Dia de autógrafos celebra a força da produção literária e da inclusão
Com 69 obras lançadas, a ação contou com a participação de 14 escritores com deficiência (PCD), 19 mães atípicas e 7 docentes
O Projeto Estrelas Literárias, realizado pela Escola Estadual Dom Pedro II, proporcionou uma tarde inesquecível de autógrafos com o evento "Amor que não se mede, mas se escreve", na última quinta-feira, 5. A celebração destacou o impacto transformador da literatura, unindo histórias de dedicação, afeto e superação contadas por estudantes, mães atípicas e docentes. Este encontro foi uma oportunidade singular para compartilhar a produção literária, evidenciando o papel fundamental da escrita como veículo de expressão e inclusão.
Com 69 obras lançadas, a ação contou com a participação de 14 escritores com deficiência (PCD), 19 mães atípicas e 7 docentes, o evento foi uma verdadeira celebração da diversidade de vozes e experiências. A presença dos educadores trouxe uma visão renovada sobre a importância da literatura na educação e a capacidade transformadora da palavra.
"O trabalho esse ano foi árduo, mas gratificante. Como mãe atípica, pude relatar como é ser responsável por um ser tão especial, uma joia rara que bem lapidada se torna muito mais valiosa. Também como educadora, sinto-me realizada por ver tantos jovens ávidos por conhecimento. Acredito cada vez mais que, se pudermos trabalhar em equipe, temos o poder de transformar muitas vidas", Cristiane Caetano, professora responsável pelo projeto.
Yasmin Kawasaki, de 16 anos, contou um pouco da sua própria história em seu livro. "Meu livro se chama 'Por Caminhos Distintos'. A minha história foi inspirada em um livro que eu estava lendo, que falava sobre o sentimento de saudade, de perda, da distância, da dúvida, e esse foi um tema que me chamou bastante atenção e resolvi colocá-lo em uma história. Então, no meu livro, os familiares da minha personagem, eles vivem todo esse drama, porque minha personagem acaba se perdendo dos seus familiares, então eles vivem essa dúvida de não saber como ela está, de não saber onde ela está, eles vivem toda essa saudade e foi isso que me inspirou, que inspirou a minha história", conta a estudante da 2ª série do Ensino Médio.
Maternidade Atípica - "Sou autora de um livro nesse projeto e escrever nessa temática foi fundamental, porque eu nunca, ao longo da minha vida, tinha escrito nessa temática. Então ela foi um desbloquear, porque ele é um livro autobiográfico, e quando ele recorta uma parte tão bonita e tão delicada sendo a maternidade atípica, foi um desbloqueio da alma para entender, respeitar minha história quanto mulher, como mãe, e me acolher também diante de um ser humano falho e tenta acertar todo o tempo como mãe. O próprio convite já veio cheio de coisas afetuosas, você revisita a escola, você se torna parceiro, você se torna acolhido pelas professoras que estão ali, todo mundo se incentivando. Então, assim, escrever este livro, ele é um marco na minha história, ele é um marco porque daqui para frente eu olho e penso, eu sou uma mãe atípica e capaz de contar a minha história de uma maneira que o outro consiga entendê-la e que eu consiga também respeitá-la", disse Joana Campos, mãe do estudante, David Campos Godes.
Ilustrador do Ano - Na oportunidade, o estudante Carlos Amoras, estudante do Ensino Médio, ganhou o prêmio de ilustrador do ano 2024, já que ajudou os escritores que não conseguiram realizar as ilustrações sozinhos, inclusive de alguns professores.
"Eu me senti totalmente lisonjeado em receber o prêmio de ilustrador de 2004. E, também me sinto muito bem em poder ter ajudado meus amigos e professores a ilustrar o livro deles, porque uma das coisas que mais me motivou a ajudar eles foi justamente esse prazer de poder estar ajudando, poder estar lá, vendo a história de cada um, poder participar um pouco, isso foi muito gratificante para mim", disse o estudante.
O Projeto Estrelas Literárias, em parceria com o "Estante Mágica", visa promover a inclusão, permitindo que os alunos da Escola Dom Pedro II se tornem protagonistas de suas próprias histórias. Por meio da produção de livros com narrativas e ilustrações, os estudantes desenvolvem habilidades literárias e criativas, ao mesmo tempo, em que compartilham suas experiências de vida com a comunidade escolar.
