No Hospital Galileu, ao menos 16 quilos de material reciclável são transformados em decoração natalina
Comissão de Sustentabilidade arrecadou papelão e cubas de ovos para criar guirlanda, lareira e árvore de Natal
Recolhe caixas daqui, cubas de ovos dali. Material devidamente amontoado, é hora de deixar a criatividade fluir: desenhar, recortar e colar. Uma força tarefa sustentável, este ano, invadiu o Hospital Público Estadual Galileu (HPEG), na Grande Belém, para levar um clima natalino à unidade de saúde referência em traumatologia do Governo do Pará. Esta semana, a Comissão de Sustentabilidade deu início às programações de final de ano, e confeccionou guirlanda, lareira e árvore de Natal que irão ornamentar a instituição ao longo do mês de dezembro.
Em 2024, ao menos 16 quilos de materiais que iriam para o lixo, foram recolhidos para a decoração natalina, que buscou transformar um ambiente de dor e incertezas, em um local de esperança, através do espírito natalino. É o que acredita a servidora pública Deise Nascimento, de 48 anos. Ela faz tratamento na unidade de osteomielite, uma infecção nos ossos, causada pelos traumas causados por um atropelamento.
"O acidente faz dois anos. Há seis meses, voltei a usar o Ilizarov (fixador de ossos), e estou cuidando até a hora de retirar os ferros. Acho que o Hospital Galileu está de parabéns com a ação, pois incentiva até mesmo o paciente a prestigiar a beleza da arte e da reciclagem, num lugar em que muitos estão tristes, e ficam emocionalmente abalados pela situação do seu tratamento. E a decoração que chega para alegrar o coraçao", comentou.
Decoração - Além do material recolhido na própria unidade, a equipe usou apenas R$ 150,00 para a compra de tinta e fitas para compor os enfeites. “No início do mês de dezembro, realizamos uma campanha de reciclagem. Na própria unidade, coletamos 15 quilos de papelão e 1 quilo de cuba de ovos. O planejamento era para fazer uma árvore de Natal sustentável, uma guirlanda ecológica e uma lareira decorativa. E tudo saiu como planejado”, lembrou Karolaine Martins, presidente da Comissão de Sustentabilidade do HPEG.
Há 3 anos no Galileu, a assistente administrativa explica que a iniciativa partiu dos princípios e valores que a unidade carrega. “O objetivo era demonstrar o poder da criatividade e da responsabilidade ambiental. Em hospital, quando a gente fala em sustentabilidade, estamos falando da adoção de práticas e políticas que minimizem os impactos ambientais, promovendo eficiência e redução dos custos, sem comprometer a qualidade da assistência à saúde”, detalhou Karolaine.
E para transformar o HPEG neste ambiente natalino, quem também meteu a mão na massa foi Marcos Vinicius. Para ele, a responsabilidade de preservar o meio ambiente foi o diferencial nesta ação. “É importante frisar que os materiais que seriam destinados para o lixo foram reaproveitados para esta programação. Isso sim, traz um ambiente natalino e a conscientização da reciclagem e de como nós preservamos o valor da sustentabilidade no ISSAA”, afirmou o assistente administrativo.
Responsabilidade - A instituição pública, com atendimento 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é administrado pelo Instituto de Saúde Social e Ambiental da Amazônia (ISSAA), em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sespa). Para Alexandre Reis, diretor financeiro do ISSAA, uma gestão sustentável significa gerir uma organização valorizando todos os fatores que a engloba.
“A Sustentabilidade é um valor inegociável para o ISSAA. Priorizamos o cidadão - seja ele colaborador ou usuário - assim como o meio ambiente. E o Hospital Galileu está de parabéns, pois ao longo de todo o ano, a unidade vem desenvolvendo, através da Comissão de Sustentabilidade, diversas práticas como a segregação de lixo, recuperação de mobília, e agora, em dezembro, essa decoração que vai trazer para a unidade um clima natalino, de esperança e de confraternização sem comprometer os recursos financeiros", frisou o gestor.
O Hospital Galileu dispõe de 104 leitos de internação e mantém o serviço de reconstrução e alongamento ósseo, cirurgias de traqueia e urológica, como hiperplasia prostática benigna, exclusão renal e triagem com biópsia de próstata.
Texto: Roberta Paraense