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'Caminhos de Bujaru': Projeto de cicloturismo conectará territórios quilombolas no nordeste do Pará

O percurso, que terá cerca de 130 km, promete unir turismo, cultura e preservação ambiental, destacando as belezas naturais e o patrimônio histórico da região

Por Vinícius Leal (IDEFLOR-BIO)
02/12/2024 17h18

A cidade de Bujaru, no nordeste paraense, avança na implantação de um circuito de trilhas ecológicas com apoio do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor-Bio). Denominada de "Caminhos de Bujaru", a iniciativa será uma trilha de longo curso destinada ao cicloturismo e conectará dois territórios quilombolas, promovendo integração cultural, conservação ambiental e desenvolvimento socioeconômico local.

Na última semana, o gerente da Região Administrativa de Belém do Ideflor-Bio, Júlio Meyer, esteve no município para realizar o mapeamento inicial do trajeto, em parceria com a Prefeitura de Bujaru, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Além de sua atuação no Ideflor-Bio, Meyer também é diretor nacional de trilhas da Rede Brasileira de Trilhas de Longo Curso, o que reforça a relevância técnica do projeto. "O percurso planejado, com aproximadamente 130 quilômetros, destaca a riqueza natural e cultural da região. Nosso objetivo é criar uma experiência única que conecte pessoas à natureza e fortaleça o vínculo com as comunidades locais", explicou.

Ecoturismo - O trajeto da trilha vai incluir passagens por igarapés de águas cristalinas, vegetação nativa, e construções históricas que contam parte da história da região. Para a secretária de Meio Ambiente de Bujaru, Leuda Coelho, o projeto representa uma oportunidade transformadora para o município. "A trilha ecológica tem um papel crucial tanto para a preservação ambiental quanto para o desenvolvimento socioeconômico do município. Acreditamos que tanto nós, munícipes, quanto visitantes de outras regiões, só terão a ganhar com essa iniciativa", destacou.

Coelho enfatizou ainda os impactos positivos que o ecoturismo pode gerar na economia local. "Guias, transportes, hospedagens e restaurantes serão beneficiados diretamente. Além disso, pequenos negócios, como artesanatos e produtos locais, ganharão visibilidade. É uma oportunidade para destacar nossa cultura, histórias das comunidades quilombolas e patrimônios históricos", pontuou.

Aprendizagem - O projeto não se limita ao desenvolvimento econômico, mas também visa promover educação ambiental. “Os visitantes poderão aprender sobre a biodiversidade local, os ecossistemas e a importância da preservação. Isso contribui para uma maior conscientização sobre práticas sustentáveis”, acrescentou a secretária.

A iniciativa também busca engajar as comunidades quilombolas na conservação ambiental, mostrando o valor econômico e ecológico das áreas naturais. Segundo o presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto, esse envolvimento é fundamental para o sucesso do projeto. "Quando as comunidades se tornam protagonistas na preservação e na promoção do ecoturismo, os resultados são mais duradouros e significativos", afirmou.

Com o planejamento em andamento, a Prefeitura de Bujaru e o Ideflor-Bio esperam iniciar as primeiras ações estruturais no próximo ano. A expectativa é que os "Caminhos de Bujaru" não apenas atraiam visitantes, mas também coloquem o município como referência no ecoturismo no Pará, promovendo sustentabilidade e valorização cultural.