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MEIO AMBIENTE

Vazamento de óleo de embarcação na Vila do Conde já foi controlado

Por Redação - Agência PA (SECOM)
07/10/2015 18h14

Titulares de diversas secretarias estiveram reunidos nesta quarta-feira, 7, em Belém, para discutir os próximos passos para diminuir o impacto causado pelo acidente envolvendo o navio cargueiro Haidar, de bandeira libanesa e que transportava 5 mil gados vivos para a Venezuela.

Desde a última terça-feira, 6, o Governo do Estado está acompanhando e fiscalizando as ações da Companhia das Docas do Pará (CDP), responsável pela administração do porto de Vila do Conde, em Barcarena, onde ocorreu o acidente.

De acordo com informações das equipes técnicas que trabalham no local, já houve a contenção do óleo que havia vazado do navio cargueiro. Também já foi realizada pela empresa responsável pela embarcação a contratação de empresas especializadas na destinação de resíduos para que os animais mortos sejam destinados corretamente.

Essas empresas irão apresentar um plano para os órgãos ambientais competentes, para que a retirada seja feita com segurança, sem provocar mais danos ambientais para a região. Além disso, os órgãos envolvidos no trabalho informam ainda que os animais que estavam vivos já foram retirados do local e encaminhados para local adequado que foi providenciado pelo proprietário da carga de boi vivo.

Em relação ao consumo indevido de carne que estava sendo comercializado na região, a Vigilância Sanitária da Secretaria de Saúde do Pará (Sespa), já está fazendo a apreensão do produto, assim como orientando a população para evitar o consumo de carne sem procedência comprovada.

Força-Tarefa – Em Barcarena, no início da manhã de hoje, servidores civis e militares das secretarias de Segurança Pública, de Meio Ambiente, de Saúde, além da Agência de Defesa Agropecuária (Adepará), Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Polícia Militar e Polícia Civil formaram uma força-tarefa para dar apoio à prefeitura local e à Companhia Docas do Pará. As ações também terão suporte, em Belém, do Laboratório Central do Estado.

Assim que soube do acidente, o comandante do 6º Grupamento do Corpo de Bombeiros, sediado em Barcarena, tenente-coronel Edivaldo Cardoso, mobilizou uma equipe de 20 homens, com apoio de lancha, viatura de resgate e viatura de combate a incêndios. A equipe juntou-se a homens da Defesa Civil e a policiais militares do 14º Batalhão da PM, para os trabalhos de isolamento do píer, contenção de combustível vazado nas águas e resgate dos bois que fugiram do barco enquanto adernava. Essas ações emergenciais ocorreram por todo o dia e incluíram vistoria técnica no barco afundado, feita por mergulhadores especializados, e o monitoramento aéreo por helicóptero do Graesp (Grupamento Aéreo de Segurança Pública), encerrando-se às 22h.

Pela manhã desta quarta-feira (7), as equipes de todos os organismos estaduais e municipais envolvidos no trabalho se reuniram no Comando da PM para fazer uma avaliação da situação, já com a presença do Coronel Hilton Benigno, secretário-adjunto operacional da Segup. Segundo a diretora de Defesa e Inspeção Animal da Adepará, Melanie Castro, a maior preocupação dos órgãos do Estado é com os possíveis impactos do acidente na população de Barcarena.

“As ocorrências do porto são de responsabilidade da CDP, que tem regência do governo federal. Mas os órgãos do Governo do Estado estão aqui para dar apoio e, sobretudo, proteger a população de possíveis impactos. Um deles é a comercialização indevida da carne derivada desses bois que estavam no navio naufragado”, explica, alertando para os riscos de consumo do produto.

Plano - No final da manhã, os agentes, policiais e técnicos de mais de 20 instituições envolvidas na missão decorrente do acidente voltaram a se reunir, desta vez na área da CDP, para definição de um plano de contingenciamento e definição de responsabilidades para buscar a volta da normalidade ao Porto de Vila do Conde. O comitê de gerenciamento de crise, com ampla representação, tem na coordenação da execução do plano o comandante geral do Corpo de Bombeiros, representando a Defesa Civil, Coronel Nahum, e o comandante do 4º Distrito Naval, almirante Alípio Jorge.

A Adepará continuará em Barcarena, acompanhando os trabalhos de remoção e destinação final do gado e das carcaças, e apoiando a fiscalização no comércio local para evitar a venda de carne imprópria para consumo. As equipes do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Polícia Militar e Polícia Civil, Semas, Sespa, Adepará e Segup também foram reforçadas para garantir total apoio do Estado nesse período emergencial.

A CDP estima que os custos com esses trabalhos cheguem a R$ 200 mil por dia. Ainda não há uma estimativa do tempo necessário para restabelecer a rotina. Enquanto isso, a Capitania dos Portos procede à investigação das causas do acidente e definição de responsabilidades.

“O impacto visual daquela mancha de óleo e da carga viva lutando para escapar das águas e em seguida a visão de alguns ribeirinhos buscando pedaços de carne, isso chocou muito”, relata a engenheira sanitária Juliana Nobre, secretária de Meio Ambiente de Barcarena. “O envolvimento de tantos especialistas e o pronto apoio do governo do Estado me tranquiliza, mas é preciso que sejamos rápidos para evitar que essa tragédia cause ainda mais danos para a população”, finalizou.