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Pará promove etapa regional da 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente

Por Igor Nascimento (SEMAS)
29/11/2024 22h17

O governo do estado do Pará, por intermédio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), promoveu na quarta-feira (27), a Conferência Regional de Meio Ambiente da Região de Integração dos Carajás. O evento marca a etapa municipal da 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente, iniciativa que busca discutir e enfrentar a emergência climática no Brasil.

"É um evento realizado com espírito de cooperação federativa, fundamentado no diálogo entre poder público e sociedade. Essa é a principal razão do sucesso do evento. A ideia de apoiar a realização de conferências regionais como espaço de debates que precede a realização da conferência estadual de meio ambiente é, sem dúvida, inovadora. Felicito as equipes da Semas e dos municípios envolvidos por esse avanço de gestão pública”, afirmou o secretário adjunto da Semas, Rodolpho Zahluth Bastos

A Conferência é um esforço participativo que convida a população brasileira a identificar soluções para os desafios relacionados à mudança do clima. “É uma oportunidade de ouvir a sociedade civil e elaborar propostas que minimizem os impactos negativos das mudanças climáticas”, explicou Sheila Bonifácio, gerente de Municipalização da Gestão Ambiental da Semas.

O evento regional reuniu representantes de comunidades, especialistas e gestores ambientais para debater cinco eixos centrais: mitigação, adaptação e preparação para desastres, justiça climática, transformação ecológica e governança e educação ambiental.

Francisco Moura, engenheiro civil presente no evento, destacou a necessidade de ações concretas. “Precisamos implementar atividades mais incisivas na área ambiental e na educação ambiental, principalmente em um município minerador como Canaã dos Carajás”, disse Moura.

Com rodadas de discussões programadas até maio de 2025, a 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente busca integrar a sociedade na formulação de políticas climáticas. A iniciativa surge em um contexto de intensificação dos impactos do aquecimento global, evidenciado por recordes de temperatura, eventos climáticos extremos e a ameaça crescente a ecossistemas.

Izabelly Silva, estudante da Universidade Federal do Pará (UFPA), enfatizou a relevância do evento para os jovens. “Podemos levar as demandas do nosso município para o debate estadual e, posteriormente, nacional”, afirmou.

Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC), o planeta pode ultrapassar, já em 2024, o limite de 1,5°C de aumento da temperatura global, considerado crítico para evitar consequências mais severas. No Brasil, as mudanças climáticas têm efeitos diretos sobre populações vulneráveis, como apontam dados do Cemaden, que indicam que mais de 1.900 municípios enfrentam riscos significativos devido à intensificação de desastres naturais.

Amanda Lima, técnica do ICMBio, elogiou o incentivo à participação popular. “Carajás tem particularidades que merecem atenção, e esta conferência é um espaço essencial para ouvir a população e formular políticas adequadas”, declarou.

Etapas e objetivos

A conferência é organizada em quatro etapas. A Municipal ou Intermunicipal vai até dezembro de 2024, as Conferências Livres acontecem de forma paralela à etapa municipal), a etapa Estadual ou Distrital está prevista para janeiro a março de 2025 e a fase nacional será de 6 a 9 de maio de 2025, em Brasília. A meta é consolidar até 10 propostas por município, abrangendo os cinco eixos temáticos, e eleger delegados para as fases subsequentes. O debate culminará em um documento final que servirá como base para a revisão da Política Nacional sobre Mudança do Clima e a elaboração de novos compromissos no âmbito do Acordo de Paris. Segundo a representante da Semas, a Conferência Regional de Canaã dos Carajás reforça a urgência do envolvimento coletivo para enfrentar a crise climática, destacando a importância de soluções regionais em alinhamento com as metas globais. “Este é um momento decisivo para o Brasil e para o mundo”, afirmou Sheila Bonifácio. "A sociedade precisa se unir para construir um futuro sustentável."

Texto: Antônio Darwich - Ascom Semas