Restauração florestal e planejamento espacial no Pará são debatidos em Congresso
Semas destacou o papel estratégico do planejamento espacial e da vegetação secundária no contexto da restauração florestal
No primeiro Congresso Amazônico de Meio Ambiente, realizado nesta quarta-feira, 11, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) destacou o papel estratégico do planejamento espacial e da vegetação secundária no contexto da restauração florestal. O evento reuniu especialistas, pesquisadores e gestores ambientais.
Durante o painel “Desafios do Planejamento Espacial para Restauração do Pará”, Andrea Coelho, assessora técnica da Semas, destacou a importância de integrar dados, ferramentas e metodologias na identificação de áreas prioritárias para a restauração e conservação florestal. Segundo a assessora, o planejamento espacial permite não apenas restaurar, mas fomentar iniciativas como a criação de corredores ecológicos, a proteção de recursos hídricos e o fortalecimento da sociobiodiversidade em áreas de maior vulnerabilidade.
A vegetação secundária desempenha um papel crucial no balanço de carbono, dado pelo seu alto potencial de sequestro, além de sua relevância social, econômica e cultural.
“Queremos que esse ativo florestal amadureça no campo e seja ampliado, rompendo com o ciclo de derruba e queima tão comum na Amazônia. É essencial preservá-lo como um recurso ambiental e econômico de grande valor para o Estado do Pará”, afirmou.
No Pará, a maior densidade desse tipo de vegetação está localizada na região nordeste do Estado, área de ocupação histórica mais antiga. A Semas tem dado atenção especial a essas florestas em seu Plano de Restauração da Vegetação Nativa, que visa protegê-las e integrá-las em estratégias de restauração produtiva, como sistemas agroflorestais e o enriquecimento florestal.
Outro ponto discutido foi o uso de tecnologias avançadas para espacializar informações e monitorar o avanço das áreas restauradas. Andréa citou ferramentas que ajudam a mapear a vegetação secundária, e mencionou iniciativas de cooperação, como o projeto em parceria com a Embrapa. Este visa desenvolver um planejamento mais detalhado e assertivo para a restauração no Estado.
A Semas trabalha na criação de um sistema de monitoramento de vegetação secundária. Esse sistema permitirá que municípios tomem decisões mais fundamentadas em processos de autorização de supressão de vegetação.
"Queremos evitar conflitos entre as agendas estadual e municipal, garantindo que critérios técnicos sejam seguidos com transparência", destacou Andrea.
No painel também foi abordado o papel do Planejamento Espacial na Restauração do Pará, que orienta a tomada de decisão em restauração identificando soluções, áreas e estratégias, que maximizem benefícios e minimizem custos ecológicos, econômicos e socias. Essa medida visa aumentar a proporção de espécies conservadas e reduzir o risco de extinção de espécies ameaçadas.
Texto: Mário Gouveia - Ascom/Semas