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Pará celebra pela primeira vez o Dia da Mãe Atípica, instituído pelo Estado

Governo estadual investe em políticas públicas que fortalecem a inclusão de Pessoas com Deficiência, valorizando também mães e cuidadores

Por Governo do Pará (SECOM)
30/11/2024 19h42

O Estado do Pará comemorou neste sábado (30), pela primeira vez, o Dia da Mãe Atípica, instituído pela Lei nº 10.744, sancionada no último dia 28 de outubro pelo governador Helder Barbalho. De acordo com a nova Lei, é considerada mãe atípica a mulher e/ou cuidadora responsável pela criação de quem necessita de cuidados específicos, como Pessoa com Deficiência (PcD), transtornos, doenças raras, Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), dislexia e outras condições diagnosticadas.

Segundo a secretária de Estado de Saúde Pública, Ivete Gadelha Vaz, a data foi criada com o objetivo de dar visibilidade à causa, a fim de promover reflexão, empatia e a criação de políticas públicas mais inclusivas.Cetea é uma das unidades do governo do Estado de atendimento a pessoas atípicas

“Este é o primeiro ano em que celebramos oficialmente o Dia da Mãe Atípica no Pará, um marco importante para destacar a necessidade de apoio e de redes de cuidado para essas famílias. A data é uma oportunidade de reconhecer e valorizar a força das mães que se dedicam aos filhos atípicos. Além disso, reforça a importância do acolhimento, da inclusão e do suporte a essas mulheres que enfrentam desafios diários, muitas vezes invisíveis para a sociedade”, destacou Ivete Vaz.

Ainda segundo a secretária, o Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), se empenha em ampliar os serviços de saúde e assistência às famílias atípicas. “Estamos fortalecendo programas de reabilitação e investindo em unidades, como o Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação, o CIIR, que oferece suporte especializado às pessoas com deficiência, entre elas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Essas ações refletem o compromisso de garantir atenção integral, desde o diagnóstico precoce até o acompanhamento contínuo”, acrescentou.

Dedicação – Ao acompanhar a reabilitação da filha, Joceani Monteiro, 55 anos, destacou a relevância do Centro ao se referir ao Dia da Mãe Atípica. “Esta data chegou num momento oportuno, pois todo mundo só lembra das nossas crianças. E nós, mães atípicas? Nós estamos sendo lembradas pelo menos um dia, mas não esqueçamos que nós somos mães todos os dias, pois estamos sempre dedicadas ao cuidado de nossos filhos. O dia de hoje é muito importante porque reconhece e valoriza a nossa luta diária de cuidado e abdicação às nossas crianças. Vamos prestar atenção nessa data, 30 de Novembro, Dia da Mãe Atípica, que ama o seu filho”, disse Joceani, mãe de Maria Alice Monteiro, 9 anos, usuária do Centro de Inclusão.

Para Sandra Freitas, 58 anos, mãe de Jennyfer Apolinário, 18, usuária assistida pelo Centro Especializado em Transtorno do Espectro Autista (Cetea), "hoje é um dia muito especial para todas nós, mães atípicas. O reconhecimento do nosso papel, por meio de uma data como esta, é um gesto que vai muito além da homenagem: é um símbolo de luta, resiliência e amor incondicional”, ressaltou ela, ao enfatizar a evolução no tratamento da filha. “A Jennyfer vem apresentando uma evolução significativa desde que começou a fazer as terapias aqui no Cetea. Antes, ela era mais reservada. Hoje, já conversa, interage e se comunica. As equipes terapêuticas também são bem atenciosas com nossos filhos e conosco”, garantiu Sandra Freitas.

Reabilitação - Desde 2019, o Governo do Pará, por meio da Sespa, investe na ampliação dos serviços de saúde e assistência às famílias atípicas, com o objetivo de fortalecer programas de reabilitação e estruturar unidades de saúde públicas pelo Estado.

Localizado em Belém, o Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), onde também funciona um Núcleo de Atenção ao Transtorno do Espectro Autista (Natea), é referência na assistência de média e alta complexidade para Pessoas com Deficiência (PcDs) visual, auditiva, física e intelectual. Há seis anos, a instituição tem como objetivo ampliar a inclusão e melhorar a qualidade de vida dos usuários, por meio de uma variedade de serviços voltados para o desenvolvimento e inclusão de PcDs, com ênfase na reabilitação, educação e integração social.

