Alunos de Santo Antônio do Tauá escrevem livro sobre ciências e tecnologias africanas
Obra dos alunos da Escola Estadual de Tempo Integral Celso Rodrigues, aborda sistemas matemáticos ancestrais às inovações em engenharia
Estudantes da Escola Estadual de Tempo Integral Celso Rodrigues, localizada em Santo Antônio do Tauá, na Região de Integração do Guamá, produziram um livro para valorizar a cultura e entender como o conhecimento africano segue vivo e presente na sociedade brasileira. O livro “Ciências e Tecnologias Africanas - Contribuições no mundo e no Brasil”, é fruto de muita pesquisa e debates em sala de aula, e foi destaque na programação “Consciência Negra: Respeito Não Tem Cor”, desenvolvida na escola, esta semana.
“A iniciativa mergulhou a fundo na rica cultura afro-brasileira, superou as expectativas. Além do livro escrito pelos alunos, a programação voltada ao Dia da Consciência Negra integrou diversas atividades, desde exposições fotográficas que buscavam valorizar a beleza negra e sua ancestralidade, até a apresentação de jogos africanos e a degustação de comidas típicas", afirmou o professor Cassiano Simão, um dos organizadores do evento.
O livro “Ciências e Tecnologias Africanas - Contribuições no mundo e no Brasil” reúne textos escritos pelos estudantes do Ensino Médio que exploram desde sistemas matemáticos ancestrais até inovações em engenharia e medicina tradicional com uma vasta pesquisa feita em artigos científicos. “O projeto se dividiu em cinco eixos temáticos: Linguagens e Ritmos: a influência africana no cotidiano dos brasileiros; Culinária Afro-brasileira; Jogos Africanos de Tabuleiro; Ciência e Tecnologia, Personalidades e Literatura Africanas; e População Negra Brasileira: Estatísticas e Características. Cada capítulo do livro 'Ciências e Tecnologias Africanas' foi escrito por todos os alunos de uma turma inteira, demonstrando o trabalho colaborativo e a pesquisa realizada pelos alunos”, disse o professor e orientador do a iniciativa, Fábio Jorge.
A produção do livro envolveu e despertou o interesse dos estudantes. Como por exemplo, a estudante da 1ª série do Ensino Médio, Livya Silva, que contou como foi a experiência. "Foi muito bom participar do projeto. Ele mostrou de verdade como é a cultura negra, não só pela culinária, o livro, mas também através da peça que fizemos. Foi muito emocionante reviver como era a vida na época da escravidão, o trabalho duro e as condições de vida. Conseguimos entender a realidade da época, e foi incrível ver alguns professores também se emocionando com a nossa apresentação. Foi uma experiência muito forte e marcante para nós”, disse.
Ainda segundo o professor Fábio, toda a programação foi fundamental para mostrar como a educação pode ser um poderoso instrumento de transformação social. “O projeto ‘Consciência Negra: Respeito Não Tem Cor’, bem como o livro, a peça e demais iniciativas desenvolvidas, foi um sucesso e mostrou o compromisso da escola com a educação inclusiva, a preservação da memória e a conscientização sobre a importância da cultura afro-brasileira na formação de uma sociedade mais justa e igualitária. A iniciativa demonstra como a educação pode ser um poderoso instrumento de transformação social”, finalizou o professor Fábio Jorge.
Educação Ambiental na prática - Além das atividades acadêmicas e culturais, a Escola Estadual de Tempo Integral Celso Rodrigues demonstrou compromisso com a sustentabilidade, tendo utilizado materiais recicláveis para a construção dos stands, faixas, cartazes e maquetes. De acordo com os organizadores do evento, a ausência de sacolas e copos plásticos reforçou ainda mais o posicionamento sustentável da comunidade escolar.