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Alunos de Santo Antônio do Tauá escrevem livro sobre ciências e tecnologias africanas

Obra dos alunos da Escola Estadual de Tempo Integral Celso Rodrigues, aborda sistemas matemáticos ancestrais às inovações em engenharia

Por Fernanda Cavalcante (SEDUC)
29/11/2024 11h15

Estudantes da Escola Estadual de Tempo Integral Celso Rodrigues, localizada em Santo Antônio do Tauá, na Região de Integração do Guamá, produziram um livro para valorizar a cultura e entender como o conhecimento africano segue vivo e presente na sociedade brasileira. O livro “Ciências e Tecnologias Africanas - Contribuições no mundo e no Brasil”, é fruto de muita pesquisa e debates em sala de aula, e foi destaque na programação “Consciência Negra: Respeito Não Tem Cor”, desenvolvida na escola, esta semana.

“A iniciativa mergulhou a fundo na rica cultura afro-brasileira, superou as expectativas. Além do livro escrito pelos alunos, a programação voltada ao Dia da Consciência Negra integrou diversas atividades, desde exposições fotográficas que buscavam valorizar a beleza negra e sua ancestralidade, até a apresentação de jogos africanos e a degustação de comidas típicas", afirmou o professor Cassiano Simão, um dos organizadores do evento.

O livro “Ciências e Tecnologias Africanas - Contribuições no mundo e no Brasil” reúne textos escritos pelos estudantes do Ensino Médio que exploram desde sistemas matemáticos ancestrais até inovações em engenharia e medicina tradicional com uma vasta pesquisa feita em artigos científicos. “O projeto se dividiu em cinco eixos temáticos: Linguagens e Ritmos: a influência africana no cotidiano dos brasileiros; Culinária Afro-brasileira; Jogos Africanos de Tabuleiro; Ciência e Tecnologia, Personalidades e Literatura Africanas; e População Negra Brasileira: Estatísticas e Características. Cada capítulo do livro 'Ciências e Tecnologias Africanas' foi escrito por todos os alunos de uma turma inteira, demonstrando o trabalho colaborativo e a pesquisa realizada pelos alunos”, disse o professor e orientador do a iniciativa, Fábio Jorge.

A produção do livro envolveu e despertou o interesse dos estudantes. Como por exemplo, a estudante da 1ª série do Ensino Médio, Livya Silva, que contou como foi a experiência. "Foi muito bom participar do projeto. Ele mostrou de verdade como é a cultura negra, não só pela culinária, o livro, mas também através da peça que fizemos. Foi muito emocionante reviver como era a vida na época da escravidão, o trabalho duro e as condições de vida. Conseguimos entender a realidade da época, e foi incrível ver alguns professores também se emocionando com a nossa apresentação. Foi uma experiência muito forte e marcante para nós”, disse.

Ainda segundo o professor Fábio, toda a programação foi fundamental para mostrar como a educação pode ser um poderoso instrumento de transformação social. “O projeto ‘Consciência Negra: Respeito Não Tem Cor’, bem como o livro, a peça e demais iniciativas desenvolvidas, foi um sucesso e mostrou o compromisso da escola com a educação inclusiva, a preservação da memória e a conscientização sobre a importância da cultura afro-brasileira na formação de uma sociedade mais justa e igualitária. A iniciativa demonstra como a educação pode ser um poderoso instrumento de transformação social”, finalizou o professor Fábio Jorge.

Educação Ambiental na prática - Além das atividades acadêmicas e culturais, a Escola Estadual de Tempo Integral Celso Rodrigues demonstrou compromisso com a sustentabilidade, tendo utilizado materiais recicláveis para a construção dos stands, faixas, cartazes e maquetes. De acordo com os organizadores do evento, a ausência de sacolas e copos plásticos reforçou ainda mais o posicionamento sustentável da comunidade escolar.