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Monteiro Leite já realizou 90 mil atendimentos

Por Redação - Agência PA (SECOM)
19/10/2015 14h49

O Centro de Hemodiálise Monteiro Leite chegou ao seu quarto de ano de funcionamento no último sábado, 17, com uma marca que comprova o sucesso da missão que lhe foi conferida quando de sua implantação: 90 mil atendimentos a renais crônicos e quase 300 pacientes beneficiados. As sessões de hemodiálise são feitas com o suporte de 35 máquinas que funcionam em três turnos, durante seis dias por semana, de segunda-feira a sábado. O balanço foi  divulgado pela administração da unidade, que funciona como extensão do Hospital de Clínicas Gaspar Vianna.

Para o médico Pedro Paulo Assis, que está à frente da direção da unidade desde sua inauguração, a avaliação é bastante positiva. “Temos conseguimos cumprir, ao longo desses quatro anos, o nosso objetivo, que é o de fortalecer a rede e de desafogar a fila de espera para este tipo de tratamento”, afirma. Além disso, Assis ressalta que o centro foi um ponto decisivo para a melhoria no atendimento aos renais crônicos no Pará e está dentro de todos os critérios exigidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Um dos diferenciais, inclusive, é o nosso sistema próprio de desinfecção da água usada para hemodiálise, com alto grau de segurança.”

Para manter a qualidade dos serviços, a unidade conta com uma equipe multidisciplinar composta por seis médicos nefrologistas, sete enfermeiros, um grupo de técnicos, nutricionistas, assistentes sociais e psicólogos, com especialização na área. Além disso, os equipamentos instalados na unidade são todos de última geração, o que também garante qualidade e segurança no tratamento dos pacientes renais. Atualmente, 198 usuários estão cadastrados na unidade, sendo que quase 50% estão aptos ao transplante. No Brasil, em média, apenas 30% chegam a essa condição.

A presidente do Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, Ana Lydia Cabeça, também avalia positivamente os resultados do centro. “Avançamos bastante, mas sabemos que precisamos fazer mais. Naquela época, conseguimos zerar a fila de hemodiálise no Estado, mas precisamos fortalecer cada vez mais a rede. Na maioria dos casos, com o tratamento adequado desde a base, é possível retardarmos ou até mesmo evitarmos que paciente chegue até a diálise”, defende. Além do Monteiro Leite, na própria sede do Hospital de Clínicas estão instaladas máquinas nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) Adulto, Coronariana e Neonatal, sem contar os usuários da diálise peritoneal.

Prevenção - Ana Lydia Cabeça ressalta, ainda, que os principais fatores que levam à insuficiência renal estão associados aos maus hábitos de vida, como o consumo exagerado de açúcar e sal, bebidas alcoólicas, tabagismo e obesidade. E o alerta tem fundamento. Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia, tanto no Brasil como no exterior, o diabetes e a hipertensão arterial constituem as principais causas de doença renal crônica. 

A terceira causa, em ordem de frequência, são as chamadas glomerulonefrites - doenças que acometem os glomérulos, estruturas constituídas por um tufo de capilares sanguíneos responsáveis pela ultrafiltração do plasma. “A prevenção tem quem ser a nossa principal bandeira, no nosso dia a dia mesmo, com os nossos parentes e amigos. Ela tem que andar sempre junto com o reforço no serviço”, afirma Ana Lydia.

Edson de Araújo Costa tinha 32 anos quando teve o primeiro pico de pressão alta e precisou de auxílio médico. Hoje, aos 50 anos e já aposentado, ele recorda do caminho pelo qual optou à época e faz um alerta. “Não me preocupava com essas coisas, comia de tudo e bebia muito, experimentei de tudo. Era um amante da vida noturna, se tinha uma festa eu com certeza estava lá. Na época, não ouvia ninguém. Hoje, se eu pudesse voltar no tempo, faria tudo diferente”, disse, enquanto terminava uma das sessões de hemodiálise da semana. A cada sete dias, Edson tem que fazer três delas. E mesmo assim, encara com disposição o tratamento.

Para ele, o atendimento recebido pelos profissionais do Centro de Hemodiálise tem sido fundamental para continuar, com dedicação e confiança, o tratamento. “Aqui é mais do que uma segunda família para mim. O apoio que recebo das assistentes, dos psicólogos e de toda equipe tem me feito encarar as sessões com mais disposição”, diz o aposentado. Desde que recebeu alta do Hospital de Clínicas, onde ficou internado por quase três meses para se recuperar de um AVC (Acidente Vascular Cerebral), sofrido em meados de outubro do ano passado, Edson precisa fazer as sessões de reposição renal no Monteiro Leite.

Expansão - O aumento no número de atendimentos no Centro Dr. Monteiro Leite é previsto pela política de ampliação dos serviços de hemodiálise do Governo do Estado. Com a aquisição de mais máquinas, o Pará conta atualmente com dez novos centros de tratamento para pacientes renais crônicos. Os núcleos estão distribuídos por todas as regiões do Estado, nos municípios de Belém, Ananindeua, Bragança, Altamira, Castanhal, Marabá, Marituba, Redenção, Ulianópolis e Santarém. Além disso, já estão previstas as contratações de mais dois novos serviços de hemodiálise em Ananindeua e Tucuruí.

Até o final de 2014, a rede contava vagas com 366 máquinas de hemodiálise (sem contar as máquinas reservas), que ofereciam em torno de 2,4 mil vagas e eram responsáveis pela realização de 29,6 mil sessões por mês. Neste ano, o Governo do Pará orçou as contratações de mais dois novos serviços de hemodiálise em Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém, e Tucuruí, no sudeste do Estado, que integrará a lista dos municípios-polo para o tratamento. Em Belém, além do Hospital de Clínicas e do Monteiro Leite, o serviço de hemodiálise pediátrica é ofertado na Fundação Santa Casa de Misericórdia, onde 10 máquinas estão instaladas, com capacidade para atender até 60 crianças.