Ação de cidadania atende comunidade LGBT na Praça Waldemar Henrique
Cerca de 300 mil pessoas são esperadas na 14ª Parada do Orgulho Gay de Belém, neste domingo (18). Pela primeira vez na história do movimento, a manifestação foi antecedida por uma ação de cidadania, que ocorreu na manhã deste sábado (17), na Praça Waldemar Henrique. Na “Ação Cidadania LGBT”, o público retirou carteiras de identidade e de trabalho e os transexuais puderam tirar carteiras com o nome social.
José Junior, 24 anos, tirou a identidade com o nome de Isabele Sampaio. A partir de agora, com o nome social, ela evita situações embaraçosas. “Era muito constrangedor quando eu apresentava minha identidade com o nome de homem e a pessoa olhava para o meu rosto de mulher, sem entender nada”, disse o transexual.
A ação de cidadania teve o apoio do Pro Paz e Polícia Civil, na emissão das identidades, assim como da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) nos exames de HIV, que também foram oferecidos. Até o meio-dia, quando foram encerrados os trabalhos de emissão de documentos, foram expedidas 100 carteiras de identidade, 100 carteiras de trabalho e 15 carteiras de nome social. “Era preocupante o tratamento dos órgãos públicos com a população LGBT, mas esse apoio do governo está sendo fundamental para nos dar visibilidade”, disse Duda Lacerda, representante da Comissão Organizadora da Parada LGBT.
A ação de cidadania reforça as ações do Governo do Estado junto à população LGBT. Há menos de dois meses, foram emitidos 100 cheques para famílias homossexuais e foram liberados R$ 50 mil pelo Credicidadão. Uma das conquistas mais recentes é a implantação de um ambulatório de saúde integral para travestis e transexuais do Pará. O espaço começou a funcionar no último dia 6, no prédio da Unidade de Referência Especializada em Doenças Infecto-Parasitárias e Especiais (Uredipe), no bairro do Telégrafo.
A ação de cidadania continua durante a tarde deste sábado, com shows musicais e apresentação de drag queens. “Essa ação representa bem a nossa missão, que é de falar diretamente para a comunidade. Quando a gente leva cidadania, recebe cidadania”, disse o gerente de Livre Orientação Sexual da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), João Augusto Santos.
Para o presidente da Fundação Pro Paz, Jorge Bettencourt, aliar-se às diferentes parcerias mostra a importância das ações para a sociedade. "Somente este ano já fizemos mais de 35 mil atendimentos na região metropolitana e no interior do Pará. Os números mostram a importância destes serviços para a comunidade e são a maior prova de que o Estado e nós, do Pro Paz, não medimos forças para promover a cultura de paz em todas as regiões", frisou. Neste domingo, a fundação promove ação de cidadania na Praça Batista Campos.