Entre os principais serviços oferecidos pelo CIIR estão:

- Avaliação e intervenção pedagógica especializada, que busca apoiar o aprendizado e o desenvolvimento cognitivo de PcDs;

- Atendimento psicológico e terapêutico, com foco em habilidades comportamentais, sociais e emocionais;

- Terapias ocupacionais e fonoaudiológicas, que ajudam no desenvolvimento de habilidades funcionais e de comunicação, e

- Apoio às famílias, promovendo capacitação e orientações para fortalecer o papel dos cuidadores e facilitar a inclusão social.

O cuidado e a atenção aos usuários também abrange os familiares, compostos majoritariamente por mães e cuidadoras, informou Vanessa Teixeira, coordenadora do Natea, unidade gerenciada pelo Centro de Reabilitação. “Como iniciativa de fomento à importância das mães atípicas, aqui no Natea temos o Proac, que é o Programa de Atenção ao Cuidador, e o ‘Cuida Natea’, ambos com o objetivo de acolher os responsáveis pelos usuários com atividades voltadas exclusivamente ao bem-estar. Durante as atividades, as mães, que são maioria, participam de rodas de conversa, música, relaxamento, oficinas de arte e cultura, sessões de massoterapia e mecanoterapia, entre outros”, disse a coordenadora.

O Natea também trabalha em articulação com outros núcleos e serviços do CIIR, como o Cetea, contribuindo para uma abordagem integrada e interdisciplinar, promovendo a inclusão e o bem-estar das PcDs e suas famílias.

Projetos - No Cetea, localizado no bairro Batista Campos, o Proac é dividido em duas modalidades: Treino Parental Prático e Treino Parental Teórico. As atividades visam orientar e capacitar os pais. Na unidade, que também é gerenciada pelo CIIR, os responsáveis pelos usuários também participam do Projeto Cuida Cetea, com atividades voltadas ao lazer, cuidados e saúde mental, por meio de um cronograma de atividades que oferecem informações, diversão e relaxamento aos responsáveis, na sua maioria mulheres - mães e avós.

O Cetea é uma iniciativa da Coordenação Estadual de Políticas para o Autismo (Cepa), vinculada à Sespa, destinado ao atendimento para a pessoa com TEA, utilizando práticas baseadas em evidências científicas. O Centro oferece serviços de diagnóstico e terapias multidisciplinares, além de criar planos terapêuticos individualizados, que envolvem profissionais de diversas áreas, como psicólogos, terapeutas ocupacionais e pedagogos.

Os Núcleos de Atenção ao Transtorno do Espectro Autista (Nateas) funcionam em Belém, no CIIR (desde 2020); em Tucuruí (a partir de 2022) e Capanema (2022). Em 2023, o Governo do Pará, por meio da Sespa, também entregou o Cetea, sendo o primeiro centro público de formação a profissionais da área de saúde que atuam no atendimento a pessoas com o diagnóstico de TEA. Estão sendo construídos Núcleos nos municípios de Marabá, Altamira, Breves e Santarém, para atender as populações das regiões Sudeste, Oeste e do Arquipélago do Marajó.

Referência – O CIIR é referência no Pará na assistência de média e alta complexidade às Pessoas com Deficiência (PcD) visual, física, auditiva e intelectual. Os usuários podem ter acesso aos serviços do Centro por meio de encaminhamento das unidades de Saúde, acolhidos pela Central de Regulação de cada município, que por sua vez encaminha à Regulação Estadual. O pedido será analisado conforme o perfil do usuário pelo Sistema de Regulação Estadual (SER).

Serviço: O Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação é um órgão do Governo do Pará administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). O CIIR/Natea funciona na Rodovia Arthur Bernardes, n° 1.000, em Belém. O Cetea fica localizado na Rua Presidente. Pernambuco, bairro Batista Campos, também na capital. Mais informações: (91) 4042-2157/ 58 /59.

Texto: Tarcísio Barbosa - Ascom/CIIR