor histórico - A Igreja Madre de Deus foi construída pelos jesuítas no início do século XVIII, e é considerada a segunda grande obra da ordem religiosa na Amazônia. A igreja em Vigia possui nave única, sino e telas que retratam a vida de Jesus, além da sacristia com pinturas e mobílias do século XVIII.
“Hoje, o governo do Pará, junto a Diocese, o nosso querido bispo, Dom Carlos, devolve à cidade Vigia de Nazaré, a cidade mais antiga do nosso estado, a Igreja de Madre de Deus. Um patrimônio arquitetônico de quase 300 anos, de onde saiu o Círio mais antigo de Nossa Senhora de Nazaré do nosso estado”, conta a secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal.
O investimento faz parte do compromisso da gestão estadual com a valorização da cultura e do patrimônio histórico paraense. Além disso, um dos objetivos da obra também é fomentar o turismo no município de Vigia e na região nordeste do Pará.
“Um trabalho muito bonito, um investimento de mais de R$ 5 milhões que empregou operários, historiadores, restauradores, arquitetos, que é o lugar para vivenciar o mistério da fé, mas também um espaço que vai fortalecer o turismo religioso do Pará”, conclui a titular da Secult.
“Pra mim era um sonho trabalhar na restauração dessa igreja tão importante para o Estado, ainda mais por eu ser de Vigia também. Então é uma emoção muito grande, e é muito importante que sejam feitas essas reformas das igrejas, mas de tantos outros prédios também que a gente vê por aí em situação precária porque se a gente perde um prédio desse, é a história que vai embora. E quando restaura, renova, volta a ter vida", afirma o técnico de edificações, Ricardo Carvalho, que trabalhou na restauração da igreja.
“Certamente é um dia que vai ficar marcado na história porque esta restauração não foi uma maquiagem, mas foi uma reforma estruturada, tentando garantir por longos tempos a manutenção desta Igreja. Trouxe também para sua forma essencial, como aparece agora, bonita, luminosa e dentro parece uma joia. Tenho certeza de que o povo vai ficar deslumbrado e que este lugar pode ajuda-lós a viver melhor a sua fé, a sua identidade cultural de Vigia", diz Dom Carlos Verzeletti, bispo da Diocese de Castanhal.
Texto: Juliana Amaral, Ascom Secult