Seduc debate com lideranças os rumos da educação indígena no Pará
A Secretaria de Estado de Educação (Seduc) fez uma reunião com lideranças indígenas de diferentes etnias do sul do Estado para debater os rumos que a educação indígena deve tomar nos próximos meses e quais ações serão efetuadas para melhorar e atender as reivindicações dos índios. O secretário adjunto de Educação, José Roberto Silva, participou do encontro, que ocorreu na terça-feira (6), na Escola Estadual de Ensino Médio Anizio Teixeira, em Marabá.
Na ocasião, o secretário ouviu as reivindicações de mais de 40 lideranças indígenas das etnias Gavião Kyikategê, Gajujara, Sororó e Xikrin. Segundo Roberto Silva, a reunião foi agendada para ampliar o diálogo da Seduc com as unidades regionais no interior. "Temos uma agenda de reuniões a cumprir e a oportunidade de conversar com os diretores das escolas, mas também uma pauta específica com as lideranças indígenas que vêm solicitando um encontro com a Seduc", disse.
As principais reivindicações das lideranças indígenas tratam das construções e reformas de escolas nas aldeias, além da contratação de professores e técnicos e concurso público para professores indígenas. O secretário adjunto informou que a Seduc já está fazendo um mapeamento das escolas para ver onde serão feitas as reformas necessárias e acompanhar o andamento das obras de construção de novos colégios nas aldeias.
A Seduc também estuda a contratação de professores e técnicos para dar suporte a essa demanda e garantir a continuidade da educação aos povos indígenas. Um concurso público para professores da educação indígena também está nos planos, porém os detalhes devem ser debatidos com uma comissão que foi criada especialmente para o certame. A reunião teve a presença de representantes das Unidades Regionais Escolares de Marabá e do índio Midjere Kayapó, da Coordenação Educacional Escolar Indígena (Ceeind).
Um dos maiores desejos dos povos indígenas é implementação de um ensino médio para a educação indígena nas aldeias. As lideranças presentes anseiam ver os índios poderem terminar os estudos nas próprias aldeias. “A gente fica feliz de ver índios na Seduc e que eles não querem estudar fora da aldeia”, disse Wilma Kyikategê, representante da etnia Gavião Kyikategê.
Roberto Silva salientou a preocupação da Seduc com a situação. “O ensino médio é outro desafio. Existem algumas ações estabelecidas como o próprio Sistema Modular de Educação indígena (Somei), para que a gente possa dar condições aos alunos da educação indígena que concluíram ou estão concluindo o ensino fundamental de continuarem os estudos”, afirmou o secretário ajunto.